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Três dias.

Corbyn está sumido há três dias.

Ele não responde as minhas mensagens e toda vez que eu fui até a casa dele procurá-lo, recebi uma encarada feia de Zach junto a frase que mais ouvi durante esse período:

— Ele saiu bem cedo. — Vejo o moreno rolar os olhos e não o julgo, até eu estou cansada disso tudo. Ele me dá passagem e eu entro, sem saber realmente o porquê de estar entrando já que quem eu vim procurar não está.

— Você acha que ele tá bravo comigo? Ele nunca fez isso antes. — Digo, ao que começo a roer a unha do dedão.  Zach cruza os braços, enquanto me olha.

— Talvez esteja, mas ele não mencionou nada. Na verdade, ele também não tá falando muito com a gente nos últimos dias.

— Oh meu Deus. — Me sento no sofá. O desespero já está tomando conta de mim e eu sinto meus olhos arderem. O que eu fiz de errado? O que eu deixei passar?

De repente, a porta da casa se abre. Quando direciono os meus mirantes para o local, vejo Corbyn entrar devagar. O loiro não parece surpreso ao me ver.

— Oi, Kai. — Ele diz e eu me levanto imediatamente. Zach apenas olha de mim para Corbyn e sai da sala, sem dizer uma palavra.

— Onde você estava? — Pergunto desesperada.

— Fui tomar um ar. — Ele parece sério.

— Por três dias? — Corbyn suspira e me chama com a cabeça, percebo que ele apontou para as escadas e sei que é um convite parar que eu o acompanhe ao seu quarto. Quando entro pela porta do mesmo, me viro bruscamente na direção do loiro, que parece calmo.

— Você vai me dizer o motivo de ter sumido e ignorado as minhas mensagens?

— Kai...

— Olha, se for por causa do Daniel, eu e ele só ficamos aquela vez. Eu pensei no que você disse sobre a banda e não vou estragar o seu sonho, não se preocupa. — Disparo, em seguida noto que ele respira fundo, ao passo em que se aproxima de mim. Corbyn coloca meu cabelo para trás da orelha e segura no meu queixo. Ficamos nos olhando por alguns segundos, até que ele encosta os lábios na minha testa, em um beijo carinhoso. Quando volta a me encarar, a cor dos seus olhos parece mais suave do que antes.

— Isso não tem nada a ver com você, tudo bem? Eu só precisava ficar sozinho pra espairecer. Tenho me sentido muito estressado ultimamente. — Semicerro os olhos e ele sorri. — É sério. — O garoto tira a mão do meu queixo e se afasta um pouco.

— Você poderia ter me pedido ajuda, não quer conversar sobre isso?

— É besteira. Me desculpa por ter te deixado preocupada, tá bom? — Ele passa por mim e se senta na cadeira da escrivaninha.

— Tudo bem. — Digo, sem querer insistir no assunto.

É claro que foi bobagem minha achar que ele ligaria para com quem eu transo ou deixo de transar. Como ele mesmo disse, foram uns 20 nos últimos anos e ele nunca demonstrou desaprovar.

Suspiro e me sento na cama.

— E então, você e o Daniel? — Ele começa a rodar na cadeira.

— Foi só uma vez e pronto. — Corbyn para de girar e me encara.

— Você deu um fora nele? — Questiona.

— Não dei um fora nele, só disse que ele não precisava me ligar e acho que ele entendeu o recado. A noite foi boa, mas eu não quero estender algo que sei que vai terminar. — Dou de ombros. — Inclusive, entreguei as roupas dele ontem quando vim te procurar. Meu amigo parece pensar sobre o que eu disse, em seguida volta a rodar na cadeira.

𝒄𝒍𝒊𝒄𝒉𝒆 ↺ corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora