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Eu estou segurando ele esta noite

Asher.

— Como está sua mãe? — Ela pergunta enquanto limpa sua boca em um guardanapo descartável.

— Está bem, hoje passei a tarde com ela. Ela falou de você.

— De mim? — Levanta suas perfeitas sobrancelhas em sinal de questionamento.

— Não especificadamente de você, mas ela de algum jeito, sabe que estou saindo com alguém. — Dou de ombros.

— Mães sempre sabem de tudo. Nossa, essa comida está deliciosa. —  Da um pequeno gemido ao levar mais uma garfada a boca. Só não mais deliciosa que você.

Já tínhamos feito nossos pedidos, que foram espaguete especial ao molho branco, com uma porção de camarões e raviólis, de sobremesa, Oceana decidiu pedir torta de limão com bombons. E para acompanhar, uma taça de vinho tinto suave.

— Com licença. — Se aproxima um garçom e retira nosso pratos, colocando no lugar, duas fatias de tortas em cima de pires de porcelana. Logo ele se retira.

— Está bom? — Pergunto a Oceana, que degusta a torta de olhos fechados.

— Uma maravilha.

Experimento e vejo que realmente está gostoso. Comemos e rimos de assuntos banais, Oceana me fala de sua infância e de como foi difícil superar a morte do pai, ainda tendo que lidar com uma mãe paraplégica, que não conseguia se recuperar da depressão. Eu sinto muito em não ter conhecido ela naquele tempo, pois talvez, poderia ajudá-la com seus problemas, mas por outro lado penso, como iria ajudar ela com os dela, se naquele tempo o meu psicológico estava mais fodido do que tudo?.

— Vamos deixar a tristeza de lado, pois hoje é um dia para comemorar.

— A é? Comemorar o que?

— Hoje faz um mês que conheci a garota mais incrível do mundo. — Ela me olha, sorri sem acreditar e leva as mãos ao rosto.

— Meu Deus, é verdade. Hoje faz um mês que nos conhecemos, a melhor coisa que você fez foi entrar naquela loja, e me pedir sugestões de livros. — Retira as mãos do rosto e me olha com um grande e lindo sorriso encantador.

— Porra, foi a melhor coisa mesmo. — Encho nossas taças com mais vinho e brindamos.

— A nós? — Ela pergunta ainda com a taça no ar.

— A nós. — Confirmo, e logo sorvemos um gole da bebida suave e gostosa.

***
— A gente era para ter dividido a conta. — Oceana fala com um biquinho ao meu lado.

Estamos em frente ao restaurante, e Oceana insiste que queria pagar a conta.

— Garota linda, em um primeiro encontro, em minha opinião, o cara tem que pagar a conta. — Falo o mais calmo possível.

— Foi um encontro? — Ela esquece a fodida conta e me olha com os olhos brilhantes.

— Ah, sim. Achei que você sabia. — Levo uma mão a nuca.

— Na verdade, não. Achei que fosse um belo jantar, somente. Mas saber que foi um encontro, me deixa para lá de feliz. — Passa seus braços ao redor do meu pescoço.

Aproveito que tem poucas pessoas no local, e passo minhas mãos por seu corpo, retribuindo o que ela fez comigo na moto. Beijo sua boca macia, Oceana retribui e abre os lábios me dando passagem, enquanto a beijo, desço minhas mãos para seus seios e os aperto, sentido Oceana ofegar e apertar as coxas esfregando uma na outra. Cacete, tão gostosa, e tão minha.

Sinto suas mãos puxar meus cabelos da nuca, desço as minhas para agarrar sua bunda, ao mesmo tempo em que chupo sua língua. O gosto de vinho e torta doce cítrica de limão se misturam, causando uma explosão de sensações.

— Senhores. — Nossa redoma de vidro, criada ao nosso redor, se quebra, quando olhamos para o lado e vemos o flanela, segurando a chave e os capacetes de minha moto em mãos.

Nos afastamos um do outro, Oceana vira a cabeça para outro lado e sei que está com vergonha, só não mato esse cara aqui mesmo porque minha noite foi muito boa, e ainda quero aproveitar.

— Obrigado. — Tento ser educado, pego a chave e os acessórios e lhe dou uma gorjeta. Logo ele vai embora e me viro para a mulher á minha frente. — Vamos?

Estendo minha mão em sua direção e ela a pega, acenando com a cabeça. Seguimos até a moto e a entrego um capacete, coloco um na cabeça e monto nela, sentindo Oceana fazer o mesmo na garupa. Ao ligar a moto, escutamos um grande estrondo vindo do céu.

— É, parece que vai cair aquela tempestade. — Oceana mal fechou a boca, e logo veio uma chuva grossa e gelada, me fazendo praguejar.

Giro a chave e acelero sentido as mãos dela em minha cintura, a medida que vamos indo, sinto que minha moto vai parar a qualquer momento. Até que ela para. Inferno.

— O que aconteceu? — Ela pergunta com a voz preocupada.

— A gasolina acabou, porra, como não me lembrei de abastecer mais cedo? — Falo incrédulo.

— Calma, vamos dar um jeito. — Sinto ela descer da moto e parar ao meu lado, toda molhada. — Desce, deixa a moto em um lugar seguro e vamos ver se achamos um táxi. — Comenta olhando para os lados.

Desço da moto e tiro o capacete, olho para trás e vejo uma espécie de garagem aberta, levo a moto até lá e a prendo com uma corrente, caso alguém tentar montar nela para sair, não vai conseguir sair do lugar. Retiro a chave da ignição e caminho até Oceana, que está parada na calçada igual um pinto molhado.

— Não tem movimento nessa região. — Olho ao redor, vendo que estamos um pouco longe da rua principal.

— Você sabe onde estamos?

— Sei, e não é muito longe da minha casa. Vem, vamos caminhando devagar. — Ela ri e vem em minha direção.

— Que situação. — Fala e cruza os braços, sorrio de leve, pois poderia ser pior sem ela aqui me fazendo companhia.

A medida que caminhamos, a chuva vai ficando mais grossa, sorte nossa que não está um frio desgraçado.

— Vamos correr? — A pergunto.

— Ok, pode ser. — Se abaixa e tira os saltos, os segurando nas mãos e me olha com um olhar zombeteiro. — O último a chegar é a mulher do padre. — Diz e dispara a correr na minha frente.

É sério? Sorrio de lado, e começo a correr atrás dela, que já está na esquina de uma rua escura. Ao chegar próximo a ela, a vejo pular em possas de água para lá e para cá. Rio e me junto a ela, até que raios começam a cortar o céu escuro fazendo Oceana gritar, e sair correndo novamente.

— Eu vou te alcançar e ganhar de você. Auu... — Grito para ela, e daqui posso ouvir sua risada escandalosa.

Com amor, da eternamente sua, Oceana.Onde histórias criam vida. Descubra agora