CAPÍTULO 54

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BÔNUS: PAULA ABRAÃO

— Certo, mãe. Eu volto amanhã. Obrigada por me abandonar. — Zombo ao telefone, andando pela casa de Amare com um pote de sorvete em mãos. Eu estava literalmente sozinha. Pois Amare foi passar a noite com o noivo e tia Clarisse estava resolvendo os problemas na delegacia por conta de toda a confusão que está rolando com o tio Eduard. Então, estou oficialmente sozinha e abandonada, pois até minha mãe me expulsou de casa pois queria ter uma segunda lua de mel com meu pai.

Eca!

— Quem disse que estou sozinha? Eu tenho você, amado e idolatrado Shakespeare! Você sim não me abandona em nenhum momento. — Falo, com a minha coleção de livros de Shakespeare. Mas me jogo na cama de Amare, pegando meu projeto robótico que construo por hobbie enquanto a faculdade não manda trabalhos desse tipo. Meu quarto era praticamente uma loja de robôs.

Ouço o barulho da porta de entrada da casa. Automaticamente eu sorri, sabendo que Amare se lembrou da amiga dele e voltou para me fazer companhia.

— Eu poderia muito bem roubar a sua casa...! — Exclamo, descendo as escadarias, mas paro de falar ao ver Jonas entrando na casa, puxando duas malas grandes. Ah, não...

— Paulinha? Que surpresa. — Jonas falou, sorrindo.

— Eu posso dizer o mesmo... E... o que faz aqui? — Questiono, nervosa.

— Bem, eu me resolvi com minha mãe. Naturalmente... essa é a minha casa. — Ditou, sorrindo.

— É. Claro! Que idiota, óbvio que é sua casa. Eu que devo ir embora. Então... tchau! — Exclamo, nervosa, tentando sair rapidamente, mas Jonas segurou meus braços, me puxando para si e me prensando contra a parede, me assustando. E com o baque meu cabelo acabou soltando do coque. Ótimo! Aghr!

— Paula... como você consegue ser tão fofa? E extremamente linda? — Jonas falou, o que me fez ri de imediato.

— E como você consegue ser tão mentiroso?!

— Eu não estou mentindo para você. O que preciso fazer para acreditar em mim?! — Questionou, com um tom sério que me fez suspirar, impaciente.

— Você tem a Victoria. Ela é...

— Ela não significa nada para mim, Paula! — Me cortou, me fazendo olhá-lo. Ele suspirou, abaixando a cabeça e me olhando em seguida. — Paulinha... já faz muito tempo que tento te convencer de que é você que eu gosto. Mas por que não acredita em mim?

— Para de ser hipócrita, Jonas! — Exclamo, o empurrando e fazendo ele me soltar. — Eu sou insuportável, ok?! Além de ter passado o fundamental inteiro sendo chamada de Shrek! Qual é a sua, hein?! — Ele riu, balançando a cabeça.

— Eu adoro o filme do Shrek. — Falou, o que me fez estreitar o olhar, irritada. — Paula... coloque todos os defeitos que quiser em você, mas tudo que eu vejo é... uma menina louca, engraçada, com um olhar lindo e mais realçado ainda com seus óculos de grau, que só materializou a mulher inteligente que você é. Eu não gosto de coisas superficiais. Victoria pode ser o quão bonita for, ou ao menos você acha ela bonita, mas no meu desfile particular de beleza, é você quem ganha sem precisar de saltos ou... um cabelo bem escovado. Eu gosto de você assim, seja insuportável, parecendo o Shrek, ou... uma mulher difícil e que está me torturando a cada vez que me nega. É você que eu amo. O que mais preciso dizer para acreditar? — Engulo em seco, o olhando sem saber o que dizer.

— Eu sou péssima na cozinha. E qualquer ato machista eu chuto seu saco sem pestanejar. — Falo e ele ri, assentindo.

— Ok. Eu sei cozinhar muito bem, modéstia à parte.

— Meus estudos são minha prioridade, sempre. — Falo e ele sorri, assentindo.

— Tudo bem. Não espero menos vindo de você.

— E... também sou bagunceira. O quarto de Amare já está todo bagunçado!

— Somos ricos. É só chamar uma diarista. — Bufo, vendo ele se aproximar, segurando meus braços. — Eu amo você do jeitinho que você é, Paula. Não adianta tentar me fazer mudar de ideia. — Ditou, me fazendo suspirar em desistência. Ele tocou meu rosto, sorrindo levemente e aproximando seu rosto do meu, colando nossos lábios delicadamente, iniciando um beijo na qual me tirou todo o chão, me fazendo esquecer de qualquer problema.

— Paula... SUA TRAIDORA! — Nos separamos com um grito. Olho para a porta de entrada, me assustando ao ver Victoria, furiosa.

Claro que algo ruim iria acontecer. Aghr!

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora