Casa de velas.

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A solidão era algo relativamente comum, talvez um pouco mais relaxante que estar ao redor de pessoas no qual você nem faz muita questão em conviver diariamente; Porém era anormal tamanha solidão que se encontrava naquele recinto, que por sinal ainda estava totalmente escuro.

-Ora, ora, ora... Eis que aqui me encontro no completo escuro sem absolutamente nada e ninguém.-Disse eu.

Certamente eu deveria fazer algo, pelo menos para amenizar tal situação desagradável, e no mínimo iluminar um pouco aquela escuridão.

-Certo, nada mais relevante à ser feito, resta-me a função de iluminar esta casa.-Falei.

Dirigi-me ao cômodo da cozinha, onde dentro de uma das gavetas do armário ainda havia algumas velas. Peguei meu celular e liguei o seu 'flash' para que eu pudesse enxergar os meus passos.

Cheguei até a cozinha, sem muita dificuldade, lá estavam elas, velas para trazer um pouco de seu brilho para toda aquela casa, que se encontrava totalmente ofuscada pela escuridão.

Uma, vela em um quarto, duas velas nos corredores, três sobre uma estante de livros, quatro ao redor de meu quarto e tantas outras espalhadas por todos cantos de minha residência, deu-lhe um aspecto muito medieval, algo meio semelhante à grandes castelos e torres desse período, um pouco curioso até.

Uma iniciativa tardia, porém, não falha, pois outra vez havia luz resplandecendo sobre todo o recinto, agora estava muito mais segura e tranquila, fui até minha prateleira de livros, escolhi o livro no qual estava lendo à algum tempo, chamava-se "A revolução dos bichos", era fascinada por ele, adorava-o, lia-o com toda a atenção possível; Pegando-o da prateleira, sentei-me ao chão, ao redor das velas a qual estavam sobre meu quarto e peguei meu celular ligando-o em uma música que eu julgava ser magnífica, uma música do período barroco, combinava muito comigo, toda aquela expressividade, aquela inteligência toda, era simplesmente belo, deileitar seus ouvidos aquela magnífica música de Vivaldi.

Aquele era um momento de paz, uma paz que eu não desfrutava à algum tempo, se tivesse um chá estaria simplesmente perfeito.

Mas naquela serenidade a qual me encontrava, tão de repente quanto vento, eis que um som a ecoar foi ouvido por minha pessoa, tal som chamava-me no portão, seu timbre era inconfundível, era uma visita de minha amiga Stefany, que viera me ver.

Rapidamente fui ao seu encontro para abrir-lhe a porta para que ela pudesse adentrar em minha casa, para que pudéssemos ter e desfrutar de uma conversa, para distrair-nos e passar-mos um tempo juntas.

Peguei a chave no chaveiro, e abri a porta para ela, que trazia consigo um violão e um sorriso amistoso que a tempos me cativará muito.

-Oiiie Andressa!!! Tudo bem?-Falou, calorosamente me abraçando, e dando um beijo em minha face.

-Oiie Stefany! Minha amiga! Vamos entre por favor!-Disse eu.

-Obrigado amiga! Com licença.-Falou.

-Toda amiga; Só não repare que está sem luz, acabou não bairro inteiro.-Falei.

-Não, fique tranquila, não ligo não-Respondeu-me.

Então entramos naquela casa de velas...

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