CAPÍTULO 21

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MATTHEW ANDRADE

Olho para a mulher estranha à minha frente, um tanto quanto confuso. Desde quando essa gente ganhou passe-livre na minha quebrada?!

— Matthew, ela é minha... avó Vivian. — Amare falou, mas continuo com a mesma expressão de indiferença, encarando aquela mulher que mais parecia ter saído de uma dessas revistas de Good Life.

— Em que posso ajudar? — Questiono, a olhando.

— Podemos conversar em um lugar mais reservado? Não é elegante ficar assim no meio da rua. — Falou, o que me fez erguer a sobrancelha, tentando compreender as palavras dela por trás daquele sotaque irreconhecivelmente francês.

— Podemos ir para a minha casa. Por favor. — Falo, indicando o caminho para ela ir primeiro, e assim ela fez.

Ficamos uns dias e Amare já trás a avó para cá?! Aghr...

. . . .

— Amare, nos deixe à sós, por obséquio. — Vivian pediu, e Amare a olhou confuso.

— Não mesmo! Não confio na senhora sozinha! — Exclamou e logo é agredido no braço por aquele leque que ela carregava.

— Senhorita! Não sou casada. — Corrigiu, e então indicou a porta da entrada da minha casa. — Ande, vá dá uma volta. — Amare bufou, revirando os olhos e fazendo um bico de chateação. Agora notei que ele deve ter sido arrastado para cá. Amare logo saiu, a contragosto, nos deixando à sós. — Agora pode me dizer o porquê está brincando com o meu neto. — ditou, me fazendo a olhar com surpresa.

— Perdão? — Ela sorriu, cruzando as pernas e apoiando as mãos sobre o joelho, me olhando seriamente.

— Já passei por essa mesma situação, quando minha filha me apresentou o primeiro namorado dela. E isso aconteceu várias vezes. Eu conheço um casal realmente apaixonado de longe. Seu olhar e suas atitudes são questionadoras, então por que está fazendo isso com um menino inocente como o Amare? — Ditou, em um tom sério. Suspiro, sabendo que aquela mulher não iria cair em um papo furado.

— Não estou brincando com ele... — Falo, vendo ela sorri de canto.

— Claro que não está. — A olho mais confuso ainda. Essa mulher é maluca!

— Como?

— Você tentou brincar com meu neto, mas está se apaixonando por ele. — Ditou, o que me deixou quieto.

Eu não poderia negar pois iria entregar meus planos, e nem confirmar, pois também estaria me entregando. O que essa infeliz quer dizer com isso?!! Não estou me apaixonando por ele!

— Matthew, seja lá quais sejam seus motivos, apesar de que seja um pouco óbvio por conta da profissão do pai de Amare, eu vou te dizer apenas uma coisa e espero que se lembre enquanto estiver com Amare: a raiva é um ladrão que rouba bons momentos. — Ditou, se levantando e saindo da minha casa.

Engulo em seco, me mantendo no mesmo lugar. E minutos depois, vejo Amare entrando, se aproximando devagar de mim.

— Desculpa por isso. Minha avó não tem limites. Ela... é um pouco impulsiva. Ela... falou alguma coisa ruim? — O encaro, sentindo um nó se formar em minha garganta. Apenas nego com a cabeça, forçando um sorriso. — Bom... eu... eu preciso ir. Só queria saber se estava tudo bem. Até... — Falou, acenando e indo embora.

Entrelaço meus dedos à frente da boca, não sabendo mais se era uma boa ideia continuar com isso.

— Não sabia que gostava de mulheres mais velhas. — Granada apareceu, suspirando. — O que ela queria com você?

— Se eu falar, você vai ficar me enchendo a porra do saco! — Resmungo, impaciente.

— É sobre meu genro? Anda, eu quero saber.

— Me deixa, Granada. Não estou com cabeça para isso agora. — Falo, subindo para meu quarto, batendo a porta e deitando em minha cama.

Nunca me senti tão confuso quanto agora.

. . . .

Acordo ouvindo a campainha tocar. Já imaginei que fosse Jaqueline, pois ultimamente ela anda furiosa comigo e querendo a todo custo reatar a nossa relação antiga de sexo e baile. Somente.

Suspiro, seguindo até a porta, e acabo me deparando com Amare, que sorria timidamente, carregando uma caixa vermelha em mãos.

— Oi... Eu estava me reunindo com as crianças e fizemos uma pequena festinha. Eu... fiz alguns doces em casa e consegui guardar alguns para você. Sei que minha avó deve ter sido meio dura com você. — Falou, me entregando a caixa, na qual a peguei, abrindo e vendo alguns cupcakes e brigadeiros. Sorri, o olhando calmamente.

— Obrigado, Amare. — Falo, sincero. Ele me olhou, parecendo surpreso.

— Sem apelidos?! Devo pegar o guarda-chuva? Pode acabar chovendo. — Brincou, o que me fez ri.

— Está ocupado? — Questiono, vendo ele balançar a cabeça negativamente.

— Não. A festinha acabou agora. As crianças receberam até lembrancinhas. — Falou, o que me fez sorri.

— Eu não sou chegado a muito doce... Quer dividir comigo? — Questiono, insinuando a caixa em minhas mãos. Ele sorriu, assentindo.

— Com licença... — Pediu, passando por mim e entrando em minha casa. Fecho a porta, o acompanhando até a cozinha, onde nos sentamos à mesa, um ao lado do outro.

— Será que está bom o suficiente ao seu paladar? Fiquei traumatizado. — Amare comentou, e eu dou de ombros, pegando um cupcake e o mordendo, olhando para Amare e quase rindo ao ver seus olhos brilhando, cheio de expectativa.

— Está gostoso... mas falta algo... — Comento, vendo ele baixar os ombros, chateado.

— O que está faltando? — Questionou, entristecido. Sorri, me aproximando dele e o beijando, sem pressa.

— Isso. — Falo, vendo ele ficar corado, desviando o olhar e mordendo o lábio inferior. Ah, garoto... para de ficar me provocando com isso...!

— Bobo... — Murmurou, em tom baixinho.

— Aqui. — Pego um brigadeiro, levando até sua boca. Ele mordeu, fechando os olhos e sorrindo.

— Está uma delícia. Você não pode discordar.

— Eu prefiro outro tipo de doce. — O puxo para meu colo, deixando suas pernas uma de cada lado do meu corpo e o beijando.

— Matt... e se alguém chegar? — Amare questionou, nervoso.

— Ninguém vai chegar agora. — Falo, voltando a beijá-lo, apertando sua cintura e sentindo suas mãos em meus ombros, subindo para meu pescoço e acariciando meu rosto delicadamente.

Aquela boca era viciante!

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora