3. Grace

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Depois da minha conversa com Jake, segui para a casa de Brittany. Ela me pediu para ir lá ver uma nova dança que tinha ensaiado com as líderes de torcida, e eu aceitei. A verdade é que eu não ligo muito para isso, mas sei que é importante para ela, então estou sempre lá para apoiá-la.

Estaciono meu carro em frente à casa de Britt, e antes que eu possa pensar em bater na porta, ela é aberta, revelando uma garota animada.

— Hey, G! Você demorou.

— Culpe o trânsito. - Suspiro, tentando parecer convincente, já que o motivo para eu ter demorado não tem nada a ver com o tráfego.

— Ah, tudo bem! - Ela diz, fechando a porta depois que eu entro.

Sento na habitual poltrona marrom perto da TV e relaxo. Eu amo essa poltrona. Preciso de uma urgente. Enquanto simplesmente relaxo, Britt liga o som e me mostra a coreografia da nova dança que ela tem ensaiado. Está incrível. E não digo isso apenas porque ela é minha amiga, mas sim porque Brittany tem muito talento. Se ela resolver seguir carreira como dançarina, tenho certeza que fará muito sucesso.

— Então, o que achou? - Pergunta ofegante, depois de quase dez minutos dançando. — Ainda tem outros passos, mas não dá para fazer sozinha.

— Foi incrível, como sempre. - Afirmo com um sorriso no rosto.

— Obrigada, eu tive que me esforçar muito para aprender. - Confessa. — Enfim, chega de falar de mim. Como está você e o jogador de futebol?

—O quê? - Quase engasgo, achando que ela estava se referindo a Jake, mas logo percebo que ela quer saber sobre Ben, então me acalmo um pouco. — Ah, bom, você sabe. Não nos falamos mais desde aquele dia, antes das férias. Acho que ele nem deve mais lembrar quem eu sou.

— E é exatamente por isso que você tem que tomar coragem para convidá-lo para sair! - Aconselha, me encarando com às sobrancelhas erguidas.

— Não! Nós nem nos conhecemos! Isso só o faria me rejeitar e depois rir com seus amigos. - Engulo em seco com o pensamento.

— Claro que não! Só se ele fosse o garoto mais idiota do planeta! - Ela exclama. — Grace, eu sei que você fica insegura pelo que aconteceu no primeiro ano, mas...

— Eu não quero falar sobre isso. - A interrompo, antes que ela introduza um assunto que eu não faço questão de lembrar. — Vamos falar sobre você. Então, você está interessada em alguém?

— Você sabe que não. - Ela bufa, e se joga no sofá. — Saí com alguns caras, mas eram todos idiotas e previsíveis. Sinto falta de ser conquistada, entende?

Ótimo, porque isso está prestes a acontecer.

— Claro, entendo. Tenho certeza que logo logo alguém irá aparecer. - Sorrio para ela. — Bem, é melhor eu ir. Prometi à minha mãe que ligaria hoje para ela depois que chegasse da escola.

— Ah, certo. Nos vemos amanhã, então. Queria levantar e te dar um abraço, mas estou cansada e suada demais. - Explica, respirando de forma irregular.

— Sem problemas. - Rio. — Até amanhã!

No caminho para casa, penso em Jake. Não de uma forma romântica, Deus me livre. Ele é convencido e engraçadinho demais. E o sorriso dele me irrita. É tão ridículamente bonito e malicioso que tenho vontade de socá-lo. Ele me lembra a alguém que eu odeio, e é por isso que não consigo confiar totalmente nele. Sei que apesar de se parecerem em alguns aspectos, eles são pessoas diferentes, mas não consigo evitar. É só olhar para seu estúpido rosto bonito que sinto uma raiva crescer dentro de mim. Respiro fundo e desligo o motor do carro, pensando nas palavras da minha antiga psicóloga: "Você tem que aprender a filtrar seus sentimentos, Grace". Ela não disse que seria tão difícil.

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