Capítulo 22

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Se o contrato fosse simplificado, estaria escrito assim: "Agora você aceita ser minha. Este contrato será válido por seis meses. Caso a submissa chegue a seu limite, uma senha deverá ser usada para que o dominador pare imediatamente. Comunicação com o mundo externo será proibida sem a permissão do dominador".

- O que você ser pretende com isso, Marcelo?

- Que eu possa te conhecer. E que você possa me conhecer também.

- Você pretende me conhecer me mantendo presa?

- Tenho certeza de que vai gostar... Hoje é cinco de Julho. A questão é: será que, no início do próximo ano, você vai querer ir embora ou vai querer renovar o contrato?

- Quer dizer que, depois desses meses, eu estarei livre?

- Sim. Totalmente livre. Sem ligações para meus amigos pedindo que você seja rejeitada nas vagas de emprego e coisas do tipo... – ele riu. – Mas até lá se lembre de que o contrato prevê que qualquer desobediência deverá resultar numa punição. E eu escolho as punições.

Quando o advogado foi embora e nós voltamos a ficar sozinhos, ele completou:

- A partir de agora, quando estivermos sozinhos, me chame de Mestre. Entendeu?

- Sim.

- Sim o quê?

- Sim, mestre. – disse, engolindo em seco.

- José! – ele exclamou, chamando o motorista – Vamos.

Antes de assinarmos o contrato, definimos uma senha para quando o sexo tivesse de parar imediatamente.

- Maçãs? – ele sugeriu.

Eu concordei.

Andamos através dos corredores do prédio em direção ao carro. Ele dirigiu pela noite, que cobria a cidade como um cobertor escuro, pontilhado de estrelas, até se encontrar com o mar.

Não me surpreendi quando paramos em frente a um prédio de luxo que, logo reconheci, se tratava do prédio de Marcelo.

Parei um pouco, olhando para tudo aquilo. Marcelo me observava do seu lado do carro.

- Acredito que saiba o caminho, Amanda. – ele disse.

Sem dizer nada, abri a porta e saí do carro. Subimos em silêncio para a cobertura. Ao porteiro e aos demais vizinhos, tudo parecia estar bem.

A noite estava linda. A lua cheia se mostrava, branca e amarelada no céu, como a rainha dos astros daquela noite. Seus raios de vez em quando faziam brilhar meu vestido em meio ao balanço. Marcelo observava cada detalhe do que acontecia.

- Como se sente, Amanda? – ele me perguntou.

- Você só pode estar de brincadeira...

- Falo sério. Como se sente?

- Presa. Como um animal que foi encurralado e que está prestes a...

- A o quê?

- Não sei. Você me diz.

- Como eu disse, não farei nada que não deseje. Só precisa me obedecer e tudo ficará bem.

- E se eu não te obedecer?

- Há consequências para isso. – ele disse, virando o rosto para sentir o vento.

Marcelo então se virou e desceu a escada da cobertura. Com um gesto de cabeça, pediu que eu o acompanhasse.

Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora