AMARE BETTENCOURT
Saio da sala de visitas, notando todos os guardas me encarando. Oh, merda... Abaixo a cabeça, totalmente envergonhado e seguindo para a saída, mas logo alguém pousou a mão em meu ombro, me assustando. Olho para trás, ficando mais assustado ainda ao ver meu pai, com uma cara nada boa.
— Achei que tivéssemos nos entendido, Amare. — Comentou, me fazendo engolir em seco.
— Por que diz isso? — Questiono, tentando entender os detalhes do motivo da irritação dele.
— Você ainda pergunta?! Depois de toda a delegacia saber que você se envolve com aquele delinquente! — Exclamou, me deixando desconfortável por estarmos em público.
— Ele não é um delinquente! E eu o amo! — Exclamo, e no mesmo instante sinto a ardência em meu rosto, me deixando em choque ao receber um tapa do meu pai. O encaro, surpreso.
— Não tem vergonha?!! Olha o seu estado! Se... se entregando a um assassino na cadeia! Desde quando chegou a esse nível tão baixo, Amare?! — Exclamou, mas eu estava em choque demais para reagir. Apenas saí dali, ouvindo ele gritar meu nome, mas corri para casa, chateado. Eu não esperava essa reação do meu pai. Ele nunca havia levantado a mão para mim. Nunca.
Assim que chego em casa, me jogo no sofá, chorando.
— Amare? O que houve, meu amor?! — Mamãe questionou, se sentando ao meu lado.
— Você também me odeia? — Questiono, e ela me olha confusa, e logo toca meu rosto, assustada.
— O que aconteceu? Por que está machucado?!
— O papai me bateu... — Falo, vendo ela me olhar com espanto.
— O quê?!
— Eu... eu fui visitar o Matthew.
— Amare...
— Mamãe, eu o amo! Ele... ele não vai me machucar. Nós conversamos e ele me explicou o motivo de ter feito tudo aquilo... — Ela me encarou em alerta.
— E que motivo é esse?
— O papai matou a irmã dele, que era bem mais nova. — Mamãe rapidamente se levantou, assustada.
— Como é que é?! Amare, isso é uma acusação muito grave. É o seu pai...
— Eu sei. Ele... odeia a família do Matthew. Quer colocar até o irmãozinho dele no orfanato. Mamãe... eu não falaria isso se não tivesse certeza. — Falo, aos prantos. Ela suspirou, me olhando seriamente.
— Você tem provas?
— Não...
— Essa menina... morreu na comunidade? — Assenti, vendo ela pegar o casaco. — Há alguém que saiba me explicar essa história detalhadamente?
— Bom... o Granada. Ele que vivenciou tudo.
— Granada? — Ela me olhou surpresa, o que me deixou desconfiado.
— Sim... Conhece? — Ela limpou a garganta, desviando o olhar.
— Hm... infelizmente... — Murmurou, respirando fundo e balançando a cabeça, parecendo espantar algum pensamento indesejado. — Mas já que não tem outra alternativa... — Ela colocou os óculos escuro e pegou sua bolsa. — Vamos na comunidade tirar essa história a limpo!
. . . .
— Quanto tempo... — Mamãe balbuciou, descendo do carro e olhando para o morro.
— Já veio aqui? — Questiono, abandonando o veículo e indo até ela.
— Já... Vamos logo. — Chamou, se aproximando dos meninos, que pareciam mais tristes.
— Ei, Amare. Como está nosso chefe? — Fernando questionou, entristecido.
— Ele está bem. Logo mais estará de volta. Ao menos... eu espero. — Falo e ele assente.
— Menos mal. Ele vai voltar logo. — Bruno comentou, chateado.
— É bom saber que Matthew tem amigos esperando por ele. — Comento, sorrindo e entrando no morro com minha mãe, seguindo diretamente para a casa de Matthew. Aperto a campainha, realmente não sabendo o que minha mãe estava planejando.
Não demorou para Granada abrir a porta, mas nem ao menos me olhou. Encarou diretamente minha mãe, ficando surpreso e sério, como nunca o vi antes. Minha mãe estava da mesma forma, o que me deixou boiando completamente com aquela troca de olhares.
— Clarisse... — Granada murmurou, se aproximando e querendo tocá-la, mas minha mãe se afastou, limpando a garganta e passando a mão nos cabelos.
— Eu vim apenas para saber sobre meu... — Ela hesitou, encarando Granada fixamente. — sobre meu marido. Quero saber sobre a menina que estão dizendo que ele matou. — ditou, e só então Granada notou minha presença, sorrindo fracamente.
— Oi, Amare...
— Oi... será que podemos conversar sobre isso de novo? Sei que é chato tocar nesse assunto, mas... minha mãe insistiu. — Peço, vendo ele suspirar, assentindo e abrindo espaço para nós.
— Claro... por favor, entrem. — Pediu, novamente encarando minha mãe. Passo entre eles, puxando minha mãe junto. Minha avó estava viajando novamente, sem nem avisar ninguém, o que me deixou aliviado por não ter que ficar vendo ela sendo cantada. Agora minha mãe, também era o cúmulo! Digo isso porque não sou idiota. Sei o que significa essas trocas de olhares. Apesar de que eles pareciam trocar olhares tensos e desconfortáveis, mas não sei explicar.
Entramos na casa, nos acomodando no sofá e Granada fez o mesmo, se sentando à nossa frente.
— Pode começar. — Mamãe falou, com um tom sério.
Eu não podia estar com mais medo do que agora...
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TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY)
RomanceEle é um dos homens mais temidos do país, conhecido por sua impiedade com inimigos e por comandar o morro na qual cuida com unhas e dentes. Mas o dono do Morro pode ter seu escudo de aço quebrado ao se deparar com um coração puro e doce de um simple...