— VAMOS, SOLDADOS! — a voz de Guzmán dava urgência e pressão ao treinamento.
O soldado Thomas mantinha-se absolutamente centrado, seus olhos focavam nos alvos instalados nas árvores como se fosse uma águia, e disparava. As armas estavam no modo treinamento no qual disparam lasers, configuradas assim para não causar dano ao companheiros e ao ambiente. A simulação do som é repercutida nos fones que cada um utiliza, impedindo assim que os estrondos de festim estressassem a fauna, mas sem perder a qualidade do treinamento.
O recruta Niklaus Ziegler, por sua vez, encontrava-se atônito em meio ao tiroteio "de mentirinha", e cada disparo fazia seu coração palpitar mais rápido como se pudesse, acidentalmente, ser ferido a qualquer instante.
— Como está de munições? — Thomas Carter perguntou ao novato.
— Um cartucho restante. — Nick respondeu, mirando no próximo alvo em azul. Tirou o olho da mira e olhou o mais antigo, apanhando no ar o cartucho lançado para ele. — Não vai faltar pra você?
— Não senhor. — Thomas agachou-se, mirando noutro alvo. Ao acertá-lo, o azul é substituído por vermelho e o alvo se apaga, desligando para poupar energia de todo o sistema. — Vá para o oeste com o Reynolds, três alvos estão pra lá. Kimberly e eu voltaremos para o sul.
O ambiente de treinamento é fora da Colônia, na mata fechada, e apesar da grande quantidade de soldados treinados a postos e em treinamento, os perigos continuam reais e rondando-os. É preciso manter-se atento quanto a insetos e outros bichos peçonhentos, ninguém quer pisar num ninho de aranhas, não é?
E esse treinamento é extremamente eficiente. Os soldados tornam-se preparados para toda e qualquer situação, de Sextos a raptores, de aranhas a anquilossauros. Nicklaus obedece as ordens de Carter e parte atrás do soldado Mark Reynolds.
Mark foi na frente e logo sumiu na mata densa, e Nick engoliu o seco enquanto mantinha a arma bem posicionada para atirar. Ruídos vinham de todos os lados, do farfalhar das folhas nas copas altas ao grito de animais distantes, mas foi o estalo dos galhos secos que chamou a atenção do recruta.
— Reynolds? — ele chamou pelo companheiro, mas não obteve resposta.
Endireitou a arma, e o barulho continuava a se aproximar. Decidiu então destravar o pino de segurança, alterando a configuração para um ataque real. Permaneceu em posição e escutou o barulho vir exatamente de trás de um tronco gigante. Por favor, não seja um raptor — ele pensou.
— Não atira, por favor. — a voz feminina o pegou de surpresa, e o rapaz suspirou aliviado por não estar lidando com nenhum dinossauro. Baixou a guarda, atitude que a qualquer outro momento poderia ser fatal, mas ele estava com muita sorte hoje.
— Saia daí com as mãos aonde eu possa ver. — o rapaz lembrou-se que nem todos os humanos aqui são bons, ainda mais se for um Sexto. Se estiver lidando com um Sexto, o que ele deveria fazer? Atirar?
A garota saiu com as mãos levantadas e Niklaus percebeu que ela era jovem, de pele clara e cabelos castanhos. Na verdade ele percebeu não estar lidando com um Sexto e sim com uma garota que veio para Terra Nova na última peregrinação, assim como ele. Pôde reconhecê-la, mas não recordava seu nome. Na verdade não chegaram a ser apresentados.
— O que está fazendo aqui fora? — ele se aproximou, abaixando a arma e deixando a menina relaxar. — Perdeu a cabeça?
— Eu quero treinar. — ela respondeu com o olhar baixo. O loiro olhou os arredores, se alguém mais visse aquela garota ali ela se encrencaria feio, então a puxou pelo braço, escondendo-se com ela entre as plantas, aonde se agacharam.
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Terra Nova - ᴀᴘᴘʟʏ ғɪᴄ
FanfictionNo ano de 2151, um planeta Terra saturado está morrendo. Sem ter como reverter os danos, cientistas abrem uma fratura no tempo criando um portal para a era pré-histórica, proporcionando uma chance de corrigir os erros do passado. (Fechada) Início: 1...