Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)

Capítulo 5

A primeira coisa que passou por minha cabeça foi dizer que eu já tinha bebido demais e que só queria ir para casa descansar...

Eu poderia ter falado isso sem problemas. Sei inventar uma desculpa convincente. Mas... Com esse homem não consegui dizer nada.

Quando me virei para olhar, fiquei espantada. Ele era alto e lindo. Tinha olhos pretos e cabelo castanhos escuros e cacheados parecidos com os do motorista de táxi. Usava uma camisa regata preta mostrando os bíceps torneados. Havia uma jaqueta de couro em sua mão esquerda. E, com a mão direta, ele me segurava.

– Qual é o seu nome? – ele me perguntou.

Eu estava nervosa, então, fiz o que eu sempre faço quando estou nervosa: sorrir o máximo que posso.

– Você consegue me ouvir? ­– disse ele, falando mais alto por causa do volume do som. Naquele momento, senti um tremor no estômago. Tenho certeza de que esse tremor não foi causado pela música alta.

Olhei para ele e finalmente consegui dizer alguma coisa:

– Consigo ouvir sim. – e voltei a sorrir histericamente.

– Legal. Quer tomar uma bebida? ­– eu assenti. E nós fomos.

De volta ao bar, ele se sentou no lugar da estranha. Minha mente só conseguia se perguntar o quanto daquilo havia sido culpa dela.

- Qual é seu nome?

- Amanda.

A partir daí, começamos a conversar. Durante todo o tempo, ele mantinha os olhos em mim. Parecia que ele queria que eu o encarasse de volta. Mas era desconfortável olhar para aquele rosto. Mesmo que fosse um rosto tão bonito. Talvez ele gostasse do fato de que eu não conseguisse encará-lo; talvez aquilo que lhe enchesse de uma espécie de prazer que eu desconhecia.

Contudo, conforme a conversa avançava, passei a me sentir melhor. Percebi que os únicos momentos nos quais ele não me encarava era quando eu retribuía o olhar. Quando eu o olhava, logo ele olhava para qualquer outra parte do meu rosto. Ele olhava, sobretudo, para minha boca, como se fizesse questão de dizer que me desejava.

Eu não sabia o que fazer.