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- Amanhã tenho que ir a um lugar. Ele é meio longe daqui e talvez eu demore um pouco mais que o normal para chegar.

- Tudo bem, não vou ficar chateada, o Tom está aqui agora!

- Porque você não sai com o Seung? Eu falei com ele, tem alguns lugares maravilhosos na cidade que você ainda não conheceu comigo, se você quiser ir claro.

- Eu acho legal, mas o Tom vai ficar aqui sozinho?

- Ele vai ficar bem, querida, não se preocupe.

A música que o seu coração fazia me acalmava, acho que dês do seu primeiro abraço eu me senti completamente bem, e em casa. O jeito tão especial que ela me envolvia as vezes criava um nó na minha garganta. De todas as coisas, ouvir o seu coração enquanto suas mãos acariciam o meu couro cabeludo, sempre foi a minha favorita. Completaria um mês que ela estava ali ao meu lado, e estava sendo cada vez mais fantástico. Quando pisou pela primeira vez no meu apartamento, o ar mudou completamente, leve, seguro, e pacífico principalmente. Podia ser coisa da minha cabeça apenas.

Eu gostava do jeito que os nossos olhos conversavam, gostava de como ela me beijava, me abraçava, me tocava sem malícia alguma, adorava aquela risada alta e contagiante, adorava do jeito que ela ficava concentrada e como se orgulhava se uma tarefa tão simples para mim, era concluída por ela depois de horas de dedicação, amava ouví-la cantar as músicas dos desenhos, pois era apenas isso que a interessava, as vezes me perguntava se ela nunca enjoaria de cantar aquele música do tal desenho Steven Universo, sempre a ouvia gritar "E é por isso que todo mundo sempre acredita!" E acabava cantando junto com ela.

Será que em algum dia eu conseguiria viver sem ela? Se algo acontecesse, se eu a perdesse. Porque eu estava pensando naquilo?

Aquela noite fria me parecia depressiva, triste e solitária. Eu levantei o meu rosto, a vendo olhar para qualquer lugar do quarto, quieta e pensativa, e ao perceber o meu olhar, ela sorriu, sorriu mesmo não me vendo, sorriu mesmo não olhando pra mim, como ela sabia que eu a olhava igual uma retarda?

- O que foi, Nini?

- Hum... nada... só te observando, gosto de olhar para você.- ela sorriu.

- Nini, posso te fazer uma pergunta?- eu assenti preguiçosa demais para falar e concentrada nos carinhos que a minha mão fazia em sua barriga.- Como soube onde achar a minja casa e a minha mãe?

- Ah... digamos que, eu dei o meu jeito.

- Essa resposta não era a qual eu esperava.

- O que você esperava então?

- Que você me contasse que foi demitida por ter quebrado duas regras do hospital apenas para descobrir quem eu era.

- Como você sabe disso?

- Eu li a carta de demissão que estava na mesa. A culpa foi mi-

- Nem se atreva a se desculpar, Lalisa.- disse séria, e senti o seu corpo tremer.- A culpa disso não foi sua, e eu já estou com outra entrevista de emprego marcada amanhã.

- Posso trabalhar? Para ajudar com os nossos gastos. Por favor, Nini!

- Isso não seria uma má ideia, mas vemos isso depois, tudo bem?

- Me promete?

- Te prometo.

Ficamos naquele silêncio confortável, apenas esquentando o corpo uma da outra, enquanto Tom dormia aos nossos pés. Lisa realmente já havia se apegado muito fácil a ele.

- Sabe o nome dele seria Leo, ou Lucca. Mas lembrei que se um dia tivermos um filho, vou querer colocar o nome do nosso menino de Leo, ou talvez Lucca.- ao ouvir aquilo eu me arrepiei.

Ela estava imaginando o nosso futuro? Com um filho? Nós duas, COM UM FILHO?

Eu só podia estar sonhando, senhor.

- Quer ter filhos?

- Com você? É claro que sim. Eu não posso saber muitas coisas agora, mas vou me esforçar ao máximo para aprender tudo o que eu perdi trancada em casa.

- Eu sei que você vai, querida...

Fechei os olhos imaginando eu e ela em uma praia deserta vendo mini cópias nossas correndo pela a areia e nos chamando de mamãe. Era tão impossível, que era possível. Nunca me imaginei cuidando de algo tão frágil, pequeno e dependente, mas aquilo não me assustava, e sim me animava muito imaginar tudo aquilo. Ainda mais com ela.

Ao amanhecer, me arrumei sem presa alguma, havia acordado antes do sol nascer, apenas secava o cabelo enquanto ouvia uma música aleatória no celular. Senti dois braços magros rodearam a minha cintura, e mordidas suaves serem depositados em minha nuca. Sorri ao ver a sua cara inchada de sono, junto aquele cabelo alaranjado bagunçado de uma forma sexy.

- Bom dia, querida.

- Bom dia, Nini...- e para completar, aquela voz rouca e baixa ao pé do meu ouvido, me fez querer fazer coisas que não dariam tempo de serem feitas, então descidi que mais tarde quem sabe.

Lisa se arrumou junto a mim, animada para sair com o Seung, mesmo ele sendo o meu melhor amigo, aquele garoto era meio desmiolado e se inventasse de chamar as outras duas, seria o fim de uma Lalisa inocente.

- Quando a entrevista acabar eu ligo pra você, traga ela inteira, caso ao contrário você morre, juro que eu te mato!

- Fica tranquila, JenJen, Lisa terá o melhor passeio turístico do mundo.

Duas horas dirigindo me deixaram cansada, e só de pensar que eu teria que fazer o mesml percurso para casa me fez querer chorar, e ainda, se eu passe teria que fazer isso todos os dias!

A entrevista começou, nada do que eu já não tivesse feito antes, tinha grande chances de ganhar uma vaga. Até que quando o suposto "chefe" saiu da sala para fazer sei lá o que, meu celular tocou, e era Seung.

- Fa-

- Pelo amor de Deus, larga tudo o que você está fazendo e vem pra cá agora!

- Por-

- Levaram a Lisa, Jennie! Levaram ela!

Wake up, my dear ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora