Wake up, my dear ( Jenlisa G!P)

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- Grávida... a minha melhor amiga está grávida... meu Deus, Jennie Kim do céu...

Acho que de tudo o que Jisoo disse, essa foi a única coisa que prestei atenção. Havia uma vida se formando dentro de mim a um mês.

Como eu fui lerda, meu Deus. Isso era tão óbvio.

A partir daquele momento, as vozes de Jisoo e do médico sumiram, e parecia que só eu funcionava de fato. Olhei para baixo, fitando a minha barriga. Tinha algo ali dentro crescendo, dependendo de mim, e da Lisa.

Meu Deus, a Lisa! Como ela vai reagir a tudo isso?

Um medo começou a tomar conta de mim, e se ela não aceitasse? Não compreendesse ou algo do tipo. Apesar de gostar muito dela, estávamos juntas durante três meses apenas, não era tanto tempo assim. Poderíamos não dar certo, ela poderia ir embora, e eu ficaria sozinha com um bebê pra cuidar.

Ai meu Deus. Teria que trabalhar o dobro, arrumar uma creche que aceitasse tempo integral, uma babá, caso eu e a Lisa não ficarmos juntas. Teria que me mudar, comprar uma casa maior, crianças são gastos, e muitos.

- Jennie. Você ouviu?- olhei para o médico, concordando com tudo o que ele falava, mas não ouvindo nada de fato.

Se a Lisa não aceitasse...

- Então, vejo você daqui a um mês, mais uma vez parabéns, mamãe.

Mamãe. Alguém iria me chamar de mamãe. Bom, na minha cabeça, Tom já me chamava de mamãe e aquilo já estava bom. Mas agora uma criança. Era estranho pra mim.

- Bom, agora já sei o que te dar de natal. Uma cartela de anticoncepcional e um monte de camisinha. Caraca, Kim... eu vou ser tia! Isso é assustador, mas tão empolgante.

Porque eu não conseguia reagir? Eu não consegui falar nada. Comemorar. Chorar. Negar. Simplesmente não conseguia pensar em nada a não ser a reação da Lisa.

- O que foi? Porque está tão calada?

- A Lisa... eu... eu não sei como vou contar isso pra ela...

- O mais óbvio seria com a boca, não?- eu riria daquela piada tão sem graça, mas rir era a última coisa que vinha na minha cabeça.- Hey, fique calma. Se você quiser eu e a Chae podemos falar.

- Não... não sei se é uma boa ideia contar...

- Jennie, vai esconder algo tão importante assim? Como assim você não vai contar para a Lisa? Pirou foi? O filho é dela, é claro que ela precisa saber.

- Podemos ir pra casa? Me sinto enjoada...

Lisa não estava quando eu cheguei, foi até melhor. Poderia formular cada palavra para dar aquela notícia tão... sem definição no momento.

Parabéns, mamãe!

Lili, eu estou grávida.

Amor... iremos ter um bebê...

Nenhuma das opções me pareciam convincentes. Resolvi tomar um banho para inovar as ideias e me acalmar da onda de informação que tomou conta de mim nas últimas horas. Olhei para a minha baffiga mais uma vez, sem reação alguma. Sem alegria. Sem tristeza. Sem ansiedade. Ou sem desespero. Apenas, tinha alguém dentro de mim.

Ouvi o barulho da maçaneta e logo a voz doce de Lisa cumprimentando o Tom como fazia todos os dias. Sai do quarto recebendo de imediato a sua atenção. Ela sorriu e andou em passos largos até mim. Não consegui corresponder o seu abraço como fazia todos os dias.

- Foi ao hospital?- e balancei a cabeça.- E então? Descobriu o que tem, Nini?

- É... sim... é apenas uma virose, não se preocupe.

- Você já está melhor?

- Sim, eu vou ficar, o médico me passou alguns antibióticos, em breve vou ficar bem.

O que eu fiz? Havia acabado de mentir na cara dura para ela! A mãe do meu filho! Meu Deus, eu estava perdida.

- Tudo bem, vou tomar banho.

- Lisa!- segurei o seu braço, determinada a contar, mas ao ver seus olhos, travei mais uma vez.- Nada, amor. Vou fazer algo para comermos.

- Tem certeza que está tudo bem, Nini?

- Sim...- ela me encarou durante um tempo, mas sorriu deixando um beijo em minha testa, tal ato me deu vontade de chorar.

- Eu acretido em você, Nini. Sei que não mentiria para mim. Agora eu preciso de um banho! Depois te conto sobre a prova.

O jantar foi estranho para mim, me sentia culpada por não contar o que realmente estava acontecendo. Estava esperando uma criança, dela. Assistimos um pouco de TV até eu perceber que o ar para mim estava muito pesado. Eu estava mentindo para a mulher que eu tanto gostava.

- Eu vou me deitar, esses antibióticos me dão muito sono. Você vem agora?

- Vou terminar de assistir e já vou.

- Leva o meu celular?

- Claro, Nini.

Eu me enfiei debaixo das cobertas, colocando a mão na barriga por algum motivo. Eu estava me odiando naquele momento.

Quando o sono começava a me dominar de verdade, escutei a voz da Lisa, achei que estivesse falando com Tom, mas quando escutei os seus passos fortes e rápidos pelo o corredor, e a porta se aberta com uma força desnecessária, soube que deixar o meu celular na sala foi um erro.

- VIROSE, JENNIE? NÃO SABIA QUE VOCÊ TRATAVA UMA GRAVIDEZ COMO A PORRA DE UMA VIROSE!