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SETEMBRO/2019

13h – Segunda-feira – 09

Uma pequena aglomeração de pessoas parou para assistir a um sensacionalista noticiário na TV de um restaurante no centro da cidade do Rio de Janeiro. O repórter falava sobre o corpo de um homem que fora encontrado em um matagal. Ele estava desaparecido desde a última sexta-feira.

Mais um pai de família! — proferiu o jornalista que dava um tom dramático à narração. — Mais um trabalhador, que estava buscando o pão de cada dia. — A imagem sobre a narração comovente do repórter era em uma mata fechada, um local ermo onde o corpo estava. — Saiu e não voltou.

O sangue que jorrara foi censurado. Aquela imagem desfocada com as palavras do apresentador, causaram grande comoção em quem assistia.

Até quando, Brasil? Um jovem de trinta e cinco anos, trabalhando para sustentar a família. Saiu de casa e não voltou mais. É uma mãe que chora, uma esposa viúva, filhos que ficam sem pai, amigos que lamentam. Até quando o crime vai prevalecer? Até quando vamos andar nas ruas temendo morrer assim?

Os presentes no restaurante meneavam a cabeça comovidos e empáticos. Alguns outros levantaram hashtags no Twitter, pedindo justiça.


8h05 – Sexta-feira – 06

Havena Becker desembarcou no aeroporto internacional do Rio de Janeiro sob o nome de Elizabeth Maia. Fez check-in no hotel, tomou um banho e desceu para tomar café da manhã na confeitaria de uma amiga sua. Pretendia visitar alguns amigos, naquela manhã. Aproveitaria para se divertir e descansar nos dias em que ficasse na cidade.


22h - Sexta-feira – 06

Paloma ainda estava no meio de uma reunião no trabalho, quando recebeu uma mensagem de seu marido avisando que seu carro havia sido roubado no estacionamento de um supermercado.

Ok. Vou acionar o seguro. — Escreveu a resposta, rapidamente, com o aparelho embaixo da mesa e saiu do aplicativo. Uma jovem expunha suas ideias.

Paloma era gerente de uma grande livraria da zona oeste do Rio de Janeiro. Casada com Arthur há seis anos, os dois tinham um filho de cinco.


6h30 - Sexta-feira – 06

Naquele dia, Paloma acordou cedo, arrumou o filho Valentino para ir à escola enquanto o marido dormia, pois trabalhara até tarde na noite anterior. O cereal do garoto havia acabado e ela precisou improvisar. Tinha pressa, pois ainda precisaria passar no lar onde sua avó morava. A mulher decidira se mudar para lá no mês anterior e a gerente fazia questão de visitá-la todo dia, apesar de não ter podido ir nos últimos dois dias. Teria reunião importante à tarde, então resolveu ir ver a avó pela manhã.

Deixou o filho no colégio e partiu para o abrigo. A simpática Marly tomava banho de sol no jardim com outros idosos, abriu um sorriso radiante ao ver a neta chegar. Trocaram um caloroso abraço e beijos. Ambas quiseram saber como estavam e ficaram conversando por um tempo no jardim.

Pouco antes de Paloma se despedir, entrou com a avó e a deixou na sala de TV junto com recomendações, tal qual uma mãe preocupada.

— Filha, fique tranquila. Estou ótima aqui. — Beijou o rosto da neta e a viu se afastar.

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