16h36...
- Não há mais nada para ser feito em relação a paciente, levem-na ao necrotério.- Disse um dos médicos que ali estavam.
16h37...
Apenas pude colocar-me em situação de puro desespero e insanidade pelo ocorrido. A única palavra proferida por mim nesse momento foi "NÃO!!!". Um 'Não' que representará o único pensamento a qual havia se passado em minha mente, o sentimento de perda, o sentimento de ter tudo por um breve tempo e do nada perdê-lo. Assim sentia-me em relação ao ocorrido.
O pouco de esperança que eu tinha havia ido embora, aquela porcentagem minúscula de felicidade que estava bem no fundo de mim, havia sumido de vez. Restará apenas o grande 'Nada'. Depois daquilo nada me importava, depois disso eu não estava feliz porém ao mesmo tempo não estava triste. Este foi o grande e velho 'Nada', que perdurou-se um longo, longo e longo período de tempo.
Acho que no momento passei a vida com outros olhos, quando você encara a morte na sua frente sua perspectiva de com outros olhos. Porém vale salientar os meus estavam quase que vendados naqueles tempos.
Então enraizou-se em minha mente a ideia de que o sentido da vida sempre foi sofrer e nunca deleitarmo-nos dos bons momentos que a mesma poderia oferecer-nos. Com essa sementinha plantada em minha cabeça, os espinhos começaram a crescer, formando assim um arame farpado entre mim e o mundo, o murro mental começará a ser erguido ligeiramente. O jogo havia começado...
Fim da primeira parte...
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Luzes da Cidade
RomansaDo pó ao pó, digamos que não é fácil aceitar que nascemos para morrer. Mas é isso que Andressa descobriu e da pior forma possível terá de lidar com essa realidade. Uma trágica e triste visão sobre o que é viver com poucas razões. Ela irá sobreviver...