CAPÍTULO 43

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MATTHEW ANDRADE

O dia havia sido cansativo, mas foi revigorante chegar em casa e ser recebido daquela forma tão acolhedora pelo meu filho e por Amare, que ficou cuidando dele. Eu definitivamente já tinha uma família nas mãos e não me dei conta disso.

Mas ver Eduard invadido minha casa com aquela maldita arma nas mãos, definitivamente me assustou. Eu estava com duas pessoas importantes na minha vida comigo e realmente não estava preparado para perder mais alguém.

— Pai, o que está fazendo?!! — Amare exclamou, com os olhos marejados, nitidamente assustado.

— Agora eu sou seu pai?!! Me colocaram naquela merda de prisão e você nem ao menos foi me visitar! — Exclamou, e Amare avançou um passo, me deixando em alerta, com medo de que aquele maluco acabasse o machucando.

— Eu não te visitei porque eu não queria que você me humilhasse de novo! — Amare exclamou, me fazendo olhá-lo com certa curiosidade. Como assim humilhá-lo?

— E não é o que você merece?! Você está se envolvendo com esse desgraçado e acabou com minha vida! Talvez você tenha sido a praga que eu não deveria ter! — Eduard ralhou, e pude notar Amare se calar, em choque e chorando.

— Se tentar alguma coisa, dentro da minha própria casa, você não vai sair daqui vivo, Eduard. Eu garanto. — Falo e ele me encara, sorrindo debochado.

— Mas garanto que você também não sai vivo. — Ditou, e Kael logo começou a chorar, assustado e se agarrando em mim. Eduard olhou na direção dele, sorrindo. — Não é à-toa que vocês nasceram nessa merda de lugar. A raça de vocês é nojenta e merecem viver na merda, que é o que vocês são! — Exclamou, e antes que eu pudesse reagir, me assusto quando Amare pulou sobre ele, aos prantos e derrubando Eduard.

— PARA! PARA DE FAZER ISSO! NÃO PERCEBE QUE ESTÁ ME MACHUCANDO?!! — Amare gritou, alterado.

E logo ouço um disparo, fazendo ambos pararem. Me desespero, vendo Amare olhar para o próprio corpo e logo caindo para o lado, com a barriga sangrando.

— AMARE!!! — Grito, deixando Kael no chão e indo até ele o pegando nos braços, sentindo minha visão turva por conta das lágrimas. Eduard se levantou, atordoado, olhando assustado para Amare e correndo para fora da minha casa.

Desgraçado... Você vai pagar caro por isso.

Pego meu celular, tremendo, ligando para Jonas.

— Matt? Eu ouvi barulho de tiro. Está tudo bem?

— Não! Amare foi atingido por uma bala. Aquele desgraçado do teu pai atirou nele! Manda um carro para cá agora! Precisamos levá-lo ao hospital.

— O quê?! Ah, merda! — Ele desligou e logo volto minha atenção para Amare, que ainda parecia em choque, tremendo e chorando baixinho.

— Amor, aguenta firme. Você vai ficar bem... — Falo, pegando um casaco meu e pressionando contra seu ferimento, tentando estancar ao menos um pouco o sangue.

— Papai Ame... — Kael balbuciou, chorando, e pousando a mão sob a minha, que segurava a camisa no ferimento. Amare o olhou, chorando ainda mais.

— Eu não posso perder você também, amor... Por favor aguenta só mais um pouco. — Peço, acariciando seu rosto. Mas não demorou para ele acabar desmaiando, o que me desesperou e logo Jonas entrou na casa, assustado ao ver Amare.

— Vamos logo! — Ele me ajudou a levá-lo até o carro. Deixei Kael com a mãe adotiva de Jonas e seguimos para o hospital o mais rápido possível. No caminho, avisei a Clarisse e ao Granada o que havia acontecido. Ambos me disseram que iam diretamente para o hospital.

. . . .

— Onde está meu filho?!! — Clarisse entrou no hospital, já chorando. Vejo Granada segurá-la, impedindo que ela invadisse os quartos do hospital.

— Ele está sendo atendido agora. Não podemos entrar. — Granada falou, tentando acalmá-la. Ela o abraçou, aos prantos.

Suspiro, tentando não desabar e aguardando o doutor voltar, esperando boas notícias.

— O que aconteceu?! — Clarisse me questionou, vindo em minha direção.

— Eduard. Invadiu minha casa armado. Amare se desesperou e ambos brigaram. Amare acabou... sendo atingido pela bala. — Explico, sentindo um nó se formar em minha garganta.

— O quê...? Aquele desgraçado devia está preso! — Exclamou, em fúria, passando as mãos nos cabelos nervosamente.

— Clarisse, fica calma. Logo mais vamos resolver isso. O importante agora é Amare. — Granada falou, a beijando na testa e a abraçando novamente.

— Parentes de Amare Bettencourt. — O doutor se aproximou e logo me levanto, indo até ele junto com Clarisse e Granada.

— Eu sou a mãe dele. Como está meu menino? — Clarisse questionou, aos prantos.

— Ele perdeu muito sangue. Precisa fazer uma transfusão de sangue dentro de 24 horas ou pode ser que... ele não resista. — Falou, me fazendo ri, mas de desespero. Passo as mãos na cabeça, agora sentindo o pânico me atingir e o medo de perder Amare vir à tona.

— Eu posso doar! — Falo de imediato.

— Eu também posso. Por favor... não posso perder meu filho, doutor... — Clarisse falou, aos prantos.

— Ok... Preciso saber se vocês são compatíveis com o do paciente. Por favor, senhora, me acompanhe. — O doutor falou e ela prontamente obedeceu, indo com ele para uma das salas.

Volto a me sentar, abaixando a cabeça e deixando que as lágrimas corressem pelo meu rosto. Eu poderia perder Amare... a única pessoa que eu amei de verdade, que eu desejei construir uma família, agora estava entre a vida e a morte por causa de um doente mental.

— Vem cá, filho... — Granada me abraçou. E dessa vez, eu não recusei. O abracei fortemente, chorando em seu ombro como se fosse uma criança. Eu sei que naquele momento, não era Granada que estava ali, mas o meu pai. O homem que realmente cuidou de mim e fez o que podia para me manter em segurança quando eu não sabia nem me defender.

Mas Eduard não vai sair ileso dessa...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora