Marcelo reservou um avião particular para irmos a Paris. O dia estava claro e sem nuvens. Era um pouco depois de 10:00h.
- Tudo pronto para decolar, capitão? – perguntou Marcelo, sorridente.
- Tudo está perfeito, senhor Bluewater.
Dentro do avião, Marcelo abriu uma garrafa de champagne e me ofereceu uma taça. Bebi o champagne e fiquei calada a maior parte do tempo.
- O que está acontecendo? – ele perguntou.
Não respondi. Continuei olhando pela janela. Ele sabia muito bem o que havia ocorrido e se fizesse um pouco mais de esforço saberia como eu estava me sentindo depois de ver todas aquelas pessoas debaixo do Sunset Club... E logo quando eu estava começando a pensar que ele era... alguém diferente.
- Ei – ele me chamou. – Esses próximos dias serão só nossos.
Dormi durante a maior parte da viagem. Quando chegamos, lembro de aterrissarmos, de passarmos pela imigração e de um concierge se oferecer para carregar nossas bagagens. Ficamos hospedados no Prince de Galles.
Durante os dias que ficamos em Paris, Marcelo pareceu mudado. Não me procurava à noite. Apenas se deitava de costas para mim e dormia. Durante todo o dia, passeávamos e fazíamos compras pela cidade.
Em nosso penúltimo dia, depois de voltarmos da Champs-Élysées, eu o parei, enquanto ele se despia no banheiro.
- Por que você está tão estranho?
Ele ficou calado. Lembrei de mim mesma viajando para lá.
- Hein? – repeti a inquirição meio receosa.
- Você não pode só ficar calada e aproveitar a viagem?
- Está sendo meio difícil...
- Olha... – ele me disse, saindo do banheiro nu. – Nós temos um contrato e estamos amarrados a ele. Eu não quero que você tenha medo de mim ou de quem eu sou. Perdão se você não gostou do que viu no Sunset. Mas aquilo é uma parte de quem aquelas pessoas são e também é uma parte de quem eu sou.
- Entendo... Tudo bem. Como você começou a gostar disso?
- Disso?...
- Sadomasoquismo.
Ele se cobriu com o roupão e se sentou na cama.
- Eu não conheço meus pais. Cresci num orfanato do interior. Um pouco antes de eu ser adotado, a filha da diretora do orfanato me espancou... E o estranho foi que eu gostei daquilo. Eu tinha doze e ela tinha dezoito, eu acho. E depois de me espancar ela me fez perder a virgindade. Nunca comentei sobre isso com ninguém. Eu e ela nunca nos vimos depois disso. Mas tive várias parceiras como ela depois. De alguma maneira, eu sempre atraía esse tipo de mulher. Depois eu mesmo passei a gostar de dominar e a procurar submissas.
- Você nunca tentou algo diferente?
- Sexo romântico? Já... Não tenho problema em fazer para a pessoa que está comigo se eu já estiver satisfeito. Mas não gosto.
- Também não conheci meus pais. Ao menos, não meus pais biológicos. Fui adotada aos doze.
Ele não disse nada. Apenas se levantou e me abraçou. Dormimos um nos braços do outro aquela noite. Foi nesse dia que eu tive certeza, apensar de todos os segredos, que eu estava apaixonada por Marcelo Bluewater.
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Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)
Romance{ +18} Amanda Ferreira vive entediada. Entre terminar a faculdade e trabalhar para o Dr. Macedo, ela conhece Marcelo Bluewater, um misterioso empresário. Juntos, eles começam a viver um romance intenso. Mas revelações sobre Marcelo fazem Amanda ques...