— CORRAM! — bradou Mayla ao ver a gigantesca silhueta surgir por detrás das árvores.
A cabeça imensa, em todas as proporções, tinha pequenos olhos amarelados protegidos por uma projeção muscular orbital grossa, dando-lhe uma expressão de raiva. Mas não eram seus olhos que chamavam a atenção, tampouco a crina de penachos que se estendia do topo de sua cabeça, e sim afiados dentes do tamanho de uma banana cada um. E eram muitas bananas.
Mayla correu, junto com os outros soldados, ficando entre a criatura e a colônia. Enfiou o joelho na terra e levantou a arma.
— Fogo! — comandou Guzmán.
A soldado apertou o gatilho com força e disparou uma pequena rajada sônica, mas que em união com os outros tiros de seus companheiros foi capaz de incomodar ainda mais o dinossauro.
O predador caminhava sob duas pernas musculosas e seu rabo robusto lhe proporcionava equilíbrio. Entretanto seus membros superiores eram patéticos, salvo as três garras de navalha. Mas eram pequeninos bracinhos, que não pareciam servir para absolutamente nada.
No fim das contas, lutavam contra uma galinha gigante, mas Mayla tem certeza de que nunca mais verá uma galinha da mesma maneira senão como aquele apavorante Tiranossauro Rex.
Os tiros dos blasters e dos canhões sônicos sobre os portões não são o suficiente para segurar o rei dos dinossauros e ele vai com tudo contra a cerca que protegia Terra Nova do mundo selvagem que existe lá fora.
Outros rugidos, semelhantes ao do T-Rex colossal em sua frente, vieram do meio da floresta. Eram um pouco mais agudos, mas igualmente assustadores.
O Comandante Taylor sentiu um arrepio percorrer sua espinha e preocupou-se com os seus. A fera que, agora, recuava graças ao bombardeio, era uma mamãe Tiranossauro buscando um lugar seguro e muita comida para ela e sua prole. E a colônia era o ninho perfeito.
A Tiranossauro se aproximou do portão de madeira e o Comandante entendeu que precisaria tomar alguma atitude urgente para o bem de seu povo. Estavam ali para afastar aquela besta selvagem antes que ela tornasse os cidadãos de Terra Nova em sua refeição principal.
— Guzmán! Aqui! — o Comandante gritou.
— Sim, senhor! — Guzmán respondeu prontamente, aproximando-se de seu superior enquanto atirava na mamãe faminta lá fora.
— Homens! —Taylor berrou, e com "homens" ele se referia a todos os soldados que ali estavam. — Precisamos sair do perímetro e atraí-los para longe!
Mayla, que estava absolutamente focada, sentiu seu estômago embrulhar com a ideia. Sair dos limites da Colônia com pelo menos duas galinhas carnívoras gigantescas babando enquanto observam as pessoas!? Aquilo lhe parecia uma péssima ideia. Das piores.
Mas antes que ela pudesse se opor, os soldados correram para lá e para cá, num caos organizado.
— Guzmán! — o Comandante Taylor chamou — Não temos homens o suficiente. Eu preciso do Houghlin, e precisamos de voluntários para a equipe de resgate. O máximo possível. Arranje-os, agora! — e então o homem de cabelos brancos voltou a atirar freneticamente na criatura.
Uns mantinham a posição enquanto outros se afastavam para buscar os rovers. Logo, estrategicamente, Mayla estava em uma viatura em alta velocidade e saíram pela menor abertura possível enquanto outros soldados mantinham a Tiranossauro entretida.
Eram dez rovers. Os soldados fecharam a entrada no exato instante em que saíram. Os que ficaram para trás, junto com o Comandante, atraíam a atenção da dinossauro e rezavam para que seus companheiros conseguissem ser habilidosos para tirá-la dali. A criatura arranhou suas garras dos pés poderosos no chão, levantando poeira como um touro feroz, enquanto tomava distância do portão. Os tiros sônicos não são feitos para machucar o animal, mas para desnorteá-los, efeito que não estava surtindo naquele grandalhão.
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Terra Nova - ᴀᴘᴘʟʏ ғɪᴄ
FanfictionNo ano de 2151, um planeta Terra saturado está morrendo. Sem ter como reverter os danos, cientistas abrem uma fratura no tempo criando um portal para a era pré-histórica, proporcionando uma chance de corrigir os erros do passado. (Fechada) Início: 1...