_𝔻𝕠𝕫𝕖.

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— Terra Nova, responda. — Mayla falou no rádio. A mulher olhou para Thomas, que a observava atentamente num incentivo, como se dissesse "está indo bem". Eles acabaram de chegar num ponto de apoio para os pesquisadores, um pequeno laboratório com checagem de dados e aposentos para passarem a noite. Eles revezaram os turnos com os outros soldados, e mesmo estando em momento de descanso, Mayla ficou encarregada de avisar para a Colônia que estava tudo bem, para não se preocuparem.

Terra Nova na escuta. Qual a situação?

A soldado Hendrix respirou fundo, tomando coragem.

— O rover está funcional. Estamos seguros, todos os cientistas estão no complexo delta. Não tivemos perdas humanas, e as perdas materiais já foram reparadas. — falou, tirando então o dedo do botão que transmitia seu áudio. Mordeu o próprio lábio, tensa com o segundo de silêncio que se seguiu.

Excelente, soldado. — Mayla sorriu largo. — Seguiremos o protocolo padrão de pesquisa.

— Afirmativo. — ela falou e colocou o rádio no chão em seguida, segurando um gritinho eufórico. 

— Eu falei que você conseguiria! — a voz do soldado atraiu a atenção de Mayla, que o encontrou transbordando de alegria. Seus olhinhos ficavam ainda menores quando ele sorria. —  Mandou bem!

Ela abraçou o seu mentor, que passou os últimos vinte minutos ensinando-lhe como responder a um rádio, e como passar as informações de maneira direta e concisa. Thomas retribuiu o abraço empolgado, tirando-a do chão por ser mais alto. Estava orgulhoso de seu rendimento, ela simplesmente fez tudo certinho! 

E então ele a colocou no chão e terminaram o abraço, mas os rostos de ambos continuaram muito próximos. Thomas olhou os olhos dela, uma mistura de verde vibrante com um frio cinzento. Os dois soldados pararam de sorrir — não por estarem tristes, mas por estarem concentrados nos traços um do outro. 

Foram se aproximando, atraídos um pelo outro, e enfim seus lábios se juntaram num beijo calmo e gentil. Thomas segurou a mão de Mayla, apertando-a um pouco, e então Mayla encerrou o carinho quando se afastou, sorrindo sem mostrar os dentes. Ele a olhou e sentiu seu coração acelerar.

—  Obrigada, soldado. — ela falou quase que com timidez. Ele sorriu.

— Às ordens. — então bateu uma continência suave. Os olhos dos dois se encontraram novamente e ambos perderam o fôlego, precisando respirar fundo em seguida. — Boa noite, Mayla.

Thomas gostava dela, realmente gostava. Ela é divertida, engraçada, bonita, esperta. Mas não é só isso. Existe algo a mais nela, algo que o encanta e que ele simplesmente não consegue descrever em palavras, e por mais que a desejasse nesse instante, ambos sabiam estar em missão, uniformizados e com a responsabilidade de trazer a equipe de cientistas inteira de volta pra casa. Portanto não poderiam permitir que perdessem esse momento importante de descanso, para que possam servir com qualidade quando o turno deles chegar.

Se afastaram, ainda um pouco bobos graças às borboletas na barriga, e caminharam cada um para o seu dormitório — por serem separados o feminino e o masculino. 

— Boa noite, Thomas. — Mayla respondeu por fim, antes de entrar no quarto.


(***)


— Eu vou dormir aqui e ponto. — Faith falou, arrancando um sorriso de Elisa. 

A ruiva estava se recuperando do pesadelo que foi aquela noite. Já estava em casa, em seu quarto, e Faith a tem ajudado a se cuidar nesse período: com comida, trocar os curativos, pegar coisas ou qualquer outra ajudinha que sua amiga venha a precisar. 

Terra Nova - ᴀᴘᴘʟʏ ғɪᴄOnde histórias criam vida. Descubra agora