Luzes da Cidade

Memórias do diário

27/06/2019-Quinta Feira

"Querido diário...Olá de novo, lembra-se de mim? Apesar de tanto tempo que eu não escrevo em você, aquilo o que eu sinto ou aquilo que eu penso. Pois bem estou de volta.
Inesperadamente as coisas mudam de uma forma surpreendente, e se eu não compartilha-se com alguém eu poderia até me matar.

Pela manhã acordei sem perspectiva  nenhuma do que eu faria no resto do dia, só sabia que eu teria aula algumas horas mais tarde, e que eu não queria fazer a lição porque era extremamente chata, e que eu não dava a miníma para a matéria de sociologia.

Mesmo com aquela preguiça de viver
decidi que teria de viver mais um dia a qual eu julgava ser lixo.

Me dirigi ao banheiro e fui tomar meu banho matinal, como sempre fazia. No meio do banho pensei um pouco em questões sociais e políticas que nunca tinha pensado antes, após o banho me enrrolei sob uma toalha e caminhei para meu quarto para escolher uma roupa para vestir. Como estava sem expectativas que teria um dia bom escolhi um look todo em preto, uma saia preta, all star preto, e uma camiseta de banda(Beatles para ser mais exata).

Desci para tomar café da manhã mas não encontrei minha mãe como era o habitual, apenas encontrei um bilhete que dizia 'Volto mais tarde, beijos mamãe', okay, achei que minha mãe havia saído para ir ao mercado ou algo parecido, nem liguei muito.

Após comer um pão e tomar um suco subi para meu quarto, que naquela hora estava todo desarrumado, criei um pouco de coragem para dobrar as cobertas. Como estava uma noite fria de inverno naturalmente eu me cobri com diversas cobertas para não cogelar durante o sono, mas o estranho é que estava um frio que não era muito normal para a minha cidade, porém eu não era a garota do tempo para entender a razão por trás do clima, eu era, ou melhor dizendo, eu sou garota das lágrimas, de certa forma eu já tinha aceitado esse fato, mas não o compreendia muito bem, nunca tive muitos motivos para sofrer pelo menos é o que me diziam na escola, mas não era assim que eu exergava, talvez tenha sido a separação dos meus pais que me afetou muito, não queria que eles tivessem tomado rumos diferentes, minha mãe me diziam que eles não estavam se dando bem, mas, se eles não se davam bem por que escolheram se unir em casamento?

As coisas podem mudar mas será que o amor também muda? Era essa pergunta que eu gostaria de saber...

Acho que a única coisa realmente produtiva que eu fiz foi escrever uma canção chamada 'White Queen' que eu escrevi pensando em mim mesmo, egoísmo da minha parte creio eu, tantas questões e assuntos para escrever, mas mesmo assim esta escrito.

A letra citava uma rainha a qual toma um rumo de depressões e pensamentos suícidas, clamando para que alguém à salvasse desse pesadelo chamado vida, um verso dizia

'Então toque minha lágrimas com a ponta de seus dedos, dei-me sua mão para me resgatar, salve a rainha branca se puder', lembro que na hora caiu uma lágrima na folha papel que eu escrevia, só que para mim parecia mais com uma gota de sangue, seria mais um fruto da minha imaginação estúpida.

Na escola mostrei a música para minha amiga Stefany que à surpreendeu de tal forma que as pupilas de seus lindos olhos azuis se dilataram, pareciam duas estrelas que iriam me conduzir pela escuridão da noite, então eu diria a mim mesma para que me guiar pelas estrelas se existe a luz da cidade?".