_𝕊𝕖𝕥𝕖.

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O Comandante Taylor estava em pé em sua sala, enquanto Tom estava sentado, tentando demonstrar uma tranquilidade que não tinha.

— Eu posso saber por que estou aqui? — Tom finalmente perguntou, após longos instantes de silêncio. O Comandante cruzou os braços e o Houghlin sentiu estar sendo avaliado por ele.

— Quando você chegou ontem, com a sua família, um rapaz passou mal. Aquila. — o mais velho começou.

— Sim sim. Ele... ele está bem? Aconteceu alguma coisa? 

— Sim, ele está bem. Anthony Houghlin, você era um bombeiro em 2151, não era?

— Sim senhor. 

— Houghlin... — o Comandante puxou a cadeira e se sentou na frente dele, numa postura altiva. — Não temos bombeiros em Terra Nova, mas é uma área de atuação tão importante quanto os próprios soldados ou médicos. Por que um bombeiro é um médico no campo de batalha. Estou errado, Houghlin?

— Não, não senhor. — Tom respirou fundo. — Bombeiros são chamados de "Soldados de Fogo" e não é a toa. 

— Muito bem. Você deve entender que eu preciso priorizar a vida dos nossos médicos, pois um médico é capaz de salvar inúmeros pacientes. Por isso é sempre uma situação complicada quando temos acidentes que precisam de intervenção imediata e um médico precisa se arriscar... Bom, a sua esposa já começou a trabalhar hoje no hospital.

— Quer que eu atue como socorrista? — O Comandante assentiu, e Tom ponderou por um instante. Nasceu para isso, ele sabe. Ele jurou, quando entrou para o Corpo de Bombeiros, que se dedicaria integralmente à segurança da comunidade em que vivesse, e agora entendia que a grandeza de suas palavras alcançava Terra Nova.

E era a coisa certa a se fazer.


(***)


— Aquila! Como está se sentindo? — A doutora Olivia se aproximou, sorridente. O menino estava sentado na maca 3.

— Estou bem melhor, obrigado. Como isso aqui foi capaz de ajudar com a minha dor de cabeça? — ele apontou para as costas, onde um sanguessuga de 45 cm estava alocado.

— Bom, suas dores de cabeça estavam sendo causadas por conta do excesso de oxigênio, e esse sanguessuga aqui o está eliminando do seu sangue. — ela falou, ainda surpresa por estar usando um bicho tão grande num paciente. Pegou a ficha de monitoramento do Aquila, onde seus batimentos cardíacos e sua taxa de O2 estava sendo mostrada. Deslizou o dedo na tela, avaliando a situação. — Certo, eu já posso removê-lo. 

Então a Houghlin segurou o anelídeo molenga e gosmento antes de puxá-lo para tirar das costas do jovem Aquila. Limpou a abertura por onde o hirundineo se alimentava e aplicou o spray cicatrizante, encerrando o sangramento. 

— Obrigado outra vez. — o menino falou, soluçando em seguida.

— Não precisa agradecer. Agora vou pedir que você fique mais duas horas aqui sendo monitorado para que possamos avaliar como está o seu rendimento metabólico, está bem?

— Claro. O... O Blake pode ficar aqui comigo?

Olivia sorriu com doçura e assentiu com a cabeça. 

— Pode sim. Uma pena vocês terem perdido a orientação, mas tenho certeza que minhas meninas não terão problemas em ajudá-los caso se percam por aí.

A doutora falou. Blake foi liberado para ficar com Aquila, então Oliva foi chamada pela doutora Shannon, juntando-se à doutora Ziegler.

— Eu só quero dizer que vocês duas estão fazendo um excelente trabalho. — Shannon falou para as duas mulheres. — E se tiverem qualquer dúvida, receio ou problema, podem falar comigo, está bem?

Terra Nova - ᴀᴘᴘʟʏ ғɪᴄOnde histórias criam vida. Descubra agora