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Eu estou viciada, só um pouquinho... Por esse amor entre as minhas pernas

Oceana.

— Quero te levar em uma festa.— Não preciso levantar o olhar para saber de quem se trata, pois sua voz já faz meu coração acelerar. Como nunca o escuto abrindo a porta?

— Uma festa? Não sei não.— Falo indecisa.

— Te prometo que nessa não haverá corrida, luta, enquadro e cadeia.— Da um sorrisinho de lado.

Hum, que horas?— Sorrio.

— Passo na sua casa às nove.— Pisca um dos olhos.

Quando penso que ele irá embora, Asher segue até uma das prateleiras e pega um livro, lê atenciosamente a sinopse e se concentra no primeiro parágrafo. Ele parece ser tão intenso em tudo que faz. Será que ele é assim também fazendo sexo? amor?
Sinto uma queimação no meio das minhas pernas, fecho os olhos e aperto as coxas para tentar aplacar o calor que se acomodou ali. Abro os olhos novamente e olho em direção de Asher, o encontro me olhando, seus olhos estão um pouco mais escuros e com um brilho sombrio, o que me causa arrepios dos pés a cabeça.

— Vou levar esses livros.— Diz com sua voz rouca bem baixinho.

Pego de suas mãos e faço tudo tão rápido que não vejo os nomes e do que se trata. Estou me sentindo envergonhada, ele parece me despir com os olhos. Entrego os livros a ele.

— Até mais tarde, Oceana.— Vira as costas e sai pela porta, levando consigo minha atenção e das duas mulheres que passam por ele entrando na loja, mas não antes de olharem encantadas para Asher. Arg...

Atendo as moças com uma carranca, o porquê eu também não sei. Seria ciúmes? Penso, mas logo descarto essa possibilidade, pois não temos nada e nem se quer demos um beijo direito. Suavizo a expressão em meu rosto e vou mostrando os discos de ópera paras as duas loiras platinadas a minha frente. Elas tinham um concerto para apresentar. E eu tinha o ideal para vender á elas.

Depois de atender, vender músicas e alugar livros e filmes na biblioteca da loja, estou exausta, geralmente divido os afazeres com seu Francisco, ele é tão eficiente que muitas das vezes faz tudo sozinho e rápido, me deixando apenas com a função de receber o dinheiro e dar o troco, pois segundo ele, nunca foi bom com cálculos. Não vejo a hora dele voltar. Fecho a loja quando o movimento para lá pelas cinco e quarenta. Deixo tudo arrumado para o dia seguinte e sigo até a parada de ônibus para espera-lo junto às outras pessoas.

Chegando em casa, a encontro silenciosa, entro e vou para meu quarto, deixo minha bolsa sobre a cama e vou até o quarto de mamãe.

— Cheguei.— Vou até ela que está mexendo em seu celular e dou um beijo em sua cabeça.

— Olá filha, estou procurando um lugar para encomendar sushi para a janta.

— Que delícia, faz tempo que não como. Mãe, o que acha de chamar Gina?— Falo e a observo tirar os olhos do celular e me olhar.

— Para jantar conosco?— Levanta as sobrancelhas totalmente perfeitas, graças a Deus isso eu também pude herdar dela. Talvez do meu pai, eu tenha herdado somente a altura mesmo.

— Sim, eu vou sair com um amigo depois do jantar, então para senhora não ficar sozinha, ela poderia te fazer companhia.

— Não sei não, ela pode estar ocupada.— Mamãe da de ombros.

— Creio que quando se trata da senhora, ela sempre tem um tempo.— Alfineto.
Mamãe me olha com as bochechas ficando avermelhadas e decide ligar, enquanto isso vou para meu quarto tomar um banho.

***
São quase nove horas e estamos as três sentadas no sofá da sala, vendo um programa qualquer, mamãe e Gina riem e bebem vinho, conversam sobre tudo, até mesmo sobre a ex namorada de Gina, nós sempre soubemos que ela era lésbica, pois sempre quis deixar claro sua orientação sexual. E a adoramos por ser sempre sincera conosco. Escuto uma buzina soar e dou amém aos céus, pois já estava segurando a torre Eiffel como vela para essas duas ao meu lado.

Despeço-me de mamãe e Gina com um beijo.

— Cuidado com a noite Oceana, não aceite bebidas de estranhos e não use drogas.— Diz mamãe e Gina balança a cabeça em concordância.

— Ok, eu já sei. Vocês falaram sobre isso o jantar inteiro.— Reviro os olhos sorrindo.

— Tá bom, se divirta.— Diz Gina. — Ah, e não faça nada que eu não faria.— Completa.

Saio rindo até a porta, pois a questão é que, Gina nunca deixa de fazer nada, sempre foi vida louca, e mamãe sempre a certinha que tentava puxar a amiga para o bom caminho.
Abro a porta e encontro Asher montado em sua moto que está encostada na calçada, me esperando.

— Linda.— Fala baixo enquanto me aproximo.

Estou usando um vestido preto que vai até o meio das coxas, ele é de alças finas e tem um pequeno decote no peito, e sandálias de salto alto da mesma cor. Asher levanta da moto e para a minha frente, analiso suas roupas rapidamente e vejo que está de preto como sempre, calças com um pequeno rasgo no joelho e tênis allstar, a única peça que mudou foi sua camiseta branca. Ele é neutro, sempre com cores frias, o que combina com sua personalidade.

— Você também está lindo.— Chego mais perto. Estamos cara a cara.

Asher se aproxima mais e coloca as mãos em minha cintura, da um leve aperto e cheira meu pescoço, passando seus pelos aparados da barba na curvatura me fazendo arrepiar.

— Você cheira bem pra caralho Oceana.— Deixa um beijo molhado ali e me leva para sua moto, me deixando de pernas bambas.

Com amor, da eternamente sua, Oceana.Onde histórias criam vida. Descubra agora