Capitulo 1

87 11 7
                                    

Oi amores, como estão vocês? Espero que bem.
Aos meus novos leitores desejo que goste da História. E aos que já leram espero que essa nova versão agrade vocês.

Vamos lá conhecer a nossa meiga Rose e o queridão Aleksey Petrovits.
#O amado Aly de Rose#

Um abraço

Nana Galvão.

Rose

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Rose. 

Caminhando de volta para casa depois de um dia exaustivo de trabalho, observo as pessoas na rua alegres, indiferente ao que acontece aqui. Já estão acostumadas com a violência ao seu redor e aproveitam o momento de paz. 

Eu trabalho como Enfermeira na comunidade aqui no Rio de Janeiro . Cheguei aqui com apenas dezoito anos, vim do interior da Bahia com apenas o curso técnico de enfermagem. Com pouco dinheiro consegui alugar um quarto e fui trabalhar como faxineira em casa de família. Mas não desisti e através de uma senhora aqui da comunidade à dona Antônia, fui trabalhar em uma clínica. E após três anos, consegui fazer vestibular para enfermagem. Ganhei uma bolsa de estudos através do conhecimento dela com o reitor e consegui me formar no curso superior de Enfermagem trabalhando de dia e estudando à noite. 

Porém não parei por aí estudei para um concurso e passei. Abriu vaga para trabalhar no posto aqui  mesmo e estou até hoje aqui. Amo o que faço, porém trabalhar aqui vai muito além da profissão...É preciso ter coragem para lidar com tantas formas de violência que aparece no decorrer do dia. 

O tráfico de drogas é a principal delas, onde muitos jovens chegavam baleados por invasão de outras facções. Os Jovens acabam entrando nessa vida em busca de dinheiro fácil e outras por não ter outras oportunidades. As estatísticas confirmam que a maioria morrem antes de completar dezoito anos. É triste esta realidade. Mas nas comunidades também há trabalhadores, famílias dignas e jovem que lutam para ter uma oportunidade na vida. 

Hoje tenho 30 anos sou dessas que luta e nunca paro de lutar, terminei dois cursos de línguas o inglês e o espanhol. Comprei CDs de conversação e nas horas vagas escutava e fazia os exercícios.

Na comunidade conheço muita gente e sou respeitada, porém só tenho duas amigas que posso contar. Uma é Dona Antônia e a outra se chama Maria. 

E foi através de Maria que minha vida tomou um rumo que jamais imaginei... 

Em um dia cansativo, onde eu só desejava ficar quietinha. Minha campainha tocou. Olhei para o relógio ao lado da cabeceira e já passava das 22:00 horas. Me levantei e olhei no olho mágico. Abri a porta para Maria. Ela entra com cara de quem está muito assustada. 

- Maria! O que foi? 

- Rose, desculpe o horário, mas preciso que você dê um socorro ao meu patrão. Ele não quer ir ao hospital. Teimoso que ele só - Fez um muxoxo 

- Mas não sou médica Maria. Ele tem que ir ao hospital. O que posso fazer é aferir a pressão dele e ver os outros sinais vitais. 

"Minha mãe Yemanjá"

- Tudo bem. Vou trocar a roupa e pegar meu aparelho. 

Me vesti com uma calça jeans e uma camiseta. Calcei uma sandália rasteira. Peguei minha bolsa e saímos. Na calçada havia um homem barbudo de olhos claros e muito bem vestido. Ela me aprensentou ao homem que nos esperava como sendo Ciro.  Entrei no carro e seguimos até a casa do patrão dela.  Conhecia tudo ali, mas nunca soube que dentro da Mata havia uma casa. Adentramos por caminho desconhecido por mim e não perguntei nada, porém estava com medo. O tempo todo me perguntava que homem era esse que morava dentro da mata? Não deveria ser uma pessoa com uma vida normal. 

A estrada era muito escura e somente o farol do carro clareava o caminho. O carro virou como se fosse descer novamente e um clarão apareceu. Eram luzes de uma casa com fachada pintada em verde. Fiquei estupefata com a visão. O carro parou ao lado de uma varanda. Então atenta ao que acontecia vi que lindas samambaias choronas foram penduradas estrategicamente para que elas se tornasse a extensão da floresta .

No instante que a porta do carro foi aberta olhei para Maria que compreendeu através do meu olhar que a recriminava por ter me levado até ali sem explicações. 

- Rose, não tenha medo. Aqui não vai te acontecer nada e logo você estará em casa - disse e eu não lhe dei resposta. Em outra hora conversaria com ela. 

O homem chamado Ciro falou. 

- Meu boss é um homem de temperamento difícil.  

- Ciro fale em inglês - virou-se para mim e explicou que eram russo. 

Pronto. Agora que eu estava encrencada.

- Maria você me paga - sussurrei para ela. 

O homem me explicou em inglês que eu deveria fazer meu trabalho e falar o mínimo. Que seu patrão era um homem de temperamento forte. Em minha cabeça formou-se a imagem de um velho barbudo e chato. Eu estava merecendo aquela provação. 

Entramos na casa e meu queixo caiu. A casa era muito bem mobilizada. Tudo bem decorado com estofados de couro preto. Eram módulos que pegavam de uma parede a outra. A mesa tinha várias cadeiras. Minha observação foi interrompida pelo motorista que me indicou a escadaria que levaria para o segundo andar onde estava seu patrão. 

No final do corredor havia uma porta dupla de madeira e Ciro abriu muito devagar e pediu-me que esperasse enquanto falaria com seu chefe. Alguns minutos depois eu estava diante de um homem deitado em uma enorme cama. Ele tinha Cabelos negros e barbas compridas, estava coberto da cintura para baixo, cheio de tatuagens e seus olhos estavam fechados enquanto seus dedos massageavam suas têmporas. Seus olhos se abriram e se fixaram nos meus, fiquei impactada pelo tom do azul dos seus olhos. Não sei precisar, mas fiquei alguns segundos deslumbrada com o homem na minha frente. Voltei ao normal e disfarcei o acontecido. 

- O senhor está sentindo o que exatamente? - Perguntei em inglês. 

- Fale comigo em português. 

Sua pronúncia foi impecável. Só um leve sotaque o denunciava que não era brasileiro. 

- Estou com uma forte dor de cabeça. Já tomei dois analgésicos, mas não passou. 

Logo imaginei o que seria. Tomando meu estetoscópio e o tensiômetro nas mãos verifiquei a sua pressão arterial. Bingo! Pressão alta. 

- Sua pressão arterial está muito alta. Mas se tomar um remédio ela irá baixar e sua dor de cabeça sumirá. Não sou médica, sou enfermeira. Recomendo que marque com um cardiologista para saber a causa desse pico de pressão. 

- Não tenho nada no meu coração fiz check up há pouco mais de dois meses. Me cuido muito. 

Hoje tomei muito sol e ingeri álcool, deve ter sido a causa da pressão alta. Não sou acostumado com clima quente. De onde venho o clima é sempre frio. 

Assenti.

Anotei um diurético e um remédio de pressão que sabia que era bem tolerado e entreguei para Ciro. 

- Você precisa tomar esses remédios. 

- Ciro providencie para ontem esses remédios - Exigiu. 

- Agora se o senhor me der licença, já estou indo. 

Nos despedimos. Quando eu saí daquela casa, era como se eu tivesse à certeza de que voltaria a vê-lo novamente. E assim aconteceu...

RECOMEÇAR É PRECISO.Onde histórias criam vida. Descubra agora