Capítulo 18

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- Então, Amanda, por que acha que está aqui hoje?

- Sinceramente? Porque você é muito esquisito. E que história é essa de...

- Ei, calma... – ele fez um sinal indicando que eu parasse. Nesse momento, a outra assistente dele entrou com duas taças de vinho e uma garrafa.

- Obrigado, Caroline. – ele disse, um pouco antes de ela nos deixar sozinhos de novo. – Bem, eu queria apenas te ver essa noite... – ele começou

- Eu estou cansada, Marcelo. Eu mal te conheço. E o que você falou para o Dr. Macedo para deixar ele tão amedrontado?!

- Digamos que eu conheça João Macedo melhor do que ninguém e há um bom tempo...

- O que isso quer dizer?

- Nada que você deva saber por agora.

- Quem é você?

Ele estava balançando a taça para oxigenar o vinho; fez uma pausa e fixou os olhos em mim daquele jeito que eu amava e, ao mesmo tempo, temia.

- Vejo que prefere ir direto ao ponto do que aproveitar este belo vinho.

Ajeitei-me na cadeira e apenas respondi:

-Sim. Por favor.

- Eu venho te observando, Amanda. Há um bom tempo. E eu te desejo. Você deve ser minha.

Por alguns momentos, eu não soube o que dizer.

- O que você quer dizer com eu devo ser sua?!

- Que esta é a única coisa que eu quero, que eu não aceito outra coisa em troca.

- Você é louco?

- Você acha que uma mulher como você parou no Sunset Club naquela noite à toa?

- Quer dizer que?...

- Sim, eu armei para você.

- O Dr. Macedo sabia disso?

- Ele era o único que não sabia. Eu não me dou bem com ele há um tempo. Jamais ele me faria esse favor.

- Quer dizer que espionar a vida de alguém e controlar a vida das pessoas, para você, é apenas como pedir favores?! – eu me levantei, a palma das mãos apoiadas na mesa. – Você realmente é louco. Fique longe de mim!

- Calma, Amanda. Nem chegamos na melhor parte ainda... – ele disse, rindo.

- Eu não quero saber.

- Mas saberá. Sente-se agora! – ele apontou o dedo para mim e, pela primeira vez, levantou o tom de voz em minha direção.

Ele tirou do que parecia ser uma gaveta do seu lado na mesa uma pilha de papéis e, com um sorriso, a passou para mim.

- Quero que assine isso.

- O que é isso?

- É um acordo de que você será, para mim, aquilo que eu quiser que você seja e fará tudo que eu quiser na hora que eu desejar. Sem exceções, a não as que você puser aqui.

- Vá para o inferno. – cuspi no chão e me levantei para ir embora.

- Tudo bem, Manda. Nos vemos em breve.

Virei-me para ir embora. Atrás de mim, ele ria. Ria muito alto. Ria como alguém que já venceu.

Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora