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Tem algo nesse lugar

Oceana.

Escuto um som bem lá no fundo dos meus sonhos. Arg, que som irritante! Penso, o som cada vez fica mais alto e não cessa, até eu desistir e abrir os olhos para me dar conta, de que o som irritante era meu despertador. Estendo um dos braços até o celular e o desligo.

Espreguiço-me esticando braços e pernas e acabo sorrindo, ao lembrar da noite de ontem com mamãe, parece que voltei a ter onze anos novamente, onde nossos jantares eram cheios de conversas animadas. Levanto da cama e saio do quarto em direção ao banheiro, entro e me olho no espelho.

— Que juba.— Falo comigo mesma, e logo começo a fazer minha higienização.

De volta para o quarto, vou até o meu guarda roupas e escolho um vestido de tecido leve, um pouco justo ao corpo da cor azul claro, e um tênis branco qualquer. Saio indo para a cozinha preparar um café da manhã, como não estou com fome faço apenas um chá de maçã para tomar junto aos remédios. Para mamãe faço panquecas e pego um pedaço de bolo, junto com um suco e uma xícara de café adocicado.

Sigo para o corredor e vou para seu quarto, bato na porta e escuto um "entre", entro e deposito seu café da manhã na mesinha ao lado, mamãe está de olhos fechados, mas está acordada pois me respondeu.

— Bom dia mãe, trouxe seu café, e já estou indo para o trabalho.

— Ok.— Talvez tenhamos voltado a estaca zero. — Tenha um bom dia querida.— Logo ela fala, sentando-se sobre a cama.

Sorrio em sua direção, agora sim ela parece estar tentando de verdade. Saio de seu quarto e vou até o meu, pego minha bolsa e celular, saio do corredor e sigo para a porta principal, dando de cara com uma Dara do outro lado da rua, apressada. Sorrio, ela sempre acha que está atrasada, mas no fim, não está.

— Olá menina, tudo bem?— Para a minha frente com a respiração ofegante.

— Claro Dara, e com a senhora?

— Ah querida, tirando essa canseira, estou ótima.— E se despede entrando na casa.

Vou para o ponto de ônibus e ele não demora muito a passar, embarco nele sentando-me como sempre, perto da porta de saída, e logo ele parte caminho para o centro.

Chegando em frente a loja, abro e entro, fecho a porta e logo em seguida coloco a plaquinha de "aberto" para o lado de fora. Sigo até o balcão e guardo minhas coisas. Hoje Califórnia amanheceu tão quente, vou até o ar condicionado e ligo o climatizador, e depois disso começo a arrumar as pequenas coisinhas que deixei de fazer ontem para fazer hoje.

Escuto o sino da porta abrir, olho para ela e vejo um senhor elegante entrar, vou até o balcão para atendê-lo.

— Bom dia senhor, em que posso ajudar?— Pergunto e o vejo olhar em minha direção, logo desviando os olhos e olhando as prateleiras há nossa volta.

— Bom dia, eu gostaria de comprar um disco de vinil, do cantor Elvis Presley.

Ao dizer isto, já sigo para as prateleiras de discos clássicos com a letra E. Procuro o disco e logo acho, o puxo e entrego ao homem de terno escuro a minha frente. Ele logo se agrada ao ver eu testar no toca discos a qualidade da voz e toques instrumentais, e acerta o valor comigo indo embora contente.

Volto para minha tarefa onde estava anotando quem alugou livros e filmes na biblioteca da loja e o prazo de devolução. O tempo passa e chega a hora do almoço, saio da loja a fechando e indo em direção a lanchonete a minha esquerda, estava com uma louca vontade de comer um lanche gorduroso com um grande copo de Coca-Cola.

Com amor, da eternamente sua, Oceana.Onde histórias criam vida. Descubra agora