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- Eu volto mais tarde, querida. Sabe onde achar o número do meu celular, certo?

- Em cima da geladeira.- recebi a sua resposta juntamente ao um selar de lábios.- Não demore.

- Não vou, fique bem.

A caminho do hospital memorizei alguns exames que Lisa ainda tinha que fazer, aos poucos ela ia repondo as vitaminas que faltava em seu corpo.

Ao chegar lá, me reuni com Chae e Jisoo, pois Seung implorou quase nos intimidou com uma arma na nossa cabeça, alegando que tinha algo muito importante para nos falar.

- Bom, como eu falei para todas vocês, e como já perceberam, os seguranças e alguns materiais andam sumindo do nosso setor e do segundo andar. Eu pesquisei, e muito, e sim alguém está nos roubando além de estar sumindo com os seguranças.

- Espera aí, Seung. Você está nos falando que alguém deu fim nos seguranças de dois setores? Isso é quase impossível, teria que ser uma pessoa muito forte bem mais forte que os seguranças desse hospital. Talvez a Tzuyu esteja mandando eles embora. Nós somos apenas estagiários, obviamente ela não nos informaria.

- Vocês não escutaram nada do que eu disse ontem, não é mesmo?

- Você ligou pra gente era três horas da manhã, menino. Nessa hora eu estava na cama com a Lisa.- ao fechar a minha boca os três olharam para mim como se eu tivesse acabado de declarar que era uma Deusa egípcia.- Dormindo! Estávamos dormindo, suas mentes sujas!

- Ontem Tzuyu me colocou no térreo para ajudar as enfermeiras com casos mais pequenos, eu vi quando os três seguranças do terceiro andar subiram, e eu fiquei aqui até de manhã. Eu sei o horário de intervalo de cada um, e que no terceiro andar não tem banheiro, eles não podem simplesmente terem evaporado da face da Terra! Eu vi perfeitamente quando Nayeon e Jeogyeon entraram na sala onde as máscaras de oxigênio e o material para aplicar a morfina ficam refrigerados e guardados, não posso dizer que foram elas, pois não tive tempo de vê-las saindo, mas é suspeito não.

- As suas pesquisas são válidas, Seung. Já faz um tempo que eu venho notando algo estranho, mas não posso simplesmente chegar na escada de bombeiro e apontar a minha opinião sobre eles. Ela vai é me demitir.

- Temos que ter provas mais concretas.

- O Sungjun é do mesmo bairro que a Lalisa foi criada. Ele é filho de um dos chefes, não sei especificamente qual, eu o conheci quando éramos pequenos. Brincávamos juntos mas minha mãe me proibiu de vê-lo quando o bairro dele entrou em confronto com a polícia.

- Você nos conta isso agora?

- Era algo que eu queria esquecer, e de fato eu havia esquecido. Mas veio átona quando eu o vi aqui.

- Ele mexeu com você?

- Não. Ficou bem distante até. É com esse tipo de pessoa que estamos lidando, eu sei que nem todos os estagiários estão envolvidos alguns são do bem, eu sinto isso. Mas aquela Nayeon e a Momo não me passam nem um pouco de confiança...

- E se pegarmos as imagens da câmera de segurança de todos os andares? Podemos fazer uma análise.

- Sem chances, você sabe quem toma conta desse sistema.

- Eu consigo amolecer o coração da fera. Nos reunimos de novo quando eu conseguir. E, Jennie, mesmo a Lisa estando na sua casa com você, tome cuidado. A cidade é pequena e eu sei o qhe aquelas pessoas podem fazer para se vingar de uma dívida não paga.

Claramente fiquei assustada com aquele aviso, não desesperada pois eu sabia que a Lisa estava segura comigo, e que praticamente ninguém que era da minha confiança sabia onde eu morava, apenas os meus amigos.

Era impressionante, acho que quando a pessoa é ruim, ela vai te perseguir pro resto da vida. Foi praticamente eu pensar em arrumar as minhas coisas que o Kai aparece na entrada do hospital. Eu estava pronta pra saber o que ele queria dessa vez, mas quando vi Nayeon se atirando nos braços deles, e o beijo que os dois deram, me senti enjoada. Vi quando ele entregou o capacete da moto - que eu usei um dia - para ela e os dois saindo de mãos dadas.

"Finalmente ele está seguindo a vida." Agradeci.

Quando meu carro virou a esquina para a entrada do meu prédio, consegui ver Lisa na varanda molhando as pequenas plantas que ela se dedicou a cuidar, não sabia se ela já conseguia reconhecer o meu carro, mas assim que parei ela entrou.

Fiquei ansiosa querendo que o elevador fosse mais rápido apenas para poder vê-la, seis horas era o suficiente para mim sentir uma grande falta dela. Ao entrar, a escutei cantarolando na cozinha, outro ambiente que ela gostava também, isso eu consegui perceber nos três primeiros dias.

- Lisa, estou em casa.

- Não saía daí! Eu tenho uma surpresa, sente-se no sofá.- logo fiz o que ela pediu, e vi o seu esforço e a sua concentração para trazer uma bandeja com um copo de suco e um prato com um simples sanduíche. Junto havia uma carta.

Ela deu um passo para trás, e curiosa eu abri aquele pequeno pedaço de papel.

Eu gosto dos seus olhos, do seu cabelo e do seu perfume. Eu gosto de você.

Com amor, Lalisa.

A letra bem feita, com algumas palavras riscadas e refeitas, uma pequena carta que me mostrou o seu grande avanço em relação a escrita e a leitura.

- Eu tive que olhar para tabela de palavras algumas vezes... mas eu tentei de todo o meu coração escrever sem errar nada...

Eu já sentia o nó em minha garganta ao ler simples palavras, e não me importei em chorar quando a abracei. Ela estava aprendendo isso que importava. Lalisa com um pouco de esforço e paciência aprenderia a fazer as coisas básicas da vida, e eu estava ali ao seu lado.

Grudei as nossas testas raspando o meu nariz no seu, seus dedos secaram as minhas lágrimas, me fazendo rir sem jeito.

- Você está orgulhosa, Nini?- Lisa foi a primeira pessoa que chamou daquela forma, e eu achei tão lindo que a única coisa que eu pude fazer foi beijá-la, enquanto ainda sentia as lágrimas rolando.

- Eu estou extremamente orgulhosa de você, querida. Eu também gosto de você.

Nosso momento foi interrompido por quatro batidas na porta, e eu jurei que mataria a Chae ou a Jisoo, pois só as duas tinham autorização para subir sem o porteiro me avisar. Lisa soltou a minha cintura e se pôs a comer o sanduíche que ela havia feito pra mim. Ela fazia isso as vezes, mas eu não me importei. O grande sorriso que estava em meu rosto sumiu ao ver dois rostos muito conhecidos por mim.

- Mãe...? Pai...?

Wake up, my dear ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora