_𝕌𝕞.

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Quatro anos antes

O metrô estava lotado, como sempre, e Tom lutava por um espaço para colocar o braço que acabara de levantar para ajustar o respirador no rosto. Um outdoor digital brilha lá fora, passando imagens com a mensagem "Uma família são quatro. Superpopulação = Extinção."

— Ah! Com licença! Com licença.

Ele pede, empurrando as pessoas até conseguir sair na sua estação. Desceu e trombou com mais algumas muitas outras. Carregava uma pequena sacola plástica na mão por todo o percurso. Ajustou mais uma vez o respirador no rosto, desviou de um homem quase morto que se arrastava no chão.

Chegou no seu prédio, pegou o elevador e subiu os 26 andares que precisava. Colocou o polegar na maçaneta e a porta se abriu ao reconhecer sua digital.

Entrou em casa, beijou as cabeças de suas filhas que estavam comendo cereal na sala, e então foi até sua esposa na cozinha, dando-lhe um selinho sem parar de sorrir e deixando a sacola que trazia em cima da mesa.

— Está bem humorado! — Olivia, sua querida mulher, comentou com um sorriso gigante. Então olhou para o que ele deixou sobre a mesa, ficando curiosa. — O que tem na sacola?

— Você não vai acreditar... — ele sussurrou, empolgado, deixando-a ainda mais intrigada. —Meninas! Venham aqui, tenho uma coisa bem legal pra gente.

As duas vieram, interessadas no que o pai trouxe hoje. Ele enfia a mão na sacola e, energicamente, tira uma coisa redonda, de cor alaranjada. Os olhos de Olivia brilham e ela nem percebe estar com a boca aberta devido à surpresa. As meninas observam atentamente, sem acreditar, então Kimberly ousa perguntar:

— É uma laranja!?

— Quase! — Tom responde. — É uma mexerica. Ou... Bergamota. Eu não sei a diferença.

A família admira por um instante a fruta nas mãos do pai.

— Vamos comer! — Olivia fala, encantada, já puxando o banco para se sentar ao redor da mesa. -Como você conseguiu?

Ela pergunta para o marido, que estava concentrado tentando descascar a mexerica.

— Eu dei o meu jeitinho. Quis fazer uma surpresa para vocês.

— Você é o melhor, pai! — América fala, e Tom sente-se orgulhoso com suas palavras.

— Eu acho que você tá fazendo errado... — Olivia pega a fruta de sua mão, conseguindo. Ela separa os gomos, entregando três para cada, mas ficou apenas com dois, então Tom deu o seu terceiro gominho para ela.

Tiraram foto e postaram. A última vez que Olivia viu uma fruta foi há 26 anos, quando foi com seus pais ao mercado e um homem passou pelo caixa comendo uma maçã. E agora seu marido acabara de trazer uma fruta para casa! Sentiram-se a família mais sortuda do mundo.

Mas não conheciam, ainda, o tamanho dessa sorte.

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COMEÇOU! Capítulo curtinho, mas é só pra dar o gostinho mesmo. 

Não esqueçam de comentar e deixar seu voto! O próximo capítulo já está no forno.

Nos vemos em breve!


"Uma família são quatro."

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