Após uma boa macarronada e várias rodadas de Just Dance, eu e Corbyn resolvemos subir, pois o mar nos deixou cansados. Tomei banho primeiro e me deitei de barriga para baixo na cama dele, são duas de solteiro no quarto, e fiquei mexendo no celular dele até vê-lo sair do banheiro com o cabelo lavado. Meu melhor amigo está com uma calça de moletom cinza e uma camisa da mesma cor, que cai muito bem dele. Ele caminha até o espelho grande que fica de frente para sua cama e começa a secar o cabelo com a toalha vermelha que tem em mãos. Daqui, eu tenho uma boa visão da parte de trás de seu corpo, mesmo vestido ele ainda é um show. Seus ombros são largos e embora não pareça, ele até que tem uma bundinha legal. Mordo o lábio sem perceber e fico analisando o garoto por longos segundos, até que ele diz:
— Você tá me fazendo sentir assediado. Pare. — Pisco algumas vezes e depois sinto meu rosto ficar vermelho. Ai que saco!
— Não sei do que você tá falando. — Me viro de barriga para cima. Corbyn me olhar pelo espelho por um tempo que parece ser a própria eternidade, vestida para matar. Entretanto, não diz uma única palavra, até que se vira para mim e caminha até a cama, em passos lentos. De repente, estou o encarando de baixo.
Então essa é a visão.
O loiro se agaicha e toca o meu rosto, depois deixa um selinho em meus lábios.
— Você fica muito fofa com minhas roupas. — Sorrio. Ele notou.
Estou vestido uma camisa dele; ela também é cinza, estamos meio que combinando a roupa sem querer, mas ao contrário da dele, que é toda lisa, a que estou tem um planeta no meio e o nome "NASA".
— Deita aqui. — Bato na parte da cama que está ao meu lado e, sem demora, ele se deita. Entretanto, ao invés de ficar na mesma posição que eu, ele fica de lado e me mira com seus belos olhos claros. Quando menos percebo, estou virada para ele também e sua mão toca a minha coxa, pois não estou usando nada por baixo da camisa, já que ela fica grande em mim. Ele acaricia minha pele por algum tempo, até que puxa minha perna para cima de si. Fico decepcionada ao notar que, ao invés de colocar a palma sobre a minha bunda, ele sobe a mão para a minha cintura. Ao notar o jeito triste que o olho, ele dá uma risadinha de moleque.
— Devagar, estamos indo devagar. — Diz, como se tentasse lembrar as regras de algum tipo de contrato.
— O quão devagar devemos ir? — Bufo. O cantor sente a impaciência em minha voz, pois passa uma mecha de meu cabelo para trás da orelha.
— Eu te amo. — Diz, simplesmente.
Acho que se eu estivesse bebendo algo, engasgaria.
— Eu... — Respiro fundo. — também te amo.
Juro que consigo ver seus olhos brilharem, como se ele fosse uma criança que pede um brinquedo aos pais por meses e acaba por ganhá-lo no natal. Ele me olha como se eu fosse a coisa que ele mais cobiçou em sua vida. Acho que isso deveria me assustar, mas só me dá confiança para aproximar nossos rostos e beijá-lo, bem devagar.
Começa com um toque singelo dos lábios e, quando me dou conta, estou perdida. Corbyn junta nossos corpos, mas mantém toda a delicadeza do ato. Sinto sua língua se enrolar na minha, ele sabe o que está fazendo. O beijo dele é viciante; quanto mais nós beijamos, mais eu quero beijá-lo. Sei que ficamos muito tempo fazendo isso, mas quando ele corta o contato, quase o puxo de volta. Seus olhos me capturam outra vez e ele sorri pequeno.
Caramba, eu realmente o amo.
— Você quer dormir comigo? Podemos, sei lá, juntar as camas. — Corbyn sugere.
Após fazê-lo com o cantor, me encontro deitada debaixo das cobertas grossas. Aqui faz muito frio a noite, por ficar de frente para o mar.
Corbyn se deita ao meu lado, depois de apagar a luz. Me viro de costas para ele, na intenção de ficar de conchinha e ele ri próximo ao meu ouvido, então se encaixa atrás de mim e passa os braços pela minha cintura, ao que me aperta contra ele. Sua boca está quase colada na minha orelha, isso faz meu pescoço se arrepiar, pois cada vez ele respira, consigo sentir o ar quente contra a minha pele e por estar nessa posição, possibilidades inapropriadas se passam pela minha mente.
— É bom ficar assim com você. — Digo.
— Podemos dormir assim todos os dias, quando a gente se casar. — Ele diz, depois de algum tempo.
— Nós nem namoramos e você já tá falando em casamento? Vai com calma, não estamos no século XIX. — Sua risada baixinha faz eletricidade correr pelo meu corpo. Oh céus, se ele continuar a existir, eu não vou me controlar.
— Você colocou uma viseira em mim, Kai. Não consigo ver mais nada no meu futuro, além do seu rosto. — Corbyn sussura. Não sei o que dizer, então não digo nada. Isso foi algum tipo de declaração de amor, eu tenho certeza.
No escuro do quarto, me imagino vestida de noiva. Consigo ver Corbyn me esperando no altar, com um sorriso radiante. Como será que ele vai estar em alguns anos? Não consigo enxergá-lo com uma aparência mais velha; barba e etc. Entretanto, sei que ele vai continuar lindo.
Acho que o loiro dormiu, pois escuto seu ressonar tranquilo atrás de mim e ele também não disse mais nada. Meu melhor amigo sempre teve facilidade para dormir, nas vezes que eu ia passar a noite na casa dele, geralmente acabava assistindo Gossip Girl sozinha, enquanto o garoto já estava em seu décimo sono.
Baseada na segura idéia de que meu amigo adormeceu, lambo os lábios e, para mim e para a escuridão da noite, digo:
— Eu te vejo até nos meus sonhos, é justo que eu seja quem você vê no seu futuro.
↠
![](https://img.wattpad.com/cover/224562633-288-k176712.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝒄𝒍𝒊𝒄𝒉𝒆 ↺ corbyn besson
FanfictionKaia e Corbyn são melhores amigos, mas para manter essa amizade eles precisam esconder os seus verdadeiros sentimentos um pelo outro. 𝟭𝟯/𝟬𝟱/𝟮𝟬𝟮𝟬 → ?