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Nós quatro entramos naquele prédio, como três assasinas, só faltou a explosão atrás de nós. O porteiro logo nos impediu mas a única coisa que Tzuyu falou "estamos aqui para salvar uma vida, não atrapalhe, ou quem perderá a vida aqui vai ser você" e mais nada aquele velho falou.

Subimos até o oitavo andar, meus olhos emanavam fogo, minhas mãos fechadas em punhos, e aquele ar de quem mataria quem fosse preciso estava reinando sobre mim, uma verdadeira bad girl.

Em silêncio o corredor nos parecia infinito, a última porta parecia distante a cada passo que dávamos, era ansiedade eu sabia. Quando Tzuyu fez um sinal com a mão, nós paramos. Ela ficou quieta, e como se conseguisse prever o futuro, a sua arma foi sacada e segundos depois Seung abriu a porta, também com uma arma.

- Abaixa essa arma, ou eu atiro.

- Nos entregue a menina, ou eu atiro.

- Você é um monstro, Seung. Porque fez isso com a gente?

- Pensei que fosse nosso amigo.

- Eu pensei que nós fossemos melhores amigos, Bic.- eu vi o seu olhar vacilar ao relembrá-lo daquele pequeno apelido tirado de uma piada interna minha e dele.

- Elas não estão brincando... elas são perigosas de verdade... saíam daqui por favor...

- Só queremos a menina de volta, Seung, vamos sem causar confronto algum, a polícia não será notificada, e tudo isso fica entre a gente. Só nos deixe passar.

No fundo eu sabia que ele não era ruim, apenas eu sabia. Ela deixou a arma no chão assim quando Tzuyu voltou a andar fomos com ela. Antes que eu pudesse entrar, olhei pra ele, bem no fundo dos olhos dele, e sussurrei um simples "obrigada", não queria mais problemas, mais do que eu já tinha.

- Mas você é um fraco mesmo não é, Seung? Pois bem, nós não somos.- aquela voz, aquela maldita voz que dês do primeiro dia havia me irritado, havia me mostrado que nela eu não poderia confiar. Nayeon apareceu e logo atrás dela Momo, a menina que tanto pedia para sair comigo. Mas em nenhum momento vi ou ouvi Lisa, aquilo começou a me apavorar.

- Cadê a Lisa?

- Direta você, Jennie. Lisa está bem não se preocupe.

- Nos devolva a garota, Nayeon.

- Hum... eu não quero.- ela riu.

- Temos o vídeo, sabemos o que fizeram com os seguranças!

- Acha mesmo que isso nos assusta, Chae? Isso não é nada. Meu pai pediu ela, e ele terá ela.

Meu mundo estava morrendo ali, sentia que encontraria Lisa do pior modo, agora eu parecia uma garotinha de dez anos com medo de brincar na caixa de areia por conta das outras crianças.

- JENNIE!- ouvimos o grito abafado daquela voz que eu bem conhecia, uma voz desesperada vindo do corredor atrás delas, bem no momento que uma arma foi apontada na cabeça de Jisoo.

- Se vocês derem um passo, ela morre.

O que ela não esperava era que eu e Chaeyoung descemos a volta por cima, e colocasse as nossas armas na cabeça dela.

- SE NÃO SOLTAR ELA AGORA, VOCÊ MORRE!

- Você não tem coragem nem de matar uma mosca, Jennie, quem diria um humano.

- Você não é um humano. Você é um monstro, Nayeon.

- Vamos, cadê a menina?

Minha paciência estava acabando, e a vontade de atirar nela era grande. Tinha duas armas apontada em sua cabeça mas parece que ela não se abalava, não tinha medo, Momo já estava ao lado de Seung, e os dois claramente ja haviam desistido.

Nayeon virou seu olhar para mim, e prevendo mais uma vez o que aconteceria, Tzuyu me puxou bem tempo. Ela havia atirado. Nesse momento toda a minha pose havia sumido e eu só queria sair dali. Quando vi o corpo caído ali ao meu lado fechei os olhos querendo acreditar que ele não estava morto. A bala acertou em Seung.

Foi quando tudo começou a virar um inferno.

Tzuyu também atirou, mas não para pegar de fato e sim assustar Nayeon. Aqueles sons eram ensurdecedores e eu conseguia escutar os gritos de Lisa vindo de alguma porta daquele corredor.

Jisoo de algum modo fantástico, depois de dar um belo soco na cara dela, a imoblizou por trás ainda sim, apontando a arma na sua cabeça.

Havia um corpo estirado no chão, e como se já não estivesse ruim, ouvimos barulho de sirenes ao longe. Momo foi a primeira que correu dali, e a única coisa que eu fiz, também foi correr em direção ao corredor. A gente estava ferrada, eu sabia disso.

Ao abrir a segunda porta, encontrei a minha menina sentada em um canto, com as mãos no ouvido, com os olhos fechados com força e o seu gatinho em seu colo. Me ajoelhei na sua frente e toquei o seu braço, Lisa logo deu um grito se esquivando mais ainda.

- Querida, sou eu... sou eu a Jennie. Abra os olhos, estou aqui.

As lágrimas se fizeram presente quando ela me abraçou, desesperadamente, voltando a chorar quando colocou o rosto na curva do meu pescoço. Eu relaxei por alguns segundos me desgrudando dela e conferindo cada parte do seu corpo, em busca de algum ferimento, mas pelo jeito não havia nada.

- Elas te machucaram, meu amor? Tocaram em você?

- Não... eu não gosto de ficar aqui... vamos embora por favor, Nini...

Os polícias já estavam na sala quando saímos do quarto, Chaeyoung desesperada explicava a eles o que de fato havia acontecido, mas quem realmete botou ordem e deu a palavra final foi Tzuyu, de qualquer jeito teríamos que ir para a delegacia.

Ao ver o corpo no chão coberto, meu coração apertou, ele fez parte da minha vida, ele me fez rir muitas vezes, até gostei dele em uma época, ficamos algumas vezes, de todos os finais, não era esse que eu queria para Seung. Meu melhor amigo, infelizmente.

Graças a Tzuyu, não ficamos tanto tempo na delegacia, apenas Nayeon, que responderia por seus atos. Tive que notificar a família de Seung sobre o sua morte, mesmo ele estando junto a elas, fiquei acabada por conta daquilo, querendo ou não, em uma parte da nossa vida fomos muito felizes juntos. Prometi a mãe dele que eu e as meninas estaríamos presente em seu enterro, ajudando e apoiando ela e o marido. E finalmente voltamos para casa.

Lisa quieta, tremendo, chorando agarrada ao Tom, que continuava calma e sonolento. Ao entrarmos no apartamento, como se fosse a primeira vez, guiei ela até o banheiro, minhas mãos secando todas as lágrimas que caíam de seus olhos, meus lábios deixando beijos nos seus rastros molhados, querendo que ela entendesse que agora estava tudo bem.

- Seu melhor amigo morreu... me desculpe por causar tudo isso, Jennie...

- Não me chame assim, querida, a culpa não é sua... olha pra mim.- segurei o seu rosto firmemente, encontrando aquelas esferas esverdeadas em completo conflito interno.- Nunca mais se culpe por qualquer outra coisa, me escutou?

- Se eu não quisesse ser amiga da Nayeon...

- Não tinha como saber, meu amor, lembra que eu te contei que ninguém se mostra de verdade? Ela nos enganou, enganou todo mundo, você queria apenas uma amiga, e isso não é um erro.

- Você perdeu o seu trabalho por minha culpa, e perdeu a entrevista por minha culpa também-

Ouvir ela se culpando por tudo me fez querer gritar, que droga a culpa não era dela. Não a deixei terminar grudando as nossas bocas com tanta necessidade, que senti o gosto metálico do sangue entre nós. Empurrei minha língua sem cuidado algum pra dentro, criando borboletas no estômago quando ela me recebeu com a mesma intensidade.

Suas mãos caindo em minha cintura e as minhas se pedendo completamente em seus fios. Nossos corpos grudados, nós abraçadas, chorando por algum motivo desconhecido.

- Eu te amo, meu amor...- sussurrei.- Eu te amo muito...- senti o seu sorriso em meu pescoço, e o seu abraço bem mais forte.

- Eu também te amo, Nini...

Wake up, my dear ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora