Naquele momento não havia medido esforços para continuar forte e manter, por mas que pequena, mas uma motivadora esperança. Mesmo assim não conseguia raciocinar bem, eram informações demais em minha pobre cabeça, que àquela altura já poderia enlouquecer por causa de cada acontecimento, era muita pressão sobre a minha pessoa, estava prestes a jogar tudo para ao alto.
Bem eu poderia ter feito isso, vontade não me faltava, mas aquela pequena luz dentro de mim empediá-me de concretizar tal ato.
Naquela situação caótica respirei fundo e tentei manter a calma, até receber uma notícia, independente se fosse boa ou má.
Não tinha muitas coisas a serem feitas então fui ao meu quarto, esperar e esperar, cada segundo em minha mente se pareciam com muitas horas mal gastas em ociosidade, mas poderia eu fazer algo para reverter? Queria eu ocupar um pouco esse tempo, porém tão pouco poderia preenchê-lo, de forma que minha angústia fosse aliviada e pudesse ordenar todos os meus pensamentos.Olhei para a minha escrivaninha ali estava meu caderno de poemas, em minha mente escrever pareceu a única coisa descente à ser feita em relação em aguardar para que alguma coisa acontecesse.
Olhei para o meu caderno de poemas novamente, contempleí-o por alguns segundos e pensei "O que tiver que ser escrito assim será, seja algo melancólico ou sentimental, seja ele triste ou feliz".
Peguei-o e procurei um lápis em meu estojo da escola.
Olhei para folha em branco e o que sair vai e irá sair, tomara que seja algo bom.E assim foi comecei a escrever incessantemente por horas enquanto aguardava o tempo passar para que chegasse alguma notícia.
Passou-se uma hora, passou-se duas horas, e nada. Por mais que tentasse e tentasse parecia que nenhum poema satisfazia-me ou agradava-me, poderia ser perfeccionismo meu, não tinha como não ser assim na hora em que eu escrevo sempre gostei de coisas bem feitas.
Então como nenhum poema havia agradado-me arranquei as folhas de rascunho amassei-as e as joguei no lixo.
Estava interrando-se quase três horas desde quando eu havia iniciado minha escrita e nada de notícia, olhei o meu celular mais uma vez e nada. Será que algo terrível havia se sucedido?
Muito provável que sim, mas eu só não podia supor naquela hora porque não tinha certeza de nada. Só tinha certeza que naquele momento o Tic-Tac do relógio tornava cada vez mais angustiante o dia que parecia morto de vez.
Nessa angústia e ansiedade gritei:
-POR QUE NÃO HÁ NINGUÉM QUE POSSA APENAS ME DAR UMA SIMPLES NOTÍCIA?
Após esse grito que eu emiti peguei meu caderno e o joguei-o contra a parede. Realmente eu estava tendo um ataque de nervos, porém não podia eu aguentar tamanha pressão e tinha que descarrega-lá de alguma forma.
Em fim aos poucos fui me ajoelhando no chão de meu quarto, lágrimas escorriam de meus olhos, estava desesperada, confundida mentalmente, estava enlouquecendo, era horrível essa sensação.
Ergui minha cabeça e apenas falei:
-Deus por favor... Se tu estás comigo ajuda minha mãe, por favor.-Clamei chorando.
Após isso, olhei meu celular mais uma vez e na hora que eu o liguei por mais incrível que pareça meu pai me ligou. Meu pedido havia se cumprido, não sei se eu chorava mais, ou pulava de alegria, ou os dois, mas então atendi meu pai com uma grande ansiedade e expectativa.
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Luzes da Cidade
Roman d'amourDo pó ao pó, digamos que não é fácil aceitar que nascemos para morrer. Mas é isso que Andressa descobriu e da pior forma possível terá de lidar com essa realidade. Uma trágica e triste visão sobre o que é viver com poucas razões. Ela irá sobreviver...