Era Madrugada de sábado, duas da manhã quando meu estômago começou a doer de forma assustadora. Enquanto eu tentava levantar da cama, me sentia desesperada ao cogitar que as feridas que tanto me fizeram sofrer estariam de volta. Foi quando a falta de ar nunca sentida por mim em uma das minhas crises de dor, fez com que o meu desespero ficasse maior. Por sorte ou azar, depende da forma que pensamos, eu cai da cama batendo forte meu corpo no chão. Pedro estava acordado e mais uma vez, me salvou. Duas e meia dei entrada no hospital do bairro e minha mãe estava de plantão no berçário. Naquele momento tudo o que eu queria era ela. Mas eu não tinha. E a preocupar era o que eu menos queria.
Dormi grande parte do dia. Estava completamente grogue pelos remédios, via poucos vultos, e sentia que mil elefantes resolveram pular corda em cima de mim. Não sabia o motivo de minha dor insuportável, pois tinha certeza de que nada havia eu feito. Não comi de mais, ao contrário. Então, só podia ser a minha irresponsabilidade ao não beber os remédios. Ouvir a bronca seria certeiro. Mas o motivo dela me deixava apreensiva.
Nesse momento, sozinha no quarto sem poder receber visita, lia as mensagens de meus parentes e sorria ao ler o texto de minha avó, que me mandou uns quinhentos áudios com orações. Eu fiquei feliz ao ouvir todas elas. Mas preocupada. Minha avó agora resolveu ter um perfil no Facebook, e por enquanto matou dois primos meus de vergonha. E se eu for a próxima vítima? Prefiro ficar hospitalizada, pois se ela postar uma minha criança, tenho um enfarte.
A Porta é aberta por uma das enfermeiras e eu logo sorrio simpática ao ver que finalmente me trouxeram comida. Porém meu sorriso se torna confuso ao ver Pedro vir logo atrás trazendo uma bandeja branca. Havia seringas e cápsulas para sangue. Não.
— Natacha, não estou na lista de doadores de sangue. Por que veio aqui de novo?
Ela ri e eu logo suspiro fazendo um bico. Não tinha mais lugar no braços, agora seria na parte de trás das mãos. Iria doer e muito. Olho para Pedro que termina de mandar mensagem para alguém e guarda o celular em seu bolso, se aproximando da cama. Seu rosto estava um pouco machucado, vermelho. Mas estava bem coberto com maquiagem.
—Certo, preciso que relaxe Larinha, vou ter que procurar outra veia.
Respiro fundo já sentindo meu coração acelerar. Dói. Dói muito. Ela mal começou e já dói.
— Você é patética. - Pedro diz simples--Por que esqueceu de tomar os remédios?
Reviro os olhos.
— Veio pra brigar comigo?
—Por qual outro motivo eu iria vir? - sua feição era indiferente como sempre - Sua mãe pediu para que eu cuidasse de você. As mulheres de toda cidade resolveram ter filho.
—Ela não veio me ver ainda?
— Não sirvo?
— Você vai ficar brigando comigo. Prefiro ficar sozinha!
Ele ergue as sobrancelhas e logo sorri.
—Detesto quando faz isso.
— Sorrio?
— É. Você é bonito e folgado. Tenho raiva disso.
— Devo agradecer? - pergunta confuso.
— Infelizmente. Idiota.
Assim que me viro Natacha guardava os materiais e logo se levantou, indicando a bandeja.
—Certo. Pode comer agora Larinha.
Eu sequer senti quando a mesma terminou. Meu ódio por Pedro me fez perceber que tornaria dormente qualquer dor. Foi então que o seu xingamento gratuito teve sentido. Sem nem se importar com o que eu disse Pedro organiza a cama, pondo o apoio da bandeja a minha frente. Felicidade. Poderia comer.
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Fiksi PenggemarCharmoso e com pinta de Badboy, Pedro era o mais novo morador da casa de Sol. A garota que pensou que teria um novo amigo, passa a ser ameaçada pelo rapaz que a força a entrar em um relacionamento falso com ele, o ajudando a conquistar a garota mais...