Capítulo 27

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Esgueirei-me entre os participantes. Buscava a saída da festa. Quando a encontrei, vi que ela era guarda por dois guardas.

- Ei, vocês dois – falei, na direção deles. – Problemas lá dentro. O sr. Bluewater quer falar com vocês dois.

Eles se entreolharam por um segundo. Quando um deles começou a balbuciar em minha direção:

- Senhora, não acho que possamos...

- Agora!

- Sim, senhora. – e com um gesto pediu ao colega que o acompanhasse.

Assim que os dois saíram, conferi se havia mais guardas vigiando o perímetro da festa perto dali. Não havia. Mas eu sabia que não demorariam a chegar. Em frente ao local da festa, havia um terreno baldio, com algumas árvores e arbustos. Atravessei a rua e caminhei naquela direção.

Caminhei até onde os saltos me deixaram. À minha frente, num espaço formado pela intersecção de duas árvores, iluminado pela lua, eu vi os traços de seu rosto.

- Olá, Amanda...

- Doutor Macedo! – eu gritei correndo na direção dele.

Nos abraçamos por um longo tempo. Enquanto eu estava presa pelos braços dele, deixei escapar um soluço e comecei a chorar.

- O que aconteceu com você?

- Nada. Ele me deixou voltar para a cidade e ter de voltar meu consultório. Desde que eu não visse mais você...

- Entendo.

- Eu sinto sua falta, Amanda.

- Não se arrisque por mim, Dr. Macedo. Não sei como isso pode terminar.

- Não me chame mais assim. Me chame de João. Eu te amo, Amanda. E você sabe disso. – dizendo isso, ele me jogou contra uma das árvores e me beijou.

- Eu te amo, Amanda. Quero que você seja minha...

- Não, João! – gritei afastando-o de mim. – Você precisa ir embora.

- Ele vai te fazer mal, Amanda. Você não sabe quem é esse homem.

Nesse momento, começamos a ouvir barulhos de passos ao redor de nós.

- Amanda! – vozes desconhecidas gritavam.

- Seguranças! Você precisa sair daqui. – exclamei.

- Venha comigo, Amanda. Vamos fugir. Eu vou te amar de verdade do jeito que ele nunca irá. Marcelo é um monstro.

Minhas mãos suavam. Meus lábios tremiam. Ir ou não ir? Marcelo era um homem perigoso. Mas não era um homem que descumpria sua palavra. Se nós tínhamos um contrato de um ano, depois desta data tudo estaria acabado. Mas o que ele faria comigo se eu descumprisse o acordo?...

E, aliás, o que eu sentia por João?

- Vá embora, João.

Nessa hora, pude sentir o rosto dele se contrair numa expressão de verdadeira raiva.

Vindo de trás de nós dois, um tiro soou na escuridão. E João desapareceu.

Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora