Capítulo 2

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– Como assim? – perguntei.

– Não se preocupe. Vou chamar outro táxi para te levar.

– Tudo bem. Que seja.

Estávamos no Rio Vermelho. Havíamos passado por algumas ruas movimentadas, com bares lotados. Contudo, a rua em que havíamos parado estava mais quieta. O motorista saiu do carro e pegou o celular para ligar para alguém. Pessoas passavam do nosso lado. A maioria delas se dirigia a um lugar do outro lado da rua. Virei a cabeça e li: Sunset Club.

Havia duas janelas quadradas com molduras retangulares. Do outro lado da rua, dentro do táxi, eu apenas pude perceber que havia um bar onde algumas pessoas se aqueciam e, mais ao fundo, havia uma porta também dourada. Quando a porta se abria, eu via flashes de luz, ouvia o retumbar da música alta e enxergava, no meio da penumbra, algumas dezenas de silhuetas dançando.

– Não se preocupe. Acho que vou ficar por aqui mesmo. – disse, levantando a voz para que ele me escutasse.

– Que bom, senhora. – ele me lançou um sorriso de um lado. – Se divirta no Sunset!

À medida que eu me aproximava do bar, minhas pernas começaram a tremiam. Eu tinha 21 anos e nunca havia entrado num bar sozinha. E ainda havia aquela boate, depois da porta dourada... Devo ter ficado parada na rua por vários minutos, observando as pessoas entrando e saindo, bebendo no balcão e nas mesas, se beijando e.... entrando na boate. Um arrepio subiu pela minha espinha. É aquela preocupação do que "pode vir a acontecer" tomando conta da gente. Deve ser esse o primeiro sinal antes da entrega ao álcool, dos bares e das festas. Eu senti medo.

De muito longe, ouvi alguém falar do meu lado:

- Este lugar não é para você, Amanda.

Virei-me e havia um homem vestido de preto. Seu rosto estava coberto pela aba de um chapéu. Vi que em seu pulso, havia uma tatuagem. Mas não consegui ver o que era.

- Quem é você? Como sabe meu nome?

- Conheço alguns conhecidos seus. Mas não se preocupe com isso... você não me conhece. Apenas saiba que este lugar não é para você.

Dizendo isso, me deu as costas e voltou de onde parecia ter vindo, desaparecendo entre as pessoas que andavam, distraídas, conversando e bebendo.

Aquela situação me arrepiou. Como ele sabe meu nome?, pensei. Esquece isso. Deve ser só um doido que te ouviu falando com o taxista, disse para mim mesma, enquanto entrava no Sunset Club.

Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora