Capítulo 35

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Na noite do dia seguinte, Marcelo dispensou todos os seus compromissos na Bluewater Ltda. e veio para casa mais cedo.

- Quero te arrumar pessoalmente. – ele me disse.

Noeli foi para casa mais cedo. Nós ficamos a sós no apartamento, olhando um para o outro por um tempo.

Marcelo me levou para a frente do espelho e, sem dizer uma palavra, pegou a escova de cabelo e penteou meus cabelos. Devagar, deslizando a mão entre minha nuca e meu cabelo, ele fez a mesma trança de sempre. Por fim, buscou um novo vestido que ele havia escolhido, a capa e a máscara.

Como da outra vez, pouco depois das duas da manhã chegou o primeiro casal. Os outros o seguiram, discretos, parando seus carros próximos ao Sunset Club sem dar atenção às poucas pessoas que passavam na rua àquela hora. Aos poucos, o andar de baixo do Sunset foi se enchendo. Quando me dei conta, todas as cadeiras já estavam ocupadas e Marcelo, sentado ao meu lado, falava:

- Sobre hipótese nenhuma me desobedeça.

Concordei com um gesto discreto e esperei para ver o que aconteceria.

Quando todos se silenciaram, o homem grisalho se levantou novamente. Virando-se para olhar todos os casais, ele contemplava as mulheres com suas máscaras e os homens em seus ternos escuros. O sino foi tocado com força uma vez. E então o espetáculo dos enlouquecidos teve início mais uma vez.

Marcelo me tomou pela mão e lentamente me levou para o centro. Aos poucos comecei a perceber que, em meio aos gemidos e aos gritos de prazer, uma música tocava. Dançamos por alguns minutos, grudados nos braços um do outro. O membro dele estava ereto. Eu sentia medo, mas também estava excitada.

Quando terminamos a dança, um jovem de cabelos castanhos ondulados veio para junto de mim. Estendendo a mão, ele me perguntou:

- Poderia dançar com você?

- Vá. – ele disse, com um sorriso nos lábios. – Obedecê-lo agora é me obedecer.

Marcelo voltou à cadeira onde antes estava sentado. Seus olhos profundos nos encaravam.

- Qual é o seu nome? – perguntei ao estranho de cabelos castanhos.

- Aqui nenhum de nós tem nome.

Podia sentir o perigo me espreitando através dos olhos e do sorriso do estranho. Ele dançou de forma lenta comigo por alguns minutos.

- Qual é a sua senha?

- Maçãs.

Ao dizer isso, ele tocou em minha trança.

- Ajoelhe-se.

Obedeci-lhe.

Então o estranho me acertou no rosto. Foi um tapa forte e rápido o suficiente para me fazer desabar. Enquanto meu rosto beijava o chão e eu me esforçava para levantar, Marcelo gritou:

- Chega! Vamos para casa. – ele disse, olhando para mim. – E você – continuou, apontando para o estranho. – Nunca mais apareça aqui.

Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora