Capítulo 1

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Helena Maldonato

— Derick Maldonato, venha aqui já! Como você pode, isso é uma vergonha, duas notas baixas no seu boletim

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— Derick Maldonato, venha aqui já! Como você pode, isso é uma vergonha, duas notas baixas no seu boletim. Você só pode estar de brincadeira comigo!?

— Mas irmã, é culpa da prof...

— Não é não, a culpa é sua e ponto final, pois justiça seja feita, se você tivesse acertado a questão, ninguém poderia lhe prejudicar, por mais que ela te odeie é você quem deve arcar com a responsabilidade de estudar.

— Sim irmã, não está mais aqui quem falou, falando nisso fui, pois, a galera está no carro a me esperar.

— Olha a hora que vai voltar, não fique até tarde por lá.

— Tá bom, até mais tarde! Volto lá pelas 18 horas

— Mas, ainda são 7:30 da manhã... ('Paft', ele já foi, 'aff', adolescentes...)

...

     Esse Derick, 17 anos na cara, e mesmo assim está sempre dando desculpas, por medo de se encrencar, sei que, às vezes, sou rígida demais com ele, mas não quero que ele sofra como sofri e sei que ele entende, por isso está sempre a me respeitar, bem... quase sempre.

Oi, sou Helena Maldonato, e não sou boa com apresentações, pois o que penso de mim mesmo, talvez, você possa discordar, direito seu, mas, não estou nem aí para o que você vai pensar, dar desculpas não é bem o meu forte, quem dirá me explicar, se você acha isso de mim não vou perder o meu tempo tentando fazer você reconsiderar. Ação, para mim, falam mais que palavras, então não vou gastar saliva com quem não está disposto a escutar.

     Curso meu terceiro ano de direito aos 22 anos, nem acredito que estou prestes a realizar esse sonho, advogada, eu, uma garota órfã de pais vivos, assim como meu irmão é de mãe biológica. Elen Maldonato, só de pensar nesse nome eu gelo e tenho vislumbres da garotinha indefesa que um dia fui, 7 anos de boxe para me deixar mais durona e mesmos assim só de lembrar dela, estremeço. Nossa suposta mãe que de mãe não tem nada, como queria que ela fosse uma boa mãe. Mas isso não importa mais, agora não adianta, vou continuar a fazer o meu máximo para terminar de educar o Derick, e fazer dele um bom e belo rapaz. O que ela fez comigo, não teve a oportunidade de fazer com Derick, graças a seu pai, que ele descanse em paz. O pai de Derick está morto e nossa mãe, tem vezes que quero matar. Enquanto ao meu pai, sei lá!? Saiu dizendo que logo, logo ia voltar e isso já faz 12 anos e eu ainda estou a contar. Para mim, agora tanto faz, o que já vivi não se desfaz, com ele ou sem ele, nada vai mudar, pois, sua volta agora não vai apagar o inferno que vivi, quer saber não gosto nem de lembrar.

     Agora deixa eu ir trabalhar, pois, dinheiro não cresce em árvore, mesmo com uma bolsa integral em uma das melhores faculdades do país, a Universidade Alcântara Dinnis (UAD), o curso ainda é caro demais para mim, e ainda há  outras despesas, você sabe!?  Matérias, livros, aluguel, comida, água, luz e tudo mais. Isso não si paga sozinho, nessa casa sou eu a mãe e o pai, tanto para o Derick quanto pra mim mesma.

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