CAPÍTULO 10

19.9K 1.8K 297
                                    

MATTHEW ANDRADE

— Podemos conversar? — Questiono, entrando em casa e vendo meu pai no sofá, brincando com Kael.

— Sobre seu namorado secreto? — Questionou, o que me fez revirar os olhos.

— Quem sabe depois de me contar o motivo da sua volta? — Rebato, impaciente. Ele me encarou, agora sério.

— Kael, que tal ir à venda do tio João? Pode comprar o que você quiser. — Granada falou, dando uma nota de 20 reais ao garoto, que passou por mim correndo e saindo de casa. Observo ele se levantar, me encarando seriamente.

— Filho...

— Matthew para você. Deve ter o quê? 15 anos que não sei o que é ter um pai! Escuta, Granada, eu passei alguns dias relevando o fato de vocês terem voltado. Mas mesmo tendo uma mansão na cidade, você não sai do morro. O que infernos aconteceu?! Não sou idiota, sei que tem dedo dos tiras nessa parada. — Ele suspirou, voltando a se sentar na poltrona.

— Ficaram sabendo que eu estava em Paris, acho que por câmeras de seguranças ou compras em meu nome, mas enfim... a polícia daqui contatou a de fora. Tentaram me pegar, mas fugi a tempo. Esses merdas estão lotando a cidade. — Falou, o que me fez suspirar em irritação.

— E resolveu chamar atenção para o morro?!! Não quero outra invasão na minha quebrada daqueles merdas, entendeu?! Eu tô na minha, você causou isso, você resolve! — Exclamo e ele suspira, assentindo.

— Eu sei que dei bandeira, mas vou tentar resolver. Se ao menos... eu pegasse o ponto fraco de algum deles... — Comentou, pensativo.

— Família, talvez? — Sugiro, indiferente. Ele sorriu, assentindo.

— Exato! Tem que atingir um do alto escalão. Eu vou buscar resolver isso. — Nego, gesticulando com a mão.

— Seja a merda que for fazer, me avisa. Porque você está na minha quebrada. Para chamar atenção para cá é em dois segundos. Se for fazer merda, que seja bem feita. — Falo e ele assente, sorrindo para mim.

— Agora que contei sobre mim... quando vai me apresentar seu namorado?

— Ah, Granada! — Resmungo, saindo dali, caso contrário ele não me deixaria em paz.

— Matt!!! — Sandro gritou, me abordando.

— O que foi?

— A polícia está na entrada do morro, querendo saber sobre o Granada. — Avisou, o que me fez fechar os olhos e respirar fundo. Bando de desgraçados!

Caminho até a entrada do morro, vendo dois policiais fora do carro, um eu já bem conhecia: Eduard Bettencourt. O desgraçado que caça minha família até no inferno.

— O que quer aqui? — Questiono, pousando minha mão sobre meu coldre, onde estava minha inseparável arma.

— O que você acha? Sei muito bem que Granada fugiu para cá. Além de todos os crimes que cometeu antes, deu sumiço em duas mulheres de programa. Obviamente ele não é o único da família Andrade que merece ver o sol nascer quadrado. — Eduard falou, o que me fez sorri.

— Quer tentar invadir minha quebrada? Vocês estão em quantos? 3 com o motorista? Mas lembre do que aconteceu da última vez que tentou me pegar, Eduard. Minha quebrada, minhas regras. — Falo, vendo ele fechar a cara, se aproximando de mim.

— Eu ainda vou ter o prazer de te ver detrás das grades, seu infeliz! E talvez divida a cela com o merda do seu pai! — Ameaçou. Apenas forço um sorriso, tendo nojo só de olhar para aquele homem.

— Boa sorte tentando. — Rebato, vendo ele se afastar, entrando no carro e indo embora. Olho para os soldados que faziam a segurança do morro, vendo todos irritados com a visita dos tiras. — Dobrem a segurança daqui, por via das dúvidas. — Ordeno, não ouvindo nenhum questionamento, e volto para casa, seguindo direto para o meu quarto e me jogando na cama.

Pego meu celular, vendo que havia uma mensagem nova de Amare.

Miniatura:
Amélia me ensinou a fazer um macarrão com molho delicioso. Quer que eu leve um pouco para você? Mas só se me prometer que não vai criticar. Nem um chefe de cozinha é tão exigente como você.

Leio a mensagem, acabando por ri. Ele definitivamente não guardava rancor de absolutamente nada. Resolvo responder.

Matthew:
Está querendo me engordar, miniatura?

Aguardo sua resposta, vendo ele visualizar no mesmo instante em que enviei.

Miniatura:
Eu não! Eu ofereço o que eu estou fazendo. A consciência pesada é sua se vai comer ou não.

Rebateu, o que me fez ri sozinho.

Matthew:
Certo, então eu quero. E uma cerveja como acompanhamento.

Mando a mensagem, rindo ao imaginar a cara de Amare.

Miniatura:
Não vou comprar cerveja! No barzinho aí tem. Você não tem pernas?! Eu fiz só o macarrão. Já está abusando da minha boa vontade.

Matthew:
Com a cerveja e ponto final!

Mando a mensagem e abandono o celular, deitando na minha cama e resolvendo esperar o bendito macarrão do miniatura. O dia foi bem agitado e eu precisaria resolver coisas mais importantes amanhã.

Tudo é questão de tempo...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora