16h36...

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Na emoção do momento acabamos cometendo erros e estes podem lhe custar muito. Creio que no meio da correria em que eu estava dei-me conta de que não foi o certo a ser feito. Tal ato não era só feio, digno de ser tratado como um ato repulsivo, era mais uma prova do que o meu orgulho estava me fazendo. Eu nem poderia imaginar o que esse orgulho me faria. E também não estava preparada para o que meus olhos estavam prestes a videar, de certa forma foi uma 'facada no peito letal ' que certamente acabaria mais ainda com a minha pessoa.

Dando-me conta do erro é também da culpa que surgirá em mim naquele momento, parei por alguns segundos. Não lembro-me ao certo em que andar do hospital eu estava na hora, apenas lembro-me de estar em um corredor com várias portas fechadas e ao seu lado esquerdo muitas janelas.

Estava um dia nublado, o sol e seus fortes raios estavam ofuscados pelas nuvens e no corredor apenas a iluminação que vinha do lado de fora, entretanto, pelo fato de estar entardecendo e o raiar da luz do dia começar a ofuscar-se, não estava tão bem iluminado o corredor, pelo menos assim recordo-me daquele momento. Mas o que viria a suceder-se me colocaria em um beco sem saída de culpa, que carreguei-la por muito tempo.

Naqueles segundos parada naquele corredor em plena reflexão de meu erro, não sei bem como explicar, para ser totalmente honesta não sei explicar direito o que se sucedeu naquele hospital. Porém isto que aconteceu é nítido em minha mente para o resto de minha vida.

Em fenômeno que não consigo atribuir a causas naturais ou algo semelhante, eis que eu vi pelas janelas do corretor onde estava, um grande feixe de luz penetrar a janela de um dos quartos do andar superior, ao ver isso fiquei petrificada pois nunca havia visto algo parecido antes, e creio que nunca mais irei ver, por alguns momentos estava espantada com a situação, um breve tempo se passou até eu que voltasse à realidade.

Quando voltei a si, lembrei-me de que tinha de ir ao quarto de minha mãe sem enrolação, então foi em disparada ao seu encontro. Porém o que meus olhos videaram... O que eles videaram... Bem,, não sei como descrever, sei que doeu demais.

Ali se encontrava minha mãe, porém algo colocou o desespero e a aflição em mim instantaneamente. Aquele som, maldito som, por que tinha que soar?!Por que eu pergunto?!!!

-MÃE!!!-Gritei.

Sim...Creio que já sabem, mas não pude acreditar. Seus sinais vitais haviam parado e lá ela encontrava-se inconsciente.

-SOCORRO, ALGUÉM AJUDE!!!-Gritei pedindo ajuda.

-MÉDICO!!!-Pedia eu por alguma ajuda.

Sai pelos corredores novamente agora procurando por ajuda de algum médico. Não demorou muito até que uma médica apareceu e veio ao meu encontro.

-O que aconteceu menina?!--Perguntou-me.

-Enfermeira precisa ir ao encontro de minha mãe, ela está morrendo!!!-Disse desesperadamente.

A levei até o quarto, onde se encontrava minha mamãe, aquele som dos aparelhos que mediam sua pressão cardíaca, por breves instantes tornaram-se barulhos infernais, que ecoavam mais forte em minha mente a cada vez que eu os ouvia.

Naquela hora eu não tinha muito o que fazer, a não ser observar e sentir-me torturada ao ver tal cena de minha mamãe em seus últimos momentos de vida. Foi horrível ter que ver a cena de diversos médicos tentando reanimá-la; Choques elétricos para reanimar seu coração, massagens cardíacas, muita euforia e desespero, tudo em vão, até que ouvi:

-Horário da morte 16:36.-Assim falou a médica.

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