Um conselho mal ouvido.

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Dada a hora marcada e combinada por meu papai, eis que eu estava ansiosa para que ele chegasse e pudesse levar-me para o hospital para ir ao encontro de minha amada mamãe, mal podia esperar, pois tamanha era a saudade que envolvia-me.

Subi ao meu quarto apenas para buscar minha bolsa onde estava meus documentos, celular, etc. Porém repentinamente eis que de longe um vento soprou muito forte, e ele soprou aos meus pés à carta no qual minha mamãe, havia-me escrito, fazendo-me recordar de tal fato.

Após isso, desliguei-me novamente daquele sentimento otimista e animado que havia contagiado-me à alguns instantes, trazendo-me átona aquela tristeza do dia no qual li a carta.

Eu a recolhi do chão, coloquei-a em minha bolsa, talvez naquele momento estaria descendo um mim aquela incógnita novamente, e gostaria então que ela fosse enfim resolvida. E desta vez seria direto da fonte, que mais para frente eu tomaria minha atitude como um ato inconveniente e inconsequente.

Então fui eu, esperar meu papai no portão de casa, para que enfim pudesse ver minha "mamãe", pelo menos naquele momento me ocorreria de pensar assim, depois de um tempo tomaria conta de meu erro e veria que estava equivocada em meu pensamento, e que ela era minha mamãe.

Por fim meu papai chegou, abraçou-me, entrei no carro um pouco quieta, um pouco recintida por causa da carta, na hora queria muito explicações à respeito, queria uma mínima satisfação de tal fato que era por mim descoberto à pouco tempo, no qual não foi-me revelado a mim por longos anos.

Estando eu quieta em meu canto no carro meu papai, ele notou e assim começou um diálogo comigo, coisa que não era tão habitual, pois normalmente ele nunca começava conversas, geralmente era eu. Provavelmente devia ter notado o meu semblante e o silêncio que me acompanhava naquela trajetória até o hospital.

-Então filha... Como tem passado esses tempos?-Falou com certa cautela.

-Bem papai... Para ser honesta, tem sido um pouco conturbado e esquisito. Tantas coisas aconteceram, algumas coisas boas e outras coisas ruins. Todas uniram-se e não assimilei-as muito bem. Para lhe dizer a verdade, algumas nem cheguei a compreendê-las.

-Andressa minha filha, se estiver passando por mals presságios peça ajuda a alguém, não guarde tudo para si, se não o problemas vão se ajuntando e se tornando uma bola de neve que cresce mais e mais, até que a bola de neve se torna uma gigantesca avalanche.-Disse-me.

Ao ouvir isso, creio que foi um dos maiores erros, pois não acatei tão preciosos conselhos. Foi uma atitude ruim, pois optaria por permanecer a mesma Andressa, a mesma no qual guardava dentro de si tantas coisas, e preferia retê-las para si ao em vez de compartilhar-las com alguém de confiança.

À altura veio apenas em minha mente essa resposta à meu papai:

-Sim papai, eu sei. Porém pode ficar tranquilo pois esses problemas hei de vencê-los facilmente, eles não são tão difíceis, nem tão relevantes para serem levados tão a sério. Só estou preocupada mesmo com a mamãe, quero muito vê-la e saber se ela já está melhor.-Respondi-lhe.

Que estupidez minha, preferi ferir-me mais ao em vez de ser honesta com alguém, para não deixar ninguém preocupado com o que se passava comigo. Como eu havia sido tão estupida à esse nível, achar que eu poderia solucionar tudo sozinha.

Meu papai apenas pode olhar para minha pessoa e me dizer:

-Certo filha, acredito em você. Porém se tiver um problema fala comigo certo?-Disse-me.

-Certo papai!-Respondi-lhe.

Olhando tudo que viria a suceder seria um erro gigantesco não acatar tal conselho, pois o que viria a desencadear-se seria algo que nem mesmo eu imaginária...

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