Ela esta em coma...

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Que felicidade não? Pedir algo e na hora ser realizado. Naquele momento o meu coração parecia que sairia por minha boca, era indescritível.
Mas não podia simplesmente comemorar antes da hora, entoar uma vitória sem ter ganhado a guerra.

Restava-me atender a ligação de meu pai, para então saber a situação em que se encontrava minha mãe, teria de contentar-me com qualquer resposta, boa ou ruim, trágica ou maravilhosa, certo era que havia duas opções apenas, e que de qualquer forma teria que aceitar.
Esperançosa e crédula que algo bom se sucederia atendi, para a sanar todas as minhas dúvidas.

-Alô Andressa...Filha.-Começou a falar.

-Alô pai, conte-me como esta a mãe...Eu preciso saber de seu estado de saúde, ela esta bem? Diga-me por favor, não estou conseguindo conter-me e aguentar-me de tamanha ansiedade e preocupação.-Disse, um pouco eufórica.

-Bem filha...Vou ser direto para com você, pois sei que independente do que eu lhe disser você vai ser forte.-Falou-me.

-Então diga pai, acabe com essa minha angústia. Afinal minha mãe se encontra bem ou não?-Disse-lhe.

-Certo filha acalme-se, os médicos conseguiram reanimar sua mãe à caminho do hospital, porém sua mãe continua inconsciente e não tem previsão de recuperar a consciência tão rápido.-Respondeu-me.

-Mas ela ainda corre risco de vida pai?-Perguntei-lhe.

-Parece que sim minha filha, só um milagre para ela passar dessa com vida.-Respondeu-me

-E eu posso vê-la, visita-lá no seu quarto?-Falei.

-Não filha, sua mãe está na UTI, e está muito mal para receber visitas no momento, então você vai ter que aguentar firme e ser forte.-Disse-me.

-Eu sei que eu tenho que ser, porém como posso ser forte se a minha fortaleza veio abaixo e desmoronou e junto a ela todo o resto aos poucos irá desmoronar junto? Diga-me pai como eu posso ser forte em uma situação dessas. Tamanho é o meu medo, que de hora em hora se torna maior e mais forte, eu não sou forte, sou uma criança amedrontada que precisa de proteção. Não quero ser forte sem ter o meu porto seguro perto de mim.-Falei.

-Filha meu amor, você terá de carregar esse peso,  e terá de carregá-lo por um longo tempo, que não é definido, então espero que você seja forte por si mesma.-Falou-me.

-Não consigo pai, já tenho tanto à me preocupar, quanto mais dirá isso.-Disse-lhe.

-Filha eu estou com você. Se quiser pode passar esse tempo na minha casa, o que me diz?-Perguntou-me.

-Bem né, acho que é o mais razoável à ser feito, é melhor eu não ficar sozinha mesmo.-Respondi-lhe.

-Certo filha, amanhã eu te busco, já vai arrumando suas coisas.-Disse-me.

-Tá pai.-Respondi

-Tá certo filha.-Disse.

-Pai me liga se chegar qualquer notícia, tá?-Disse-lhe.

-Avisarei sim filha.-Respondeu-me.

-Então tchau pai...Vou arrumar minhas coisas.-Comecei a despedir-me.

-Tchau filha, se cuida, te amo.-Despediu-se.

-Também te amo pai, tchau.-Despedi-me outra vez.

Então meu pai desligou o telefone. Lá estava eu novamente, sozinha e com meus muitos pensamentos vazios, precisava de uma pequena luz, nem que ela fosse a luz que ilumina a cidade, precisava para iluminar meus pensamentos...

Luzes da CidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora