Com amor, da eternamente sua, Oceana.

PÁGINA 22

Algo nele que eu nunca conseguiria substituir

Asher.

— Você está acabado cara. O que deu na sua cabeça em querer lutar com cinco caras diferentes essa noite no ringue?

Com a cabeça latejando, escuto Max esbravejar no meu ouvido, enquanto Taylor e Duzz caminham em direção ao carro. Inferno. Bredd me fez uma proposta irrecusável, eu teria que lutar com cinco concorrentes, em uma única noite no seu ringue. Eu não poderia recusar, estava em jogo uma bolada.

Ganhei? Mas é claro. Essa noite bati pra caralho, bebi pra caralho, mas também, apanhei pra caralho.

E agora fedendo a álcool e a sangue frio, sinto minha cabeça latejar, junto ao meu rosto que está dormente igual perna de velho no inverno. Estou fodido.

— Qual foi Max, para de tagarelar na minha cabeça. — Ele apenas revira os olhos e murmura alguns palavrões.

Abro a porta do carro de Duzz e sento no banco passageiro, Taylor e Max se acomodam nos bancos traseiros enquanto o loiro, se ajeita no volante. Seguimos em silêncio até meu apartamento, quando chegamos, descemos todos e seguimos para o elevador. Chegando em meu andar, abro a porta e entro sendo seguido pelos garotos.

— Tem algo para comer aqui? — Taylor pergunta e sai saltitando para a cozinha.

— Sei lá, se não tiver, pede algo da lanchonete aqui perto. O cartão está colado na porta da geladeira.

Falo e me encaminho para meu quarto. Preciso urgentemente de um banho. Embaixo do chuveiro, lembro do dia em que estava com Oceana, e a chupei como se minha vida dependesse do seu orgasmo. Deliciosa.
Porra, passei a semana toda longe por causa do treino, fiquei sem tempo para ir até onde ela trabalha, e como não trocamos números de celular, não tivemos nenhum meio de contato. Ela deve estar me odiando nesse momento.

Se fosse qualquer outra garota eu estaria cagando, mas não, não é outra garota. É ela, somente ela.
Termino meu banho com os pensamentos longe, e saio decidido a ir até sua casa.

Saio do quarto vestido com uma calça jeans surradas que achei jogada sobre minha cômoda, e uma simples camiseta branca junto a um all star preto. Passo pela sala e encontro os meninos comendo lanche com garrafas de cervejas, vendo uma série qualquer.

— Deixei um lanche para você no microondas. — Avisa Max.

— Valeu, mas na volta eu como. Agora preciso sair para resolver umas coisas.

— Em plena duas da madrugada? — Questiona Duzz.

— Exatamente.

Pego minhas chaves da porta e da moto e deixo as reservas com eles.

— Não quer fazer um curativo gatinho? Acho que esse corte vai começar a sangrar em. — Diz Taylor apontando para minha sobrancelha.

— Não precisa, estou sem tempo. Depois me viro. Já estou indo, não esqueçam de fechar a porta. Ah, e sem gritaria, da última vez que deixei vocês sozinhos a polícia foi acionada.

Saio e não espero por respostas, pego o elevador para ir até o térreo, mas encontro dentro dele quem eu menos queria.

— Asher, quanto tempo. — A voz melosa de Charlotte, invade meus ouvidos, quase me fazendo revirar os olhos.

— Oi, Charlotte. Ando muito ocupado.

— Ah, quando tiver um tempo passa no meu apartamento. Vamos nos divertir como nos velhos tempos. — Da um sorriso malicioso e sai do elevador, rebolando sua bunda em uma mini saia e posso ver sua calcinha vermelha.

Se fosse em algumas semanas atrás, eu já estaria com meu pau enfiado entre suas nádegas, mas nesse momento, eu não senti nenhum tipo de desejo.

***
Cacete. Ao tirar o capacete da cabeça, ele acaba raspando em minha sobrancelha machucada com força, fazendo o atrito abrir o corte novamente e começar a escorrer sangue. Inferno.

Já enfrente a casa de Oceana, desço da moto e sigo até a entrada cuidadosamente, vendo todas as luzes apagadas. Porra, ela deve estar dormindo. Mas como eu sou um babaca, vou interromper seu sono.
Aperto sua campainha e espero. Nada. Dois minutos depois já fico sem paciência, começo a esmurrar sua porta chamando seu nome e, quando vou bater outra vez, ela se abre, me dando a melhor visão que poderia ter em toda minha fodida vida.

Oceana se encontra de camisola rosa bebê, é um tecido tão leve que consigo ver seus mamilos rígidos, o que logo me dá água na boca. Levanto meus olhos para seu rosto e vejo choque em seu olhar, seus olhos percorrem todo meu rosto e se enchem de lágrimas.

Porra, será que ela não queria me ver?
Preciso falar algo.

— Precisava ver você. — É tudo o que sai da minha boca. O que não é uma mentira.

— O...o que aconteceu com você, Asher?

— Posso entrar? Aí eu te explico.

— Claro, vem. Esta um pouco frio aqui fora.

Ela me puxa pela mão e sinto aquela familiar corrente elétrica passar entre nossos dedos, fazendo borboletas se mexerem em meu estômago. Tô parecendo um maricas. Oceana me deixa em sua sala e some em direção a cozinha, logo voltando com uma caixinha branca em mãos.

— Senta aí, enquanto faço alguns curativos você me fala o que aconteceu.

Sento no sofá e Oceana se ajoelha no meio de minha pernas, me olhando com seus grandes olhos castanhos. Ajoelhou agora vai ter que rezar.
Droga, uma ereção nesse momento não é bem vinda.

— Josh, que é um amigo de Bredd, me fez uma proposta muito boa semana passada, se eu lutasse com cinco caras, ganharia uma boa grana. Mas apanhei mais do que eu previa. Bom, ao menos venci e estou vivo. — Sorrio amarelo em sua direção, ela me encara com incredulidade.

— Você é maluco Ash, você poderia ter tido alguma lesão grave.

— Eu sei, mas deu tudo certo. Eu passei a semana toda treinando para não morrer apanhado.

— Então foi por isso que não te vi? Ah... — Seu rosto fica vermelho. Adorável.

— Sim, eu não fugi de você, Oceana, eu somente estava ocupado e como não tínhamos meio de contato, eu não pude me comunicar.

— Eu achei que você tinha se arrependido do que fizemos. — Fala cabisbaixa.

— Claro que não linda, se tem uma coisa que eu não me arrependo, foi em ter conhecido você. —  Quando fiquei tão viado assim? Acho que estou andando muito com Taylor.

— Que fofo. — Abre um sorrisinho gentil.

— Fofo é? O fofo aqui está louco para te comer. — Deixo meu pensamento intruso escapar pelos meus lábios, sem ao menos perceber.

— Asher, meu Deus. — Se levanta e guarda rapidamente os remédios na caixa.

Oceana se vira para pegar um esparadrapo que caiu no chão e, quando se abaixa, quase tenho um troço ao ver que está sem calcinha com sua buceta brilhando de excitação. Então a safada ficou com tesão?

— Sem calcinha Oceana? Assim eu não consigo me controlar.

Vejo ela levantar em um pulo e puxar sua camisola para baixo.

— Ash, não me constrange. — Corre até a cozinha a passinhos curtos e rápidos. Linda.