CAPÍTULO 45

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AMARE BETTENCOURT

Abro os olhos, sentindo os mesmos arderem instantaneamente, me obrigando a fechá-los novamente, tentando me acostumar com a luz forte daquela lâmpada no teto. Olho em volta, não reconhecendo o quarto na qual estava.

Olho para meu corpo, vendo minha barriga enfaixada e uma intravenosa em meu pulso.

— Filho? — Mamãe entrou no quarto. Notei seu rosto vermelho e os olhos inchados, mas ela logo sorriu ao me ver. — Meu amor... Como você está? — Questionou, tocando meu rosto e se sentando na beira da cama.

— Bem... eu acho. Estou me sentindo fraco, mas estou bem... — Murmuro e ela sorri, passando a mão em meus cabelos.

— Você me deu um susto muito grande, filho. — Falou, o que me fez suspirar ao lembrar do que aconteceu.

— O papai disse coisas horríveis... Por que ele está agindo assim agora? Mamãe... não faz sentido. Ele nunca foi assim. Ele não é ruim... — Falo, querendo chorar.

— Seu pai atirou em você, Amare. Ele vai pagar pelo o que fez, e dessa vez não vai ser pelas mãos da justiça. — Ditou, o que me deixou assustado.

— O que quer dizer? — Questiono e ela suspira.

— Granada e Matthew mandaram seus homens procurá-lo. — Ditou, o que me fez engolir em seco.

— Não... mamãe ele não atirou em mim por querer. Ele não é ruim. Por que só agora...? Por que ele está fazendo isso?! — Questiono, vendo ela dá de ombros, suspirando.

— Eu não sei, Amare. Uma mentira não dura para sempre. — Abaixo o olhar, entristecido. — Vai ficar tudo bem... Ao menos eu espero.

— Posso entrar? — Matthew apareceu na porta, o que me fez sorri instantaneamente.

— Amora... — Chamo, lhe estendendo os braços. Ele sorriu, me abraçando com cuidado e me beijando delicadamente.

— Você está bem? — Questionou, olhando para meu corpo.

— Estou. Kael está bem? — Questiono, preocupado.

— Está. Não se preocupe. — Ditou, mas notei que ele parecia incomodado com algo.

— Por que está assim? Aconteceu alguma coisa? — Questiono, vendo ele trocar olhares tensos com minha mãe, o que me deixou mais confuso ainda.

— Eu... vou deixar vocês a sós. — Mamãe ditou, já saindo do quarto.

— Matthew... o que houve? — Questiono e ele suspira, pegando minha mão.

— Amor, você perdeu muito sangue no caminho e precisou de um doador urgente...

— E... quem foi esse doador? — Questiono, vendo ele desviar o olhar, o que já estava me deixando nervoso.

— Foi Jaqueline. — Ditou, me deixando confuso e ao mesmo tempo surpreso.

— Aquela Jaqueline? A que tentou me matar? — Questiono, perdido. Matthew assentiu, suspirando. — Por que ela faria isso?

— Bom, eu... eu acho melhor você se preocupar em ficar bom, e depois eu te explico. Não é bom você ficar estressado...

— Por que eu ficaria estressado? Eu já estou me estressando, Matt! O que está acontecendo?! — Ele respirou fundo, me olhando fixamente.

— Jaqueline doou sangue para você, mas com uma condição...

— Qual?

— Que... eu a levasse para um encontro. — Ditou, diminuindo o tom e me olhando atento, esperando uma reação.

— E você recusou, certo? — Questiono e ele se cala, me deixando nervoso. — Matthew... Você recusou isso, não é? — pergunto de novo, sentindo meu coração disparar.

— Amor, eu fiz por você. Não tinha muito tempo para esperar...

— Eu não acredito que você fez isso! Sabe muito bem o que aquela mulher quer de você! — Exclamo, alterado.

— Amare... ela salvou sua vida e para mim isso era o mais importante...

— Eu não acredito que você aceitou isso... — Murmuro, sentindo meus olhos marejados.

— Amor, não vai acontecer nada. Eu juro.

— E você acha que eu gostei de saber que você vai a um encontro com sua ex?! Nós nunca tivemos um encontro.

— Claro que tivemos... O samba... a pizza em minha casa. — Suspiro, fechando meus olhos e buscando me acalmar.

— Um encontro de verdade, Matthew. Nem me pedir em namoro você pediu. Simplesmente deixamos acontecer. Eu nem tenho certeza se estamos realmente juntos... — Matthew segurou meu rosto entre suas mãos, me beijando calmamente.

— Amor, eu te amo. Você ainda tem dúvidas? Óbvio que estamos juntos. É com você que eu quero ficar. Por favor... se eu fiz isso foi por você. Não vai acontecer nada. Eu te prometo. — Desvio o olhar, suspirando, totalmente irritado ao saber disso.

— Tudo bem. Vai lá com ela, então... — Resmungo, irritado.

— Amor, eu só saio desse hospital com você. — Ditou, o que me fez olhá-lo. — Pode brigar comigo. Eu já estou feliz por saber que está bem. Então eu te dou liberdade de me xingar o quanto quiser. — Falou, o que me fez suspirar, impaciente.

— Eu não gosto de falar palavrão. Mas estou te xingando em pensamento. — Falo, emburrado. Ele sorriu, assentindo e tentando me beijar, mas viro o rosto, fazendo com que ele beijasse apenas minha bochecha.

— Ok... você está bravo comigo. Está no seu direito. Eu vou... lá para fora. Seu irmão, suas amigas... todos querem te ver também. — Assenti, nem o olhando. — Eu amo você, miniatura — declarou, me derretendo por dentro, mas me mantenho inabalável por fora, enquanto ele saía do quarto.

Suspiro, irritado.

Nada vai acontecer nesse encontro porque eu não vou deixar!

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora