— Jake, querido? - Minha mãe me chama, dando duas batidinhas na porta do meu quarto.
— Um minuto! - Grito de volta.
Enxugo meu corpo com a toalha o mais rápido que consigo, já que acabei de sair do banho. Visto uma cueca boxer branca e uma calça jeans, e em seguida abro a porta. Mamãe está usando seu uniforme verde do trabalho e seus cabelos estão presos em um rabo de cavalo na altura do pescoço. Porém, o que realmente me chama atenção é o envelope em suas mãos.
— Chegou para você. - Ela se apressa em dizer, percebendo para onde estou olhando. — É de David.
— Hum. - Murmuro, e pego o envelope amarelo em minhas mãos, inspecionando com cuidado. Não é nenhum pouco pesado. E não sei se isso me conforta ou me deixa mais desconfiado. Vindo de David, posso esperar qualquer coisa.
— Estou indo trabalhar. Hoje vou ficar de plantão, então só volto amanhã à noite. Se cuide, está bem?
— Você também. - Digo, e dou um beijo de despedida em sua testa.
Sem me preocupar em fechar a porta, vou em direção a minha cama e sento na beirada. Rasgo o envelope, sem paciência para ser delicado e enfio a mão dentro, onde há um bilhete e pelo que parece, outro pedaço de papel, só que embrulhado. Primeiro, leio o bilhete.
Não me mate.
Assinado: o cara mais gostoso que você conhece.
Mesmo sem entender nada, dou uma risada. Todo esse mistério é realmente a cara de David. Rasgo o embrulho do segundo papel e meus olhos quase saltam de órbita quando leio seu conteúdo. Imediatamente, ligo para meu amigo, que atende no segundo toque.
— Que merda é essa, David?
— Boa noite para você também, Jake. Ah, eu estou muito bem, e você? Que ótimo! - Diz cinicamente, forjando respostas para perguntas que não fiz.
— David. - Cerro os dentes.
— Pela sua reação, vejo que já recebeu meu presente. Eu queria ter enviado exatamente no dia do seu aniversário, mas você sabe, estou no Japão, acabei me confundindo com o fuso horário e...
— Você não pode me dar vinte mil dólares de presente! - Exclamo exasperado, olhando novamente para o cheque em minhas mãos.
— Claro que posso, eu sou rico. E já fiz isso antes. - Ele diz, com a voz a tranquila.
— O quê? - Pisco, sem acreditar. Ele não fez isso. É claro que não fez. Eu com certeza lembraria se tivesse ganhado algum chegue de presente.
— Já fiz isso antes. - Repete, pacientemente. — Sabe aquele relógio que te dei no seu aniversário do ano passado? Quinze mil dólares. E aquele tênis do natal? Doze mil dólares. Teve também...
— Ok, chega. - O interrompo, sem querer saber quais outros presentes na casa dos mil ele me deu. Como nunca percebi isso? Se eu soubesse, jamais teria deixado-o comprar essas coisas tão caras para mim. Vivo em boas condições e nunca me faltou nada, mas não sou rico. E não tenho como pagá-lo de volta. — Você não deveria ter feito isso, sabe que não posso te retribuir da mesma forma, comprando esses presentes caros e tudo mais.
— Você está brincando? - Ele dá uma risada. — Cara, não quero que me compre presentes caros. Não quero e definitivamente, não preciso. Se compro essas coisas para você é porque quero te retribuir de alguma forma. Retribuir por você ser amigo desse grande idiota aqui, e não do herdeiro dos Lawson's. Você é meu amigo simplesmente porque gosta de mim, e não do meu dinheiro. Então, vou continuar te dando esses presentes, goste você ou não.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mútuo Benefício
Romantiek🏆 VENCEDOR DO WATTYS 2021 NA CATEGORIA NEW ADULT Grace Henderson, apesar de jovem e de seu humor sarcástico, é independente e responsável, tendo como algumas de suas preocupações um armário constantemente emperrado e uma paixão repentina por um gar...