CAPÍTULO 37

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BÔNUS: CLARISSE BETTENCOURT

Após deixar Amare na casa de Paula, retorno para a minha, observando minha casa por algum tempo, respirando fundo, não me sentindo mais tão confortável ao entrar naquele lugar.

Entro de uma vez, tirando meu casaco, óculos e deixando a bolsa no sofá. Aparentemente, Eduard estava no trabalho. Se soubesse a raiva que estou sentindo, ele nem voltaria.

Entro em nosso quarto, olhando em volta, vendo minhas coisas unidas com as dele. Sempre tivemos o acordo de respeitar nossa privacidade. E um não mexe nas coisas pessoais do outro. Mas esse acordo acaba agora mesmo.

Abro as gavetas, vendo peças íntimas, gravatas e coleção de relógios. Procuro por algo no closet, revistando o quarto inteiro, até encontrar uma pasta negra, guardada dentro de uma maleta.

Me sento na cama, abrindo a pasta, sentindo um bolo surgir à garganta ao ver fotos das vítimas que morreram e ninguém nunca descobriu o assassino. Todos eram negros. Alguns muitos jovens, outros, nem tanto. Até que encontro a famosa Mel. Soube por seu nome está escrito logo abaixo, e o ano em que morreu.

Pego um caderno branco, o abrindo e vendo uma lista de nomes. Alguns tinham um check em vermelho, na qual eram os nomes das vítimas assassinadas. A letra era nitidamente dele.

Eu estava vivendo com um psicopata!!!

Pego meu celular rapidamente, abrindo meus contatos.

— O que está fazendo?! — Me assusto ao ver Eduard entrando no quarto, olhando para as fotos espalhadas na cama.

— Você é um monstro! Como tem coragem de fazer uma crueldade dessas?!! — Exclamo, em fúria.

— Amor... você está enganada. Isso é... casos do meu trabalho.

— Mentiroso!!! — Grito, jogando as fotos nele. — Por todo esse tempo, você é o assassino dessas pessoas! Por quê?!

— Amor... eles eram delinquentes... Bandidos! — Exclamou, o que me fez ri sem humor. Pego a foto de Mel, mostrando a ele.

— E o que uma criança de 8 anos te fez?!! Me diga! O que ela fez?!!

— Chega, Clarisse! — Ele arrancou a foto da minha mão, agarrando meus pulsos. — Amor, não precisa se preocupar. Foi só um mal entendido. Vamos parar essa briga... — Ele começou a beijar meu pescoço, me agarrando e tentando levantar meu vestido, mas tudo que eu sentia era nojo.

— Eduard! Me solta agora! — Ordeno, tentando afastá-lo, mas ele não me soltou.

— Para de frescura, mulher. Sei que está se fazendo de difícil... — Ele ergueu meu vestido, tentando tirar minha calcinha, mas antes, defiro uma joelhada com toda a força entre suas pernas, o fazendo gemer de dor, caindo no chão.

Suspiro, ajeitando meu vestido e me afastando dele.

— Você enlouqueceu?!! — Exclamou, agonizando de dor.

— Enlouqueci! Enlouqueci quando me casei com você, seu traste preconceituoso! — Ralho, enojada. Logo ouço as sirenes da polícia, e olho pela varanda os carros se aproximando, cercando a mansão.

— Por que a polícia está aqui? — Eduard questionou, tentando se levantar.

— Eu chamei! Vou entregar as provas, incluindo a tentativa de assédio. — Falo, pegando as fotos e o caderno.

— Não... — Ele se levantou, me agarrando rapidamente por trás, e apertando meu pescoço. — E se eu te matar e dizer que você se suicidou? Hã?

— Acho que não, meu chapa. — Granada entrou no quarto, apontando a arma para Eduard, que rapidamente apontou a arma para a minha cabeça, me colocando em sua frente.

— Olha só quem apareceu, o sapo querendo ser príncipe! — Eduard zombou.

— Você está cercado, Eduard. Solta ela agora! — Granada ditou, mantendo a arma apontada para Eduard.

— Ah, agora eles estão do lado de um bandido?!

— Infelizmente eles acreditavam em você! — Granada rebateu, tentando se aproximar, mas Eduard se afastou, me puxando junto. — Larga ela agora, porra!!! — Granada gritou, impaciente.

— E para quê?! Para vocês ficarem felizes juntos e foderem enquanto eu vou preso? Nem pensar! Se eu morrer, ela vai junto! — Eduard exclamou, pressionando o cano da arma contra a minha cabeça.

— Garanto que você vai primeiro, seu desgraçado!

— Granada, não! Se matá-lo, você também vai preso! — Exclamo.

— Cala a boca, vadia! — Eduard exclamou, me apertando ainda mais. Granada me encarou, provavelmente tentando pensar no que fazer.

— Belos saltos, Clarisse... — Granada elogiou, o que me deixou confusa à princípio, mas logo entendi ao lembrar que eu usava um scarpan de salto fino.

Piso com toda a força no pé de Eduard, me abaixando rapidamente para sair da mira de Eduard, que estava com o pé sangrando.

— Desgraçada! — Ele me empurrou, correndo para fora do quarto. Antes que eu caísse, Granada me segurou, sorrindo e tirando os fios de cabelo do meu rosto.

— Agora você está bem... — Murmurou, sorrindo.

— Por que veio?

— Eu nunca ia deixar você se meter com esse cara sozinha. Eu me preocupo com você, Clarisse. Foi minha primeira mulher, e sempre será a única que conseguiu realmente me conquistar. Eu sinto muito ter feito você passar por tudo aquilo... — Suspiro, me sentindo dividida e vulnerável por suas palavras.

— Granada...

— Eu sei... Me precipitei. Desculpa. Bom... vamos? Quero assistir aquele desgraçado ser preso. — Sorri, concordando e pegando as provas, passando por ele. Mas pude sentir seu olhar por todo o meu corpo. — Beleza em excesso é crime, sabia? — Comentou, o que me fez revirar os olhos, sorrindo discretamente.

Algumas coisas nunca mudam...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora