Capítulo 4

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Helena Maldonato

     Ele está rindo, ele está rindo, ahhhhh! Não acredito nisso

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     Ele está rindo, ele está rindo, ahhhhh! Não acredito nisso. 

— Seu, seu, argh! Ele tem 17 anos, 17, se a gente for à delegacia e prestar queixa quem vai se ferrar é você. Argh!

     Ele me dá nos nervos com esse sorrio sarcástico, não consigo me controlar, sei que não é para tanto, pois o Derick foi quem se meteu aonde não devia, mas, mas... Ahhhhh! Que cara mais frustrante e ainda por cima continua a me encarar sem nada dizer e ainda ignora todo que digo, então resolvo ir em direção a Derick e a Mia.

Mas, uma mão forte segura o meu pulso, e uma corrente elétrica atinge todo o meu corpo, estou furiosa, porém perto dele até meu corpo me traí. Não me viro, me recuso a olhar em seus olhos azuis. Até que ouço aquela voz, máscula e tão áspera que parece uma lixa arranhando minha pele.

— Onde pensa que você vai? -diz Scott, nervoso.

     Meu sangue ferve com apenas uma frase, que nem uma afirmação é. Uma mísera pergunta que leva consigo toda a minha sanidade, olho para ele de lado com um olhar: "Arrebento seus ossos de titânio todinho e ainda os como no meu café da manhã" e digo sarcástica. 

—Onde eu vou? Onde eu vou?

     E quando me viro, já vou com a outra mão na cara dele, mas ele tem bons reflexos e segura com a outra mão o meu pulso. Se não fosse trágico seria cômico, Eu e Ele, frente a frente, com às duas mãos paradas no ar, em um cabo de guerra muito sutil, uma mão está na altura do rosto dele e a outra no nível da minha cintura. Me debato tentando me soltar. 

—Acho melhor você se acalmar. -Ele sugere com um sorriso no rosto.

— Me acalmar. Me acalmar, ahhhhhh!- Balanco a cabeça freneticamente me sentindo um papagaio, que não sabe o que dizer e fica só repetindo e repetindo. 

—Me solta agora! Agora! 

—Me soltaahhh!

     E nada dele me soltar.

—Você vai acabar se machucando.- Diz Scott em um tom casual.

     Rebato suas palavras na mesma hora, sem nem pensar.

—Você é quem está me machucando.-Digo sem pestanejar com o fogo da raiva permeando meu olhar. 

     Tenho certeza que meu cérebro já virou cubinhos de gelatina colorida. Raiva, desejo e algo mais que não consigo identificar, são as principais cores que permeiam a minha mente. 

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