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Pov Jennie

- Venho mais tarde?

- Hum, hoje não, tenho plantão. Te ligo mais tarde.

- Até, amor.

Aquela palavra me incomodava, mesmo sendo namorada do Kai a quase quatro anos, me sentia incômoda ao lado dele.

Eu segui por segundo andar, olhando algumas salas, checando as fichas de alguns pacientes mesmo acabando de chegar.

- Vai com calma, Jen! Ainda tem doze horas pela frente.

- Oi, Chae. Eu sei, estou tentando manter tudo organizado agora, pra depois passar na ala da enfermagem. Ainda acho injusto o sistema desss hospital, em tratar as pessoas que não tem dinheiro como um animal.

- Porque não fala tudo isso na reunião da semana que vem.

- Não quero perder o meu emprego, você sabe como eu lutei para tê-lo. Jisoo já chegou.

- Está a caminho, vai trazer o nosso jantar.

Eu assenti indo diretamente para o meu consultório. O turno da noite, nos meus primeiros dias de estágio me dava medo, muito medo. Pois ficava sozinha naquele hospital, e os filmes de terror me mostravam que aquele local era mais assombrado que o próprio inferno. Mas depois que conheci Chaeyoung e Jisoo era até satisfatório ficar ali, além de ser muito engraçado.

- Jennie você pode revisar esse raio x aqui, é da senhora Song.

- Claro, já levo na sua sala.

Nem sempre gostei da medicina, meu desejo de cuidar e salvar as pessoas veio quando eu perdi a minha irmã mais nova para uma pneumonia. Ela tinha apenas dez anos quando se foi. Eu entrei em uma depressão profunda, saindo da cama apenas para ir no banheiro.

Mas eu pensei, lembrei, que Doha não gostava de me ver triste, e sempre me incentivava a fazer o que eu queria, e por ela eu dava o meu melhor. Graças a Doha eu virei uma pessoa sensata, e tendo vontade de proteger qualquer ser humano dependente.

- Tudo indica que ela está com um tuberculose avançada. Vou examiná-la agora mesmo.

Aquela senhora já estava ali no hospital a quase um mês, e o seu quadro se agravava cada vez mais. Eu sentia uma dor grande em vê-la, havia criado um laço forte com ela, como se fosse a minha mãe.

- Boa noite, Nona! Como se sente?

- Fraca, filha, me sinto fraca.

- Eu vou fazer alguns exames em você, Nona, e poderá descansar, tudo bem?

Como eu imaginava, ela estava com tuberculose. A senhora Song era a mulher mais forte que eu conhecia e certamente sofreria muito quando ela partisse.

- Tudo bem, Nona, descanse um pouco. Boa noite.

- Boa noite, minha filha.

Ao descer no primeiro andar, o andar da enfermaria, notei a chegada de uma pessoa nova, era comum, aquele hospital era o único que tinha vagas para pessoas sem condições financeiras para pagar um quarto mais caro ou exames mais caros, mas mesmo assim, eu não gostava do jeito que algumas enfermeiras tratavam os pacientes debilitados.

Eu me aproximei, vendo o que se tratava,  era uma garota. Tão branca, sem cor alguma em sua boca. Ela tinha um corte em sua testa, que era escondido por sua franja bem arrumada. Olhei para os seus batimentos e eles eram quase inexistentes.

- O que temos aqui?

- Eu não faço a mínima ideia do que seja, senhora Kim. Fizeram uma ligação e quando chegaram encontram apenas ela.

Eu fui até a recepção para obter mais informações e autorização para examiná-la. Mas a única coisa que eu consegui de fato foi a autorização. Sem nome, ou qualquer coisa relacionado a ela.

A noite seria longa, doze horas não seria suficiente.

Wake up, my dear ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora