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E eu não estou questionando a sua habilidade

Asher.

Sentado em baixo de uma árvore, depois de passarmos em uma farmácia e comprar sua pílula, espero Oceana sair de dentro de sua casa, enquanto observo o movimento da rua e o céu azul claro. A brisa morna de verão bate contra meu rosto, me fazendo fechar os olhos e respirar aquele ar puro, quase livre da poluição do centro da cidade.

Escuto passos em minha direção, e olho para meu lado direito, encontrando o ser mais lindo que tive a oportunidade de ver nessa terra, Oceana caminhava até mim com passos leves, vestindo uma saída de praia feita de crochê a mão, da cor creme, por baixo conseguia ver seu biquíni branco, em seus pés, simples chinelos da mesma cor que o biquíni, sua bolsa combina com seu chapéu praiano da cor amarelo queimado. Nunca a vi tão linda e simples.

Levanto de onde estou e passo as mãos em minha bermuda preta, tirando as gramas e pedrinhas que colaram nelas. Espero Oceana chegar perto de onde estou parado, e assim caminhamos juntos até a parada mais próxima de ônibus.

— Estou ansiosa, faz tanto tempo que não tomo banho de mar. — Sorri, e me olha com os olhos brilhantes.

— Não sou muito chegado a praia, mas creio que com você irá ser divertido.

Pisco um olho em sua direção e recebo um beijo no ar. Paramos lado a lado e olhamos para o final da rua, vendo o grande ônibus que vai direto para as praias parar próximo a nós, após Oceana fazer o sinal com as mãos. Devido eu estar sem minha moto, tivemos que apelar pelo ônibus, o que não é tão ruim, e me faz lembrar quando eu andava para lá e para cá, antes de comprar minha baby. Esta manhã assim que acordei, liguei para o guincho, o dizendo o endereço onde minha moto estava estacionada, e a mandei para uma rápida revisão em uma oficina.

Ao subirmos no transporte público, passamos direto para os bancos finais, Oceana senta perto da janela, sento no banco vago ao seu lado.

— Quer escutar música?

Diz me oferecendo um lado de seu fone rosa.

— Quero. — Pego e o coloco na orelha, a vendo ligar o celular e escolher uma de suas muitas pastas organizadas com músicas.

Oh meu amor, minha querida
Eu anseio pelo seu toque
Há um longo e solitário tempo...

Uma voz masculina, calma e suave, soa do fone que está em minha orelha, é uma voz gostosa de se ouvir. Olho para Oceana que está absorta em seus próprios pensamentos, com sua cabeça deitada em meu ombro, enquanto olha as pessoas do lado de fora da janela, andando apressadas pelo centro em uma sexta-feira a tarde, com o sol brilhando no céu claro.

O tempo passa tão devagar
E o tempo pode fazer tanto
Você ainda é minha?
Eu preciso do teu amor...

Fecho os olhos e deixo minha mente vagar por aí, relaxo meu corpo no banco desconfortável do transporte e passo um braço por trás dos ombros de Oceana. E por um momento, queria ficar assim pelo resto da minha vida, sem preocupações, sem problemas a serem resolvidos, somente a paz, eu, e ela. Inferno. Ela me faz tão bem, porra.

Em um piscar de olhos, percebo que já estamos próximos a parada da praia, olho para a mulher deitada sobre meu ombro, e passo as pontas dos dedos em seu rosto, contornando sua sobrancelha, nariz, boca e olhos. Sua beleza sempre me prende, como se todas as vezes que eu á visse, era sempre como se fosse a primeira vez.

— Amor, acorda.

Prendo a respiração, a palavra que nunca saiu dos meus lábios escapam, como se eu estivesse dizendo e afirmando a coisa mais simples e certa do mundo. Caralho, espero que ela ainda esteja dormindo.

— Oceana, chegamos. — Balanço de leve seu corpo, a vendo espreguiçar-se e levar as mãos aos olhos, os coçando.

— Já chagamos? — Confirmo com a cabeça, Oceana me olha e da um largo sorriso.

A retribuo, e escutamos suspiros virem do banco a nossa frente, quando me viro, consigo ver duas cabeças loiras sentadas a nossa frente, duas meninas de no máximo doze para treze anos, nos olham com sorrisinhos felizes e cochicham entre si. Sinto meu rosto esquentar, porra.
Olho para outro lado, e Oceana tenta esconder o sorriso pressionando os lábios, levanto rápido do banco e espero ela fazer o mesmo, pego em sua mão e a guio até a porta que se encontra aberta.

Quando descemos do ônibus, escuto Oceana gargalhar, olho para ela com uma sobrancelha arqueada.

— Que foi?

— Você ai, todo envergonhadinho por meninas de no máximo treze anos. — Tapa a boca com a mão e ri mais.

— Ah, eu nada.

Fecho a cara e olho para o outro lado da pista, vendo a praia cheia de guarda sol e pessoas.

— Sei...

— Vamos logo, temos que encontrar os garotos.

A puxo pela mão, e atravessamos a sinaleira juntos há um monte de outros pedestres. Quando chegamos na areia fofinha, retiramos os chinelos, Oceana pega os dois pares e os coloca dentro de sua grande bolsa de praia, retirando lá de dentro seu chapéu que ela tirou para entrar no ônibus e uma câmera fotográfica.

A olho curioso, e a vejo ligar o aparelho e apontar para vários lugares tirando fotos, caminhamos em direção aos guardas sóis, para procurar os garotos, escuto barulhos de clics em minha direção, olho para o lado e vejo Oceana com a câmera em frete ao seu rosto, enquanto tira fotos minhas.

— Ei, não, eu não gosto de tirar fotos.

Coloco minha mão em frente ao meu rosto, escondendo-o.

— Como você não gosta de tirar fotos? Asher, você é lindo...

Fala a última frase em voz alta abrindo os braços, fazendo olhos de pessoas estranhas virem em nossa direção.
Oceana volta a fotografar tudo a sua volta, até crianças na areia que acabam fazendo poses para sair nas fotos, acabo sorrindo, Oceana consegue conquistar todos a sua volta.

— Olha quem vem lá, os pombinhos.

Escutamos ao longe, quando chegamos mais perto, nos damos de cara com Taylor, Max e Duzz, com uma grande tenta branca armada, cadeiras de praia a baixo delas e muita cerveja. Esses são meus garotos.

Com amor, da eternamente sua, Oceana.Onde histórias criam vida. Descubra agora