Capítulo 14

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Eu gritei muito alto! Não sei se de surpresa, de alegria, de medo ou de um pouco de tudo. Marcelo Bluewater estava sentado na minha sala, de terno, tomando um whisky que não era meu num copo nada elegante que claramente era meu.

- Como assim?! – eu disse, sem saber se sorria ou se parecia brava.

- Disse ao porteiro que queria fazer uma surpresa para você. Depois foi só mostrar umas notas na carteira... Não gostou da surpresa?

- Não, não é isso... – E o que é então, Amanda? – Eu adorei... Só não estou pronta! – Dei uma risada longa para parecer que eu não ligava. – Além do mais achei que seu motorista é que viria.

- Decidi vir em pessoa. – Marcelo falou, se levantando do sofá.

- Por que?

- Porque eu desejei. – ele se aproxima e passa a mão em meu cabelo.

Por um segundo, minhas pernas tremem. Minhas mãos gelam. Um arrepio percorre meu corpo.

- Você... Você não quer comer nada?... – sussurro, me afastando de sua mão.

- Quero. – ele me diz. Mal consigo conter meu alívio.

- Posso fazer espaguete para nós dois bem rapidinho.

Enquanto eu esperava a agua ferver, percebi que ele não parava de me olhar. Ficava ali, sentado no sofá, com a cabeça virada para mim, em silêncio, me encarando. Quebrei o silêncio.

- Bem... Eu não te esperava...

- Normalmente não esperam. Eu gosto assim.

Eu ia colocar o macarrão na agua. Ele me interrompeu:

- Precisa de ajuda aí?

- Não... Enquanto eu cozinho, me fala mais de você. Não conversamos muito da última vez.

- Não há muito a ser dito. Terminei meus estudos em Roma, voltei ao Brasil, montei algumas empresas... Desde então, tô por aí.

- E o Sunset?

- O que tem ele?

- Quando ele foi montado?

- Há uns cinco anos. Eu já havia me consolidado. Ele não dá dinheiro, então, eu o sustento com uma parte do meu dinheiro pessoal. Mas o Sunset é um lugar legal no Rio Vermelho para as pessoas se reunirem. O mantenho porque gosto de poder dar esse lugar à comunidade.

- Não me falaram exatamente isso – ele olhou fundo nos meus olhos.

- Falam muitas coisas a respeito de mim e de meus negócios. Umas são verdadeiras. Outras simplesmente não são.

Então, como que do nada, senti ele começar a apertar meu braço.

- Quer que eu te mostre algumas coisas que são verdade, Amanda?

Meu Mestre Cheio de Segredos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora