Capítulo 6

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Scott Reboot

O alerta da IA traz consigo uma memória do meu passado, uma pre-figuração da cena a minha frente, pelo jeito o ciúme que tenho dela é meu antigo conhecido

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O alerta da IA traz consigo uma memória do meu passado, uma pre-figuração da cena a minha frente, pelo jeito o ciúme que tenho dela é meu antigo conhecido.

Flashback: Três anos atrás...

— Mia, não precisa se deslocar daqui à costa verde, só por causa da minha formatura, posso comemorar com meus amigos e no domingo podemos celebrar em família, todos juntos, quando Mauro e nosso pai voltarem de Tóquio.

— Mas, a mãe quer tanto ir, como vamos fazer para ela desistir — diz Mia.

— O único jeito de ela ir, seria se eu fosse a festa beneficente sozinha —completa Mia.

— Nem pensar, tem muitos caras lá loucos para cravar as garras uma Reboot vulnerável e sozinha — digo, pois, sei que Mia é muito ingênua e só vê o melhor das pessoas.

— Scott quem você pensa que eu sou? Sei me defender, sou faixa preta. —diz ela presunçosa.

— Eu e Mauro sabemos muito bem o seu grau de defesa pessoal. Toda vez que saímos com você, pirralha, temos que parar em um ringue de boxe e nosso pai gasta uma grana para afastar isso das revistas.

— Mas a culpa é dos dois, seus brutamontes, esqueceram que já cresci e sei me defender sozinha —diz ela fazendo biquinho de forma teatral.

— Fala a pirralha que acaba de completar 14 anos e que não entende o significado de papa anjo.

— Pode para tá, pois os meninos que dão encima de mim, não tem mais que 25 anos.

— Sim, compreendo perfeitamente seu argumento, e a única coisa que quero nessas situações é fazer cada um deles entender que o lobo mal sou eu e não eles.

Ding!

O elevador se abre no 22º andar e nos direcionamos para encontrar as secretárias do meu pai, pois, vinhemos pegar alguns itens que serão leiloados na festa beneficente, sei que agora são duas secretárias, e é a primeira vez que vou conhecer a nova secretária, amiga de Mia. Espero que não seja mais uma integrante da longa lista de caça-dotes que se aproximam de Mia para nos conquistar.

Paro abruptamente, pois vejo a mesma menina dos olhos verdes que conheci a alguns anos atrás, rindo para um dos funcionários que estava a chamá-la para sair. Essa é a terceira vez que a encontro, seu jeito me faz lembra de Keila, a falsa Keila, montada perfeitamente para me conquistar. Aquela vadia que me enganou, mas algo nessa garota me diz que ela é diferente, só não estou disposto a pagar para ver.

Uma vadia marcada em minha pele já foi o suficiente para uma vida inteira, demorei muito para me recuperar, isso me mudou, quebrou o bibelô de vidro do bom menino que havia em mim e um Don Juan nasceu. Não estou disposto a sofrer tudo de novo por um mísero palpite, uma mísera intuição, de que ela é diferente, então antes de me machucar sou eu quem machuco. Obrigado Keila por destruir a fantasia do amor verdadeiro.

Roboticamente HumanoOnde histórias criam vida. Descubra agora