Terra Nova - ᴀᴘᴘʟʏ ғɪᴄ

_𝔻𝕖𝕤𝕖𝕤𝕤𝕖𝕚𝕤.

 — Tom, vai queimar a nuca deles se continuar a encará-los assim.  — advertiu Olívia. 

O homem respirou fundo e bufou. Estava muito incomodado com sua primogênita e Aquila juntinhos durante todo o Festival.

 — Eles estão muito perto, Liv.  — ele falou e a mulher gargalhou por vê-lo doente de ciúmes.

 — E daí?  — tocou-lhe o braço.  — Kimberly já está crescida, Tom... e ele parece um rapaz legal. Não foi o menino que você ajudou no dia que chegamos em Terra Nova?

 — Começo a me arrepender disso...  — ele riu em seguida, denunciando a brincadeira. Então ficou sério por ter tido uma ideia brilhante  — E se eu for lá e...

 — Não.  — ela o repreendeu. Segurou as mãos grandes e fortes do marido, e olhou em seus olhos.  — Você não pode protegê-la para sempre, Tom. Nós não podemos...

Olívia sorriu de canto. Anthony Houghlin sentiu o peso daquelas palavras, e o peso maior era por serem verdade. Suas menininhas estavam crescendo e ele não poderia impedir isso.

 — Está bem... mas eu ainda vou colocá-lo numa sabatina severa, você vai ver.  — ele novamente arrancou uma gargalhada de sua esposa, a gargalhada mais bonita de todas, que o fez sorrir mesmo que sem querer. Ele a abraçou pela cintura e a trouxe para perto de si, sabendo ser o seu abraço o lugar favorito de Liv.

(***)

 — Mamãe?  — a pequena Hope chamou, recebendo a total atenção de sua mãe no mesmo instante.  — Eu posso ir brincar com a Zoe?

 — Claro, meu amor. Onde ela está?

 — Ali, com a professora.  — a menina apontou.  — Veja como ela está bonita!

Rowan sorriu e acompanhou o olhar da pequena até achar a professora entretendo as outras crianças. Crianças costumam amar suas professoras e se inspirar nelas, portanto as vêem envoltas de uma beleza ainda maior.

 — Sim, Hope, a tia Kate está muito bonita.

 — A tia Kate também, mas eu 'tô falando da Zoe!   — ela explicou e aquilo pegou Rowan de surpresa. Está aí um comportamento não muito comum entre as crianças: comentar sobre a beleza umas das outras. E antes que pudesse reagir, sua pimpolha saltitou até a amiga e a professora, dando um abraço nas duas.

 — Ela é...  — Julieta começou pausadamente, um pouco atrás de Rowan  — A coisinha mais fofa que eu já vi.

 — É tão boazinha!  — comentou Logan Greenwood.  — Espere até virar adolescente... vai ser uma dor de cabeça. 

O botânico fala por experiência própria. A sua filha era uma completa rebelde, que escapava dos portões de Terra Nova para beber birita pré-histórica com um bando de adolescentes irresponsáveis.

 — Nem me fale!  — Nancy Richardson colocou as mãos nas têmporas, pressionando-as.  

Rowan sorriu. Não queria que sua menininha crescesse. Queria que fosse a sua menininha para sempre.

 — Cadê o Pietro, aliás?  — a Griffin perguntou.

 — No laboratório...  — Logan ergueu os ombros.  — Tentando manter a cabeça cheia, eu imagino.

 — Será que não ajudaria se ele esvaziasse a cabeça por agora?  — Rowan questionou. Estava preocupada com o amigo, e não queria que ele se sentisse sozinho.