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- Credo que cara de acabada.

- Obrigada, Chaeyoung. Passei a noite estudando.

- É sobre a menina da enfermaria?

- Sim.

- Descobriu algo?

- Não... é difícil quando não se tem nenhuma informação.

Tomei mais uma gole daquele café amargo e voltei as pesquisas. A única esperança que eu tinha era esperar a garota acordar, isso também não acontecia. Dois dias completamente apagada. Ela poderia estar em coma.

Os médicos principais passavam pela ala da enfermaria e fingiam que não havia ninguém ali. Ok, tinha três pessoas contando com a menina, e elas precisavam dos mesmos cuidados que os pacientes capacitados de pagar tinha. Eu, Jisoo e Chaeyoung cuidavamos de Clare e Marley, os gêmeos de dezessete anos apresentavam vários quadros e foram abandonados pelos os pais ali no próprio hospital. Eles melhoravam, e logo seguida pioravam, era horrível ver um deles chorar, dependiam da gente para praticamente tudo. E agora tinha mais uma.

Uma bela garota adormecida.

- Oi, Karen, você poderia, hum... me passar o endereço de onde aquela garota foi socorrida por favor? Eu preciso de alguma informação para poder descobrir o que ela tem.

- Eu não posso fazer isso, Jennie, ainda mais para uma estagiária, é contra as regras do hospital.

- Com quem eu tenho que falar pra conseguir essa pequena e quase inexistente informação?

- Tzuyu.

Eu estremecei. Não era apenas Tzuyu. Era A Tzuyu. Chefe do departamento e além disso, dona. Ela era a diretora e fundadora do hospital que eu tanto lutei para conseguir um estágio e com certeza ela me falaria não.

Premitidado, pois meu único contato com ela foi quando todos os estagiários chegaram para fazer uma visita ao local, ela era intimidadora, séria, fria e alta. Ela era muito, muito alta. Eu e as minhas amigas éramos formigas perto dela.

Mas no fundo, bem lá no fundo, eu sabia que ela era uma boa pessoa, pois eu a vi com a esposa e com a filha de aproximadamente dois anos, e a imagem de uma mulher que comeria você viva sumiu, e a única coisa que se via ali era uma mulher totalmente apaixonada pela família. Curiosamente eu conhecia a mulher dela. Sana. Estudamos juntas no colegial, não nos falávamos mas ela participava do mesmo grupo de estudo que eu.

- Você vai arriscar?

- Hum... não... mesmo assim, muito obrigada, Karen.

Eu voltei para a enfermaria trocando o soro dos gêmeos mais uma vez, uma mera desculpa para dar uma checada na garota.

Eu fiquei um longo tempo a observando, olhei o pequeno corte em sua testa, o qual eu mesmo tratei de colocar um curativo, seus batimentos estavam melhores do que antes, ainda fracos.

Ela tinha um semblante literalmente angelical, como se não sentisse dor, como se dormisse e sonhasse com coisas boas, e fiquei feliz por ela não estar sofrendo enquanto dorme, por algum motivo.

Eu só precisava saber qual era a razão dela ter tido convulsão, e porque ninguém estar ali com ela.

- Achamos algo! Vem!

Eu segui Jisoo, ansiosa para saber o que ela e Chaeyoung haviam descoberto. Minha amiga cedeu a sua cadeira, me fornecendo uma ótima visão da tela do seu computador.

- Falta de oxigênio no cérebro? Não isso é impossível! Pelo o que eu estudei, a maioria das pessoas que sofrem por falta de oxigênio no cérebro morrem antes mesmo de chegar no hospital, é raríssimos os casos.

- Então acha uma solução cientificamente mais óbvia.

- É raro, Jennie, mas não é impossível. Lembra que no hospital, nada é impossível.

- Ok. É aceitável de fato, mas não convincente. Como isso aconteceu então?

- Uma coisa de cada vez, Kim.

- Uma simples pancada em um certo lugar da cabeça pode abrir válvulas e causar isso.

- E ela chegou com um corte na cabeça...- eu sussurrei.

- Bingo!

- Não, não. Nada de bingo, Chaeyoung, pode ser uma mera coincidência.

- O que sugere?

- Eu pedi para Karen o endereço de onde ela foi socorrida, mas é contra as regras. E se eu quisesse teria que falar com a escada de bombeiros.

- Prefiro ter o meu coração dentro do meu peito então.

- Gente, não tirem conclusões assim da Tzuyu. Ela não parece ser tão má assim, só porque ela é alta. Meu pai é alto e não é mau.

- Mas tem cara.

- Cinco... seis... sete...

- O que-

- Oito... nove.. vamos!

- Aonde? Que? Espera aí, Jennie. Você começa contar igual uma idiota e quer nos arrastar assim? Quem garante que você não vai levar a gente para um psicopata?

- Karen tem um intervalo de quinze minutos agora, vamos pegar o endereço! Vocês vem?

- Adoro agir como uma ladra! Vamos então.

- Vocês me metem em cada coisa.

- Amo vocês duas.

Wake up, my dear ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora