Dias atuais (2151)
Olivia sentia os dedos grossos de Tom acariciando seu ombro, ela se vira na cama e encontra seus olhos castanhos que a observavam. O bombeiro sorri, ele sempre deixava a barba crescer quando ficava de férias, e Olivia a acariciou, com um sorriso triste.
— As meninas ficarão arrasadas, Tom. Todos os amigos delas estão aqui, os primos...
Ela murmurou. Tom pegou a mão de sua mulher e a trouxe para perto da boca, dando-lhe um beijo. Odiava vê-la triste, e agradecia todos os dias por ser tão poucas as vezes que Liv ficava assim.
— É o melhor para nós. Você sabe disso, não sabe? — a voz do homem soa rouca e mais alta do que o esperado, pois já era tarde e ele tentava sussurrar. Ela parece hesitante, então Anthony se ajeita na cama, apoiando-se sobre o cotovelo. — Veja, Liv, nós queremos um bom futuro para as nossas meninas. Elas merecem um futuro, e ele não existe aqui em 2151... Mas sim em Terra Nova.
Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, e Olivia recordou da vez em que o rebreather da América não estava filtrando bem o ar e que ela passou sabe-se lá quando tempo inspirando metais pesados e todo tipo de poluentes até começar a tossir sangue. Olivia lembrou que a filha precisou ser internada, e viu máquinas respirando por ela.
Tom estava certo. Eles precisariam aceitar o resultado do sorteio para irem para a Colônia. 2151 não tem futuro, e os está matando.
(***)
Carregavam as grandes mochilas nas costas, levavam muito para a nova vida pois nunca se sabe o que vai ser necessário. Muitas pessoas do mundo inteiro se aglomeravam no lugar combinado, Plaza da Esperanza, que era uma grande e tecnológica cidade. A família estava em uma fila, tinham seus crachás de identificação em mãos e uma bancada com agentes de segurança avaliava cada um dos integrantes da fila, antes de deixá-los entrar para a área de transporte.
— Familia Houghlin? — uma das agentes chama.
— Aqui! Somos nós! — Tom fala alto, colocando a mão no ombro de Kimberly, conduzindo-a para que andasse na sua frente enquanto América estava acompanhada da mãe. Eles colocaram os crachás na frente do olho direito, cuja retina foi escaneada pela agente, confirmando suas identidades.
— Por favor, deixem seus rebreathers ali no descarte. — a agente indica. — Para onde vocês vão, eles não serão necessários.
Tom tira o próprio rebreather, e ele recolhe os de sua família também, levando-os para o descarte enquanto elas entravam.
Anthony olhou para as máquinas em suas mãos e sorriu, antes de soltá-las no lixo. Não precisariam mais filtrar o ar, pois respirariam o ar puro. Imaginou como seria a sensação de ver a lua outra vez, ou de enfiar os pés na terra molhada, sentir o cheiro da grama ou qualquer outra dessas coisas que os poetas antigos diziam amar.
E entre toda a movimentação e agitação em massa, ele notou um olhar: o olhar do temor e insegurança. Vinha de uma garota, com uns 15 ou 16 anos, que estava completamente perdida naquele mar de gente. Tom olhou ao redor, procurando por sinais de seus pais ou alguém que a estivesse procurando. Não encontrou ninguém, então se aproximou.
— Oi. Tudo bem?
A garota se assusta com o homem, respondendo rápido.
— Ah! Sim! Eu tô perfeitamente bem. Estou ótima.
Ele sentiu a mentira em suas palavras e sorriu de canto, sem chegar mais perto para não assusta-la mais.
— Vamos falar com uma agente, ela vai poder te ajudar a achar sua família, ok?
Ele sugere. Vivendo com três mulheres em casa, ele sabe como incluir uma outra mulher na situação traz mais segurança a elas, as mulheres sempre tendem a confiar mais nelas mesmas do que em homens (decisão inteligente, no ponto de vista de Tom), e a menina realmente fica mais confortável quando o escuta dizer isso.
— Diana! — uma outra jovem chama, no meio do pessoal, e a menina perdida olha para quem a chamava. — Caramba! Eu fiquei preocupada.
Tom sorriu ao ver que as duas tinham se encontrado. Cruzou os braços. Diana olhou para o homem, percebendo sua boa intenção já que ele não só se demonstrou feliz quando sua irmã chegou, como também aliviado.
— Obrigada, senhor...
— Houghlin! — Ele completa com o seu sobrenome. — Indo para Terra Nova?
As duas sorriem com a pergunta óbvia dele.
— Sim. — a mais velha diz. — Acho que vamos nos encontrar por lá, né?
Eles conversaram brevemente de modo amigável. Então Tom se despediu de Diana e de Mayla, indo para a enorme plataforma, não demorando até achar a sua família.
— Demorou, Tom. Começamos a achar que tinha se perdido. — Liv fala com humor.
— Não, não. Mas eu encontrei uma menina perdida, aí a irmã dela a encontrou e está tudo certo! — ele diz, alegre. — Acho que vocês vão ser amigas.
O pai sorri para as filhas.
Estavam como em uma ponte, que ligava-os à uma vida melhor. Na frente deles tinha uma parede gigantesca com um portal brilhante, e não era possível enxergar o outro lado. Sentiram-se minúsculos, e a adrenalina corria em suas veias enquanto auto-falantes diziam as frases:
"Iniciar dilatação do portal."
E o brilho tornou-se tão intenso que quase os cegou, enquanto caminhavam em fila.
"Seus corpos não estarão acostumados à atmosfera rica em oxigênio. Por favor mantenham a respiração curta e regular. A assistência médica estará disponível a todo o momento."
"Desorientação é normal durante a transição. Seus olhos não estarão acostumados à claridade da luz solar. Os nossos médicos estarão disponíveis para prestar assistência."
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:o é hora de atravessar o portal!!
Não esqueçam de votar e comentar!
Eu iria postar só amanhã, mas como hoje é meu aniversário eu decidi dar esse presentinho para vocês!
Os personagens estão aparecendo aos poucos mas todos serão importantes (principalmente os daqueles que comentam e aquecem meu coração)
Espero que estejam gostando!!
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Terra Nova - ᴀᴘᴘʟʏ ғɪᴄ
FanfictionNo ano de 2151, um planeta Terra saturado está morrendo. Sem ter como reverter os danos, cientistas abrem uma fratura no tempo criando um portal para a era pré-histórica, proporcionando uma chance de corrigir os erros do passado. (Fechada) Início: 1...